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Santa Margherita Ligure e Portofino - Norte da Itália - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 10 de mar. de 2024
  • 14 min de leitura

Atualizado: 1 de mai. de 2024

Porto/marina de Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Nas proximidades de Gênova, nós realizamos um passeio nas cidades de Santa Margherita Ligure e Portofino, localizadas no Golfo del Tigullio, parte oeste da Riviera di Levante, dentro do território da Cidade Metropolitana de Gênova, Itália.


1 - Santa Margherita Ligure


Possivelmente ocupada desde a época romana, a vila original, conhecida como Pescino, habitada por pescadores, foi destruída em 641 por Rotari, rei dos Lombardos, e sofreu diversas incursões dos sarracenos até o século X.


Em seguida, tornou-se feudo da família Fieschi, mas, em 1229, foi incorporada à República de Gênova; com a ocupação feita pelas tropas francesas lideradas por Napoleão Bonaparte, em 1797, passou a fazer parte da República da Ligúria e depois foi anexada ao Império Francês; após a derrota de Napoleão, em 1814, o município foi absorvido pelo então Reino da Sardenha/Piemonte, e, posteriormente, Reino da Itália.


Hoje, Santa Margherita Ligure é um disputado destino turístico, muito procurado pelos italianos e estrangeiros, em razão de suas belezas arquitetônicas e naturais.




Vista de parte do Golfo del Tigullio, na qual se pode observar, em segundo plano, à esquerda, a torre quadrada do Castello Piaggio, também conhecido por Villa Piaggio, erguido por volta de 1910 (via San Michele di Pagana, 168) e, à direita, na Punta Pagana, a Villa Pagana, antiga Villa Spinola, uma das residências do Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, Rodes e Malta (Ordem de Malta); observatório localizado por trás do Ten Beach Club - Oasi al Mare, Viale Ammiraglio Canevaro, 2, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Villa Pagana, antiga Villa Spinola, um das residências do Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, Rodes e Malta (Ordem de Malta), vista a partir do Ten Beach Club - Oasi al Mare, Viale Ammiraglio Canevaro, 2, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Na parte alta da cidade, pode-se ver, em destaque, a Chiesa di San Giacomo di Corte/Santuario di Nostra Signora della Lettera, erguida no século XVII; a fachada, em estilo barroco, alberga, num nicho ao centro, a estátua de San Giacomo (São Tiago) em mármore; o edifício é dividido em três naves e, no seu interior, encontra-se a imagem da Madonna della Lettera, esculpida em 1766 por um escultor desconhecido.


Diz a tradição que esta imagem, representando a Virgem Maria com o Menino Jesus à esquerda e uma carta à direita, era uma cópia da imagem venerada no santuário maior da cidade de Messina, na Sicília, que ficava no frontão da igreja, em frente ao porto; em 1783, a imagem teria caído no mar, após um forte terremoto que atingiu o sul da Itália, e as correntes marítimas levaram-na à costa de Santa Margherita Ligure, quando foi encontrada por pescadores e doada à Chiesa di San Giacomo.




No alto, a Chiesa di San Giacomo di Corte (Santuario di Nostra Signora della Lettera); em destaque, sua fachada branca em estilo barroco, tendo, no nicho central, a imagem de San Giacomo (São Tiago). Salita S. Giacomo, Via S. Francesco D'Assisi, 5, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Prédios coloridos em Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


O Castello Cinquecentesco, situado no sopé da colina onde se ergue a Villa Durazzo, foi construído em 1550 de acordo com um projeto de Antonio de Càrabo, mestre de Como, com a finalidade de defender a cidade das frequentes incursões dos piratas sarracenos, graças a uma resolução do Senado da República de Gênova. O castelo, de planta retangular, com vista direta para o mar, é de pequena dimensão, com uma única torre posicionada no canto sudoeste.


Durante o período napoleônico, os franceses fortificaram as costas e tornaram o castelo de Santa Margherita Ligure em condições de enfrentar os ataques dos ingleses.


Restaurado em 2000, atualmente o castelo é um dos locais utilizados pelo Museo delle Tradizioni Marinare di Santa Margherita Ligure (Museu Cívico das Tradições Marítimas de Santa Margherita Ligure) para eventos, conferências e exposições.




Castello Cinquecentesco, uma pequena fortificação erguida no século XVI de forma retangular e única torre. Salita al Castello, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Os Giardini del Mare (Jardins do Mar) foram construídos, no final do século XIX, sobre o aterro do antigo porto, por iniciativa do prefeito Angelo Rainusso; ele conseguiu driblar a oposição dos proprietários dos imóveis ali localizados, reapresentando o projeto que previa a colocação de uma estátua de Vittorio Emanuele II no centro dos jardins; ninguém ousou opor-se à construção de um monumento ao defensor da unificação da Itália e pai do monarca reinante, Umberto I.




Monumento a Vittorio Emanuele II, rei da Sardenha/Piemonte e, depois, rei da Itália, um dos grandes heróis do Risorgimento Italiano, erguido em 1894. Via Giardini del Mare, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Na orla marítima da cidade, precisamente nos Giardini del Mare, nos deparamos com o monumento de mármore dedicado a Cristóvão Colombo (Gênova 1451 - Valladolid 1506), obra do escultor lombardo Odoardo Tabacchi, inaugurado por ocasião das celebrações colombianas de 1892 (500 anos da Descoberta do Novo Mundo).




Monumento em mármore em homenagem a Cristóvão Colombo, obra do escultor lombardo Odoardo Tabacchi, 1892; o famoso explorador genovês encontra-se no centro de uma fonte circular, composta por muitos jatos, retratado na típica pose de "avistamento", com o braço direito levantado e o olhar em busca de novos mundos. Via Giardini del Mare, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


A Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa foi erguida, a partir de 1658, com base no projeto do arquiteto Giovanni Battista Ghisio, um dos expoentes do barroco da Ligúria, sobre as ruínas de uma antiga igreja do século XIII; no seu interior, encontra-se uma urna cinerária do século III, gerando a hipótese de um povoamento já na época romana, e estão guardadas as relíquias de Santa Margarida de Antioquia, padroeira da cidade.


O Santuário leva o nome de Nostra Signora della Rosa (Nossa Senhora da Rosa), representação de Maria segurando o Menino Jesus com o braço esquerdo e uma rosa com a mão direita, culto que remonta à Idade Média, quando alguns marinheiros trouxeram a imagem mariana para a então aldeia de Santa Margherita.




Fachada da Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa, estilo barroco, Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa, com sua grande fachada em estilo barroco, provavelmente concluída no século XVIII, e duas torres sineiras. Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Porta principal da Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa, ladeada por colunas dóricas e encimada por um frontão partido, com dois anjos sobre ele, nas laterais, e, no centro, uma placa de mármore com a inscrição "D.O.M. Sancta Margarita V.M.Q. Templum hoc vetustissimum abhinc seculo restitutum Ioannes Lercarius archiepiscopus genuensis consecrabat anno domini MDCCLXX.IX.KAL.OCTOB" (Catedral de Santa Margarida, Virgem e Mártir. Giovanni Lercari, arcebispo de Gênova, consagrou este templo mais antigo, restaurado há um século, no ano do Senhor 9 de outubro de 1770 - tradução livre do latim). Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Nave principal da Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa; sobre o altar-mor, um afresco de abóboda representando o "Martírio de Santa Margarida de Antioquia", padroeira da igreja e da cidade, sendo decapitada por meio de uma espada, em 290, por ordem do prefeito Olíbrio; no teto da nave, o afresco da "Glória de Santa Margarida", obras dos pintores de Turim G. e Luigi Vacca. Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Altar-mor da Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa; sobre ele vê-se a imagem da veneranda Nostra Signora della Rosa, a outra patrona da igreja, trazida por marinheiros para a então aldeia de Santa Margherita Ligure na Idade Média. Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Andor processional de Santa Margarida de Antioquia, Virgem e Mártir, provavelmente de prata. Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa, Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Imagem processional de Santa Margarida de Antioquia, Virgem e Mártir, provavelmente de prata; a santa está representada com seus objetos tradicionais: na mão direita, a palma do martírio; na esquerda, o livro do Evangelho; aos seus pés, à esquerda, o dragão (Satanás), que, durante seu martírio, a engoliu, mas a santa rasgou a pele do animal utilizando um crucifixo e conseguiu sair de dentro dele viva. Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa, Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


O órgão de tubos da basílica foi construído, em 1964, pela empresa Parodi & Marin, com material sonoro do instrumento anterior da empresa Inzoli de Crema de 1920. Restaurado e ampliado pela empresa Fratelli Marin em 1994.




Parte anterior da nave central da Basilica di Santa Margherita Ligure/Santuario di Nostra Signora della Rosa; no alto, pode-se ver o órgão de tubos, construído em 1964, pela empresa Parodi & Marin. Piazza Caprera, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Depois de visitarmos Santa Margherita Ligure, ingressamos em uma embarcação na marina da cidade e partimos para a bela, famosa e chiquíssima Portofino.




Saída do porto/marina de Santa Margherita Ligure em direção a Portofino; em destaque, mais à esquerda, a fachada branca da Chiesa di San Giacomo di Corte (Santuario di Nostra Signora della Lettera); na mesma altura, ao centro, a Villa Durazzo (telhado cinza); descendo, ao centro, o Convento Frati Cappuccini (Convento dos Frades Capuchinhos), com fachada listrada branco e preto; e, no sopé da colina, o Castello Cinquecentesco. Golfo del Tigullio, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Belo veleiro fundeado na Baia di Paraggi; à direita, em cor cinza, o Castello di Paraggi, conhecido também como Villa Bonomi Bolchini, foi erguido a partir de 1626 para proteger a costa do Golfo del Tigullio, na época da República de Gênova; entre 1812 e 1814, o castelo foi ocupado pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte; a propriedade foi alugada, na década de 1990, pelo empresário e, por três vezes, primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Golfo del Tigullio, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Outro ângulo do veleiro fundeado na Baia di Paraggi. Golfo del Tigullio, Santa Margherita Ligure, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


2 - Portofino


Chegamos à marina de Portofino.


As origens de Portofino perdem-se no tempo: alguns acreditam que tenha origem fenícia, outros, grega, e há quem diga que é apenas romana. O antigo “Portus Delphini”, citado pelo historiador romano Plínio, o Velho, no século I d.C., tem origens muito remotas, ligadas à sua posição geográfica, que o tornava um local seguro de desembarque de navios.


Com a romanização da Ligúria, Portofino passou a ser uma colônia romana e depois, no início da Idade Média, ficou sob a jurisdição dos imperadores do Sacro Império Romano-Germânico. No século X, tornou-se propriedade da Abbazia di San Fruttuoso, sendo retirada dela em 1175, quando os direitos da aldeia foram adquiridos pelos cônsules de Rapallo por 70 liras genovesas.


A vila foi objeto frequente da disputa de poder: em 1425, estava na posse de Tommaso Campofregoso, mas esta durou pouco, já que, em 1430, os genoveses, comandados por Francesco Spinola, tomaram Portofino, onde permaneceram por quinze anos, interrompidos por Giovanni Antonio Fieschi, que, em 1445, a ocupou, em franca hostilidade à República de Gênova, devolvendo-a voluntariamente pouco tempo depois.


Em 1513, os Adornos e os Fieschis, apoiados militarmente pelo duque de Milão Francesco Sforza e por tropas suíças, ocuparam a aldeia; a República reagiu, com uma ação confiada a 4000 infantes, entre mercenários e genoveses, recuperando a posse do local, derrotando também os valentes homens do almirante Andrea Doria, que tinham desembarcado para auxiliar Filippino Fieschi, comandante da fortaleza de Portofino; o almirante, no entanto, não engoliu a derrota e, em 1527, voltou às águas do Golfo del Tigullio onde, após uma longa batalha contra as milícias dos doges, conseguiu retomar o controle da vila. Em 1554, contando com a direção do milanês Gian Maria Olgiato, a República de Gênova modernizou o sistema defensivo de Portofino, em particular, a fortaleza de San Giorgio.


O destino posterior de Portofino, a partir daí, identifica-se com o de Gênova; ocupada pelas tropas revolucionárias francesas a partir de 1797, a pequena vila, em 1814, foi cenário de um duro confronto entre as tropas inglesas e napoleônicas, estas últimas expulsas do Castello di San Giorgio (fortaleza) onde estavam entrincheiradas; por fim, a cidade foi incorporada ao Reino da Sardenha/Piemonte e, posteriormente, ao da Itália.


As únicas invasões que a localidade mais famosa do Golfo del Tigullio teve de sofrer, a partir daí, foram as do movimento turístico internacional que, com o constante favorecimento a Portofino, lhe valeu o apelido de “Pérola do Mundo”: ficou conhecida nos anos 1960, quando o jet set parava ali com seus iates; Sir Winston Churchill, Grace Kelly, Elizabeth Taylor, Roger Moore e Gianni Agnelli eram algumas das celebridades que frequentavam o lugar; mais recentemente, Jay Z e Beyoncé, Steven Spielberg, Madonna, Jennifer Lopez e Andrea Bocelli também passaram pelo local.


Não há como esquecer a famosa música "Love In Portofino", composta em 1958 por Leo Chiosso e Fred Buscaglione e imortalizada nas vozes da francesa Dalida e do tenor italiano Andrea Bocelli.




Vista de Portofino; em destaque o porto de lazer e a Piazza Martiri dell'Olivetta. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Prédios coloridos no entorno do porto de lazer. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Porto/marina de Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.

A Piazza Martiri Dell’Olivetta é o principal logradouro de Portofino, rodeada de edifícios coloridos e ao lado de barcos de pesca e iates luxuosos; tem diversos tipos de restaurantes, cafés e lojas de gelato.




Piazza Martiri Dell’Olivetta, com seus edifícios de cores vibrantes, restaurantes, cafés e lojas de gelato; em destaque, o campanário da Chiesa di Divo Martini. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Piazza Martiri Dell’Olivetta, com seus edifícios de cores vibrantes, restaurantes, cafés e lojas de gelato. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Campanário e fachada da Chiesa di San Martino (Divo Martino), vistos a partir da Piazza Martiri Dell’Olivetta. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Subindo por uma pequena encosta, nos deparamos com a Chiesa di San Martino ou Divo Martino, dedicada a São Martinho de Tours; anteriormente militar romano, diz a tradição católica que, por volta de 335 ou 337, próximo da cidade de Amiens, atual França, um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte; durante a noite, o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio; a partir dessa noite, o santo decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião cristã.


O local, que sempre foi habitado devido ao pequeno golfo protegido pelas montanhas acima, foi doado, juntamente com vastos territórios da serra, aos monges da Abbazia di San Fruttuoso pela rainha Adelaide no ano de 986, para que construíssem um templo lá, um sinal da profunda devoção da rainha à Abadia e uma homenagem póstuma ao seu falecido marido Oto I da Saxônia, rei da Alemanha e da Itália, que cultivou o ambicioso projeto de restauração do Sacro Império Romano-Germânico.


A igreja paroquial, construída no século X, situa-se numa posição dominante relativamente à aldeia, às casas enfileiradas dos pescadores e ao mar que reflete as suas cores vivas.


Aos monges beneditinos, empreendedores eficientes e sagazes, o Papa Inocêncio II concedeu a jurisdição da igreja com a bula do ano de 1130.


A partir de 1171 (ou 1175) todo o território passou para a autoridade civil dos Cônsules da República em Rapallo.


Observando-se a fachada e o pequeno átrio, podem ser percebidas as características do estilo românico na forma saliente central, nos arcos suspensos que sublinham as cornijas dos telhados, no portal central, na rosácea e na torre sineira. Embelezados e transformados ao longo do tempo, revivem os ecos da elegante tradição arquitetônica medieval.


A moderna porta principal da igreja, feita de bronze, obra do escultor milanês Costanzo Mongini, representa um acontecimento milagroso ocorrido no século XVIII, quando San Giorgio protegeu Portofino de um ataque de piratas, desencadeando uma tempestade que afastou os barcos da baía.




Fachada da Chiesa di San Martino ou Divo Martino, em estilo românico, forma saliente central, arcos suspensos que sublinham as cornijas dos telhados, portal central, rosácea e campanário único; o adro (pequeno pátio na frente da igreja) é decorado com o típico risseu, um mosaico ornamental composto por pequenos seixos alternados em preto e branco, alisados ​​pelo mar e colocados entre si formando elementos figurativos de grande valor. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Fachada da Chiesa di San Martino ou Divo Martino, listrada em sépia e cinza; portal com a inscrição "Divo Martino"; destaque para a porta principal, em bronze, onde está representado um episódio milagroso ocorrido no século XVIII, quando San Giorgio protegeu Portofino de um ataque de piratas, desencadeando uma tempestade que afastou os barcos da baía. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Nave central da Chiesa di San Martino ou Divo Martino; no teto, na parte superior, vê-se parte de um afresco representando o episódio em que São Martinho, montado a cavalo, cortou seu manto em dois para dar a metade ao mendigo que passava frio. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Alto-mor da Chiesa di San Martino ou Divo Martino. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Uma grande escultura em madeira chamada Addolorata (Nossa Senhora das Dores), do século XVIII, obra do escultor Anton Maria Maragliano, representando cinco figuras: no centro, Cristo deposto, rodeado, da esquerda para a direita, por Santa Maria Madalena, São José de Arimateia, São João Evangelista e Nossa Senhora das Dores. Chiesa di San Martino (Divo Martino), Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Imagem de Santo Antônio de Pádua em nicho da Chiesa di San Martino (Divo Martino), Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Na sequência, fomos caminhar pela Salita San Giorgio (Subida São Jorge), na península de Portofino, em direção à Chiesa di San Giorgio, ao Catello Brown e ao Faro di Portofino.




Vista do porto/marina de Portofino a partir da Salita San Giorgio. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


No caminho encontramos o Monumento aos Mortos da I Guerra Mundial, homenageando os filhos de Portofino caídos nessa guerra, localizado em frente ao Parque da Memória.




Monumento ai Caduti della Prima Guerra Mondiale entre 1915 e 1918 (Monumento aos Mortos/Caídos), localizado na Salita San Giorgio, em frente ao Parco della Rimembranza di Portofino (Parque da Memória), em mármore branco e rosa e com os nomes dos mortos e a dedicatória: "Os cidadãos de Portofino rendem homenagem ao sacrifício dos irmãos caídos pela liberdade" (tradução livre do italiano), encostado à parede posterior da estrutura em pedra seca. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Em continuação a Salita San Giorgio, ingressamos na Via alla Penisola e visualizamos o Castello Brown.


Crê-se que o castelo tenha sido construído por volta do século X, sobre as ruínas de uma torre da época romana.


Em razão da sua posição estratégica, foi repetidamente sujeito a cercos e frequentes tentativas de ocupação por piratas sarracenos, até ao início do século XV.


A estrutura atual remonta a 1425, quando Tommaso di Fregoso (ou Tommaso Campofregoso) ocupou Portofino e o castelo, em oposição aos Visconti de Milão.


Em 1430, o castelo voltou ao domínio de Gênova por ação de Francesco Spinola, e, durante o século XVI, a República Genovesa iniciou obras de ampliação da fortaleza; com a ocupação da República da Ligúria pelos franceses liderados por Napoleão, em 1797, foram realizadas novas obras para fortalecer a estrutura defensiva.


Após o Congresso de Viena (1814-1815), com a incorporação de Portofino ao Reino da Sardenha/Piemonte e depois ao da Itália, o castelo perdeu a sua importância estratégica e foi abandonado e desarmado em 1867.


Em 1870, o edifício foi vendido a Sir Montague Yeats Brown, cônsul inglês em Roma, de quem herdou o atual nome, que confiou ao arquiteto Alfredo D'Andrade a tarefa de realizar obras de ampliação e restauro que modificaram a estrutura original, transformando-a em residência privada.


Desde 1961 o castelo é propriedade do município de Portofino, que procedeu a uma restauração conservadora e à sua utilização como palco de manifestações e eventos culturais, estando aberto à visitação turística.




Vista do Castello Brown a partir da Via alla Penisola, transformado em residência privada após sua aquisição por Sir Montague Yeats Brown, cônsul inglês em Roma, em 1870. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


Em seguida, na confluência da Salita San Giorgio com a Via alla Penisola, visitamos a Chiesa di San Giorgio, um pequeno templo construído com vista para a sugestiva falésia do promontório.


Desde 1154, data da sua primeira edificação, até hoje, a igreja foi destruída quatro vezes pelas guerras e reconstruída em seguida; uma delas foi durante a Segunda Guerra Mundial, tendo ficado destruída inteiramente; as obras de reconstrução ocorreram pouco depois do fim do conflito, em 1950, pelos próprios habitantes que a refizeram com novos altares e mobiliário, mas segundo a antiga estrutura de 1760.


Diz a tradição que Portofino colocou à disposição da República de Gênova marinheiros experientes para as galeras que se dirigiam à Terra Santa e foi no regresso de uma dessas viagens que os portofinenses trouxeram para a sua aldeia a maior parte do corpo de São Jorge; as relíquias do santo encontram-se sob o altar-mor da igreja.




Fachada da Chiesa di San Giorgio; sobre o portal de entrada, no centro do frontão cortado, há uma placa de mármore com os seguintes dizeres: "Este templo, dedicado ao Divino Jorge, foi destruído por quatro vezes pela guerra. Reconstruído no ano santo de 1950" (tradução livre do latim). Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.




Interior da Chiesa di San Giorgio, de formato arredondado, com altares e piso de mármore, é dedicado a São Jorge Mártir, cuja imagem encontra-se aos pés do crucifixo, no altar, representado montado a cavalo, lutando contra o dragão. Portofino, Cidade Metropolitana de Gênova, Ligúria, Itália.


No próximo post, mostraremos La Spezia e Cinque Terre.



Fontes:


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.






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