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Lago di Como - Albese con Cassano e Como - Região da Lombardia - Norte da Itália - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • há 4 dias
  • 15 min de leitura
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Vista da cidade de Como a partir do Lago di Como; em destaque a grande cúpula barroca do Duomo, projetada pelo famoso arquiteto Filippo Juvarra no século XVIII. Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Considerado uma das paisagens mais românticas da Europa, o Lago di Como é uma joia de beleza aninhada entre as montanhas da Lombardia. Com seu formato icônico e margens recortadas, abriga vilarejos que parecem ter parado no tempo, jardins históricos e vilas nobres. Um lugar de encanto e harmonia, que deve ser apreciado com calma.


O lago localiza-se entre os Alpes e o vale do rio Pó, perto da divisa com a Suíça e tem um formato muito particular de um "Y" invertido.




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Mural representando o Lago di Como, com seu formato indefectível; um "Y" invertido. Via Regina, na altura do n. 83, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


1 - Albese con Cassano


Para visitarmos o Lago di Como nos alojamos na simpática e calma comuna Albese con Cassano, no Il B&B di Piazza Motta; o café da manhã desfrutávamos no Il Caffè di Piazza Motta, embaixo do alojamento.


Nos "Estatutos das Águas e Estradas do Condado de Milão, elaborados em 1346", Albese está incluída na Paróquia de Incino e arrolada entre as localidades responsáveis ​​pela manutenção da strata de Niguarda como "el locho de Albesio".


Em 1441, Albese, com toda a Paróquia de Incino na qual se localizava, foi concedida como feudo pelo duque Filippo Maria Visconti aos condes de Dal Verme.


Albese formou um único município com o território de Cassano até 7 de agosto de 1469, quando, por instrumento do tabelião Antonio Stopano de Como, as duas comunidades tornaram-se autônomas uma da outra.


Na nova divisão territorial do Estado de Milão de 1757, publicada após a "Reforma do governo e administração das comunidades do Estado de Milão" de 1755, a Comuna de Albese foi mantida entre as comunidades da Paróquia de Incino, no território do Ducado de Milão.


Com a subdivisão da Lombardia austríaca em províncias em 1786, o Município de Albese, ainda localizado na Paróquia de Incino, foi incluído na Província de Como.


Após a invasão das tropas napoleônicas, Albese seguiu o destino de Como; em 1797, a comuna passou a fazer parte da República Cisalpina, que se transformou, em 1805, em Reino da Itália, controlado pelos franceses; com a restauração monárquica, em 1814, a comuna voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto; durante o Risorgimento italiano, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexada ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a chamar-se, a partir de 1866, Reino da Itália.


Nesse interregno, em 1807, ainda sob administração francesa, Albese alargou as suas fronteiras territoriais incorporando novamente a Comuna de Cassano.




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Il Caffè di Piazza Motta, no prédio central de cor amarelo queimado, tendo, na parte superior os quartos do Il B&B di Piazza Motta. Piazza Motta, 3, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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O café da manhã da Eunice: Caffè Pistacchio (café expresso, avelãs picadas, creme de pistache, cacau em pó), suco de laranja e um sanduíche de focaccia, recheado com presunto, queijo cremoso e pistache picado. Il Caffè di Piazza Motta, Piazza Motta, 3, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Monumento aos mortos, filhos de Albese e de Cassano, na I Guerra Mundial - 1915-1918 e na II Guerra Mundial - 1940-1945. Piazza Motta, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Em frente à praça, encontra-se a Chiesa di S. Margherita (de Antioquia), erguida em substituição à antiga igreja, que ocupava parte da praça atual, e que mal conseguia acomodar as duas populações de Albese e Cassano.


Construída em estilo neoclássico entre 1785 e 1792, sob a direção do pároco Francesco Vittani, com base no projeto de um certo engenheiro milanês, Paonizzoni, a pedido dos irmãos Giovanni e Paolo Parravicini, após a sanção do governo, na primavera de 1785, durante o reinado de José II, da dinastia Habsburgo, arquiduque da Áustria e imperador do Sacro Império Romano-Germânico.


Os fundos para a construção da nova igreja foram doados pelos referidos irmãos Parravicini; o mestre de obras foi Francesco Nava di Ponte e o superintendente de toda a obra, bem como o fornecedor de todos os materiais necessários, foi Francesco Maesani, gerente da Casa Parravicini.


As decorações e pinturas no interior da nave única datam do final do século XIX, particularmente dirigidas pelo pintor e arquiteto milanês conde Ambrogio Nava.


A construção do campanário se deu quase cinquenta anos depois, com base no projeto do engenheiro Gio Batta Reina; a obra foi confiada ao mestre de obras Giovanni Battista Abiati, um suíço natural do cantão de Ticino, iniciada no final de 1839 (ou começo de 1840) e concluída em 1842, já sob a direção do engenheiro Paolo Corti de Pomerio.


Os fundos para a nova torre sineira foram doados, em 1839, por Giovanni Parravicini, sobrinho dos benfeitores da construção da igreja.




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Fachada da Chiesa di Santa Margherita, estilo neoclássico, erguida no final do século XVIII; e o campanário, concluído em 1842. Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Nave única da Chiesa di Santa Margherita; a maioria das decorações e pinturas no interior datam do final do século XIX, particularmente dirigidas pelo pintor e arquiteto milanês conde Ambrogio Nava. Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Presbitério da Chiesa di Santa Margherita. Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Estandarte Processional representando um bispo e São Carlos Borromeu (com chapéu cardinalício à sua frente) em adoração ao ostensório eucarístico; São Carlos Borromeu, cardeal e arcebispo de Milão, visitou a paróquia de Albese no século XVI. Chiesa di Santa Margherita, Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Belo conjunto de madeira formando púlpito e confessionário. Chiesa di Santa Margherita, Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Contrafachada da Chiesa di Santa Margherita; de notável importância é o órgão neoclássico, de caráter artístico e monumental, construído, em 1835, pelos irmãos Prestinari, excelentes artistas deste gênero, inicialmente em Magenta, sua cidade natal, e depois em Albese, aproveitando aparentemente a parte sonora do antigo órgão; posteriormente refeito pela empresa Talamona e Vedani em 1889. Chiesa di Santa Margherita, Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Imponente Crucifixo. Chiesa di Santa Margherita, Via Vittorio Veneto, 2, Albese con Cassano, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Na sequência, partimos para Como.


2 - Como


Os primeiros assentamentos fortificados na região foram erguidos pelos gauleses insubres, no século III a.C..


O território de Como foi conquistado pelas forças do cônsul romano Marco Claudio Marcello em 196 a.C., tendo se tornado oficialmente um município romano em 42 a.C..


Nesta época, do ponto de vista cultural, a cidade podia se orgulhar de figuras como os grandes escritores Plínio, o Velho, e Plínio, o Jovem, naturais de Como.


Com a queda do Império Romano Ocidental, Como sofreu invasões bárbaras, como grande parte do território italiano: dos Alamanos (353), dos Hunos (por volta de 450) e, mais tarde, dos Godos.


Na sequência, Como passou a fazer parte do reino lombardo, após o rei Alboino ter conquistado Milão em 569; merece destaque, durante o seu reinado, a rainha Teodolinda, católica, que deu impulso à evangelização dos territórios sob domínio lombardo e abriu uma nova rota de comunicação entre Como e Chiavenna, a Via Regina, que ainda hoje leva o seu nome.


No século VIII, após longos conflitos entre lombardos e francos, estes últimos prevaleceram, assegurando o controle do norte da Itália. Como tornou-se a sede do reino franco e foi dotada de um sistema de castelos e fortalezas para controlar o território.


Tendo se tornado parte do Sacro Império Romano-Germânico fundado por Carlos Magno, a cidade viu um renascimento do comércio e da vitalidade urbana nos séculos X e XI.


Durante o conflito entre as comunas lombardas (Liga Lombarda) e o imperador Frederico Barba-ruiva, entre 1167 a 1183, a Comuna de Como ficou do lado deste último.


No século XIII, várias famílias lutaram pelo controle de Como, porém, a partir de 1292, a cidade passou a ser governada, mesmo havendo intervalos, pelos Visconti, senhores de Milão.


Em 1335, Como passou a fazer efetivamente parte dos domínios milaneses que constituirão o Ducado de Milão.


Em 1450, os Visconti foram substituídos pelos Sforzas, novos senhores de Milão.


Após um período de grande turbulência devido às Guerras Italianas do final do século XV e início do século XVI, com a passagem de exércitos de vários países e a frequente mudança de conquistadores estrangeiros na Lombardia, com a Paz de Cateau-Cambrésis de 1559, a Lombardia, e consequentemente Como, passou para o domínio da coroa espanhola na pessoa do Governador.


Após a morte do rei espanhol Carlos II, sem deixar herdeiros, seguiu-se a longa Guerra de Sucessão Espanhola (1700-1713) entre os grandes reinos europeus, encerrada pelos Tratados de Utrecht e Rastadt, firmados entre 1713 e 1715. Com esses tratados, a Lombardia, inclusive a região de Como, foi atribuída à dinastia Habsburgo, governante da Áustria, que reinaria ali até o Risorgimento, apenas com o pequeno intervalo da ocupação francesa.


As conquistas de Napoleão na península italiana levaram o antigo estado de Milão (e, portanto, também Como) a tornar-se parte da República Cisalpina (1797), da República Italiana (1802) e, finalmente, do Reino da Itália, proclamado em 1805, todos controlados pelos franceses.


Com a restauração monárquica, em 1814, a comuna de Como voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto.


Durante o Risorgimento italiano, o Reino Lombardo-Vêneto, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexado ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a chamar-se, a partir de 1866, Reino da Itália; Como seguiu o mesmo destino.




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Mapa do cadastro de imóveis teresiano desenhado por P. Banfi em 1722 (Milão, Arquivos do Estado). https://lagodicomo.jimdofree.com/como/storia/




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Vista de Como nas primeiras décadas do século XVIII, gravura de Friedrich Bernhard Werner, editada por Johann Christian Leopold de Augsburg, 1732. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.


Nossa primeira visita foi à Basilica Cattedrale di Como ou Duomo di Como.


A Catedral de Como, dedicada a Santa Maria Assunta (Nossa Senhora de Assunção), é o mais notável testemunho histórico do período em que Como, por intermédio das rotas de comunicação do Lario (como se chamava no passado a região), era uma cidade de ligação entre a Europa Central e do Norte e a Itália. A arquitetura, as esculturas e as pinturas da Basilica evidenciam o encontro entre a cultura transalpina e as escolas italianas.


A Catedral, cuja construção foi principiada em 1396, sendo erguida em fases sucessivas ao longo de três séculos e meio, com a cúpula finalizada em 1744. É uma arquitetura complexa e intrincada, que mescla várias interpretações de espaço e expressões estilísticas em um único prédio (gótico, renascentista e barroco). A continuidade da construção no decorrer do tempo - a fachada gótica e as naves foram construídas no século XV, o presbitério e as absides laterais, no século XVI e a cúpula, no século XVIII - manteve uma harmonia que se renovou de época para época, conectando a disposição das novas partes às proporções definidas na era anterior.




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A impressionante fachada principal do Duomo di Como; projetada em mármore de Musso no estilo tardogótico em 1460 por Florio da Bontà, de Como, tendo sido contratado o escultor Amizio de Lurago como responsável pelo portal principal; o arquiteto milanês Luchino Scarabota completou o vitral em forma de rosácea e a torre principal da fachada; em 1484, Tommaso Rodari, natural de Ticino (cantão italiano da Suíça), foi contratado para concluir as numerosas estátuas da fachada; três anos depois, Rodari foi nomeado engenheiro da fábrica e continuou a produzir esculturas até sua morte em 1526, juntamente com seus irmãos Giacomo e Donato e sua oficina. Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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No lado esquerdo da fachada principal do Duomo encontram-se: o Palazzo del Broletto, erguido por iniciativa do podestà Bernardo da Codazo e concluído em 1215, mas, após ser muito danificado em 1408, foi restaurado, no estilo românico-gótico, em 1436, sob a direção de Pietro da Breggia; a fachada principal caracteriza-se por paredes maciças, nas quais quatro arcos ogivais se abrem no piso térreo sobre pilares sólidos e, no piso superior, três elegantes janelas triplas em lanceta com colunas esbeltas em estilo gótico; entre a segunda e a terceira janelas triplas, há um balcão apoiado em suportes de pedra maciça e com uma balaustrada composta por colunas elegantes, provavelmente adicionado numa fase posterior; o revestimento de pedra com faixas alternadas em cinza, branco e vermelho é pontuado por duas molduras de arco cego sobre mísulas esculpidas; e a Torre del Broletto ou Torre Civica, do início do sec. XIII, mas reconstruída entre 1926 e 1927. Piazza del Duomo, 2, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Aqui, à direita, vê-se a fachada leste do Palazzo del Broletto, e, à esquerda, parte da fachada noroeste do Duomo, tendo em destaque a Porta della Rana (Porta da Rã), obra dos irmãos Tommaso e Giacomo Rodari, por volta de de 1505-1507; o portal é introduzido por duas colunas de candelabro, que sustentam uma viga sobre a qual há um santuário mariano encimado por uma estátua representando Deus Pai; os pilares que sustentam a abertura são cobertos com uma floresta de motivos de plantas e animais; entre os muitos animais reconhece-se uma rã vista de costas; segundo uma lenda popular, durante uma das frequentes cheias do Lago di Como, a água atingiu e submergiu a catedral, e uma rã conseguiu subir pela porta; quando o lago recuou, a rã, conquistada pela beleza da catedral, decidiu não a abandonar mais e transformou-se numa rã de pedra escondida entre as flores e folhas que decoram o portal; na luneta da porta, há uma representação, em baixo-relevo, do "Encontro da Virgem com Santa Isabel", estas ladeadas por profetas. Via Pretorio, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Fachada posterior do Duomo di Como; no alto, uma cúpula, finalizada em 1744, que, após muitos projetos não realizados, foi erguida segundo um desenho barroco tardio de Filippo Juvarra. Piazza Giuseppe Verdi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.



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Nave central, tendo em destaque o belo teto abobadado. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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A abóbada, pintada como todas as outras em 1839 por Carlo Fontana e Francesco Gabetta, tem, no centro, a pedra angular circular, também conhecida como serraglia, com os bustos de personagens bíblicos, esculpidos e pintados no final do século XV. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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A pia batismal está localizada no elegante templo circular do final do século XVI, projetado pelo arquiteto Giovanni Antonio Piotti, conhecido como "Il Vacallo"; o pequeno templo foi construído com materiais característicos da arquitetura da Catedral: mármore branco de Musso, mármore preto de Olcio e mármore vermelho de Arzo, em particular os fustes de mármore Macchiavecchia das oito colunas de ordem compósita e a balaustrada; a pia batismal, obra de escultores do século XV, ficava no lado oposto do vão central antes de ser colocada neste pequeno templo. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Altar dedicado a Santo Abbondio, padroeiro de Como e da Diocese; o grande retábulo em madeira esculpida e pintada é uma obra-prima do Renascimento lombardo, de autoria de Giovan Angelo del Maino, de Pavia (por volta de 1515); no centro, embaixo, Santo Abbondio com vestes de bispo; em cima, no meio, Nossa Senhora no trono com o Menino, e, à esquerda, Santa Catarina de Alexandria e, à direita, Santa Luzia; nas laterais do retábulo encontram-se duas grandes pinturas em têmpera: à esquerda, a "Adoração dos Magos", de Bernardino Luini, e à direita, a "Fuga para o Egito", de Gaudenzio Ferrari, de cerca de 1520; essas telas outrora fechavam o altar, juntamente com as dos mesmos dois autores, dispostas no lado oposto. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Capela Maior; a abside central é um projeto confiado a Tommaso Rodari, que foi revisado em um estilo decididamente renascentista, com referências à arquitetura romana, por Cristoforo Solari, conhecido como "Il Gobbo", que introduziu o estilo clássico com semicolunas coríntias e compósitas caneladas, entablamentos e arcos redondos; a construção durou de 1519 a 1596, quando a abóbada foi erguida por Giovanni Antonio Piotti, conhecido como "Il Vacallo"; a decoração em estuque da abóbada foi confiada a Giuseppe Bianchi e Domenico Fontana; em 1599, a antiga abside contida na nova foi demolida; nasceu assim a nova Capela Maior, que abriga o presbitério com o altar-mor, o púlpito, a cátedra do bispo e o coro dos cônegos atrás dele; o altar da celebração eucarística é o da antiga catedral, datado de 1317, obra de um mestre de Campione que retratou a Crucificação, ladeada de duas santas freiras, Liberata e Faustina, cujas relíquias são conservadas no altar; à direita, na cátedra episcopal foi reutilizado um relevo de 1283 com o bispo Santo Abbondio; na entrada do presbitério está pendurada uma grandiosa lâmpada de prata, um presente do Marquês Giacomo Gallio, obra do ourives Amos Somigliana (1698). Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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O altar-mor barroco de 1728 em mármores preciosos, ônix e bronze dourado foi desenhado pelo padre teatino Zacarol; o conjunto é complementado por candelabros e a cruz; ao fundo, semicolunas coríntias e compósitas caneladas. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.



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Cappella della Madonna e Altare dell'Assunta; a capela na abside sul é dedicada à Bem-Aventurada Virgem da Assunção; a construção começou em 1627, baseada no modelo renascentista da abside central; a obra foi dirigida pelo arquiteto milanês Francesco Maria Richini; o altar barroco projetado pelo milanês Gerolamo Quadrio levou vinte anos para ser concluído (1666-1686); as colunas torcidas (1673-74) foram inspiradas no baldaquino de Bernini na Basílica de São Pedro; há dois grandes anjos com turíbulos entre as colunas, e no alto, nas laterais da coroa, dois menores que seguram o sol e a lua; nas laterais do altar encontram-se duas grandes estátuas de Davi, à esquerda, e Salomão, respectivamente obras de G. Pietro Lironi e Andrea Radaelli; elas parecem ser de mármore, mas na verdade são de madeira pintada; a imagem da Madona no centro do altar é mais antiga (início do século XVI) e é obra de Tommaso Rodari. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Cappella del Crocifisso; é arquitetonicamente idêntica às duas absides anteriores; a construção da abside norte foi dirigida por Carlo Buzzi, engenheiro da Catedral de Milão desde 1653; acima do altar encontra-se o precioso grupo de madeira renascentista de Giovan Angelo del Maino; o grandioso retábulo de mármore foi iniciado em 1781, pelo arquiteto Antonio Donegana, segundo o testemunho do Conde Giovan Battista Giovio; os dois vitrais são do final do século XIX e início do XX: à direita, "Jesus no Jardim das Oliveiras" (1900), uma valiosa obra do pintor paisagista milanês Filippo Carcano, oferecida por Giuseppina Camozzi Baragiola; à esquerda, a "Pietà", inspirada no grupo de Michelangelo na Basílica de São Pedro, produzida pela empresa milanesa Corvaya e Bazzi (possivelmente antes de 1914); acima do tabernáculo, o relicário de prata em forma de cruz, envolto em cristal, desenhado pelo arquiteto Federico Frigerio, colocado em 1939 pelo bispo Alessandro Macchi; contém uma relíquia da madeira da Cruz proveniente da destruída Chiesa di San Nazaro (antigamente no bairro de Cortesella), ali depositada em 1083 pelo bispo Bertramo da Brossano. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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O nicho de mármore da Cappella del Crocifisso contém o grupo escultórico da Crucificação, provavelmente de 1515, que anteriormente se encontrava na quarta capela norte; permaneceu anônimo por muito tempo, mas foi finalmente atribuído ao escultor paviano Giovan Angelo del Maino pelo restaurador Eugenio Gritti (1996), que reconheceu os mesmos métodos técnicos e estilísticos já encontrados na restauração do retábulo de Santo Abbondio, agora na quarta nave sul; aos pés da Cruz encontram-se, à esquerda, as estátuas da Virgem Maria, mãe de Jesus, ajoelhada e apoiada por Santa Maria de Cléofas, e, à direita, Santa Maria Madalena, também ajoelhada, e São João Evangelista; à frente, o relicário de prata em forma de cruz, envolto em cristal, desenhado pelo arquiteto Federico Frigerio, contendo fragmento da verdadeira Cruz. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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A tapeçaria que se estende em direção à nave central retrata Abraão e Melquisedeque, uma obra de 1595 do tapeceiro dos Medici Guasparri Papini, de Florença, baseada num desenho de Alessandro Allori para a Confraria do Santíssimo Sacramento. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Busto representando o papa Pio IX, obra de inspiração neogótica criada em 1885 por Giuseppe Bayer, localizada na nave norte (esquerda) próximo ao Altar da Pietà. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Coro localizado entre a nave central e a da esquerda; as colunas de mármore vermelho de Arzo que sustentam o coro datam de 1624; o órgão do século XVII possui instrumentos que foram reorganizados diversas vezes, assim como os entalhes em suas caixas: no topo há uma imagem de Nossa Senhora de Assunção, padroeira da Catedral. Duomo di Como, Via Maestri Comacini, 6, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Piazza del Duomo, localizada em frente à fachada principal da Basilica Cattedrale. Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.


Em seguida, fomos visitar o museu dedicado ao cientista Alessandro Volta, criador da bateria elétrica.


No caminho, ao longo da margem do lago, nos deparamos com um monumento em homenagem à princesa Mafalda di Savoia-Assia, filha do rei Vítor Emanuel III da Itália e Helena de Montenegro, e esposa do príncipe alemão Filipe de Hesse-Cassel.


Embora seu marido fosse simpatizante do regime nazista, Mafalda não demonstrava o mesmo apreço; por conta disso, em 1943, ela foi internada no campo de concentração de Buchenwald, na Turíngia; em 24 de agosto de 1944, os aliados bombardearam o local, ocasião em que Mafalda restou gravemente ferida, e, na noite de 28 de agosto de 1944, acabou falecendo em razão das lesões.




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Monumento a Mafalda di Savoia-Assia, princesa-consorte da Casa Hesse-Kassel (alemã) e a todas as mulheres que desapareceram nos campos de concentração, durante a II Guerra Mundial, obra em bronze de 2002 do escultor Massimo Clerici. Lungolago Mafalda di Savoia, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.


No próximo post, continuamos em Como, percorrendo o museu em homenagem a Alessandro Volta, o Tempio Voltiano.



Fontes


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.










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