top of page

Oeste de Castela e Leão - Parte I - Centro-Norte da Espanha - 2009

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 27 de mar. de 2021
  • 12 min de leitura

Atualizado: 20 de mai. de 2021


Catedral de Zamora, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


Saindo de O Cebreiro, na Galícia, nós entramos na maior comunidade autônoma da Espanha, Castilla y León. Não somente a maior, mas a que terminou predominando sobre as demais, tornando a língua castelhana, também denominada espanhola, a oficial do Reino da Espanha.


Após a morte do rei asturiano Alfonso III, o Magno, o Reino das Astúrias foi dividido em três, cabendo o Reino de Leão a seu filho Garcia I. Com a morte de Garcia I sem descendência, em 914, seu irmão Ordoño II, que já era rei da Galiza, assume também o trono de Leão e transfere a capital da região de Oviedo, nas Astúrias, para a cidade de León. Com a expansão para o sul, Leão passa a ser o reino cristão mais poderoso da península.


Em 1035, o Condado de Castela é herdado por Fernando I, que provoca uma guerra com Leão, em 1037, e, após sair vencedor, reuniu o condado castelhano ao reino leonês. Com a morte de Fernando I, as regiões foram repartidas entre os filhos dele, e, assim, entre uniões e separações, chegamos a Fernando III, o Santo, rei de Castela, que, em 1230, consegue, por acordos, se alçar a rei de Leão, reunindo as coroas. Por isso Castela e Leão.


a - Villafranca del Bierzo


Nossa porta de entrada foi Villafranca del Bierzo, uma vila que nasceu como ponto de assistência aos peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela, particularmente os de origem franca. Foi iniciada com a criação, por volta da década de 1070, do Mosteiro de Santa María de Cluniaco, por monges beneditinos reformados (Ordem de Cluny), com o beneplácito de Alfonso VI de Leão; por isso, segundo uma das versões, o nome em latim Villa Francorum, ou seja, vila dos francos, que se tornaria, posteriormente, Villafranca del Bierzo.


María Pilar Queralt del Hierro, em "Historia de España", salientou:


"Durante o reinado de seu filho Alfonso VI (1072-1109) o reino começou a abrir-se à influência estrangeira graças aos peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, e aos primeiros monges de Cluny, que implantaram em Castela a cultura românica." (tradução livre do espanhol - pág. 53) - "Historia de España", de María Pilar Queralt del Hierro, Susaeta Ediciones S.A., Tikal Ediciones, Madrid, 2006.


Serviu de palco de alguns episódios da Guerra da Independência (1808-1814), quando os espanhóis, aliados aos ingleses, lutaram por sua independência contra tropas napoleônicas. Em 1808, Napoleão I, o imperador dos franceses, após a ocupação do norte da Espanha por tropas lideradas pelo general Murat, forçou a cessão da coroa espanhola a seu irmão José Bonaparte por Fernando VII, que assumira o trono a pouco, por conta da abdicação de seu pai Carlos IV (genitor também da nossa conhecida Carlota Joaquina). Isso revoltou os espanhóis que, literalmente, não deram um minuto de sossego aos franceses.


Os franceses, diante dessa resistência feroz, ocuparam a vila, danificaram o castelo e saquearam a Colegiata de Santa María de Cluny e o Convento de La Anunciada, profanaram o túmulo dos marqueses e queimaram o arquivo municipal.


O Castillo-Palacio de los Marqueses de Villafranca del Bierzo foi construído, por volta de 1515, para servir de residência do Marquesado de Villafranca. No séc. XVII, o edifício foi submetido a uma remodelação que o transformou de um castelo feudal em um palácio de estilo italianizante.


Castelo dos Marqueses de Villafranca del Bierzo, Comarca del Bierzo, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


Outra grande atração de Villafranca del Bierzo é a Iglesia de Santiago Apóstol, de estilo românico, construída no séc. XII. No século XVIII, foi acrescentada uma capela. Na fachada norte do templo, encontra-se a Puerta del Perdón; qualquer peregrino que não tivesse condições, em razão de enfermidade ou por falta de forças para cruzar as montanhas da Galiza até Compostela, podia encontrar o perdão aqui, confessando de joelhos na escadaria da igreja. A tradição somente tinha validade nos anos santos compostelanos, conhecido como jacobeos, ou seja, quando o dia do santo cai aos domingos. Mas por que Jacobeo? Aqui cabe uma explicação; é que o nome em latim do santo era Iacobus, vindo do hebraico Ya'akov ; em português e espanhol, derivou para Tiago; em inglês, James (Jaime); e em francês, Jacques.


Puerta del Perdón, Iglesia de Santiago Apóstol, Villafranca del Bierzo, Comarca del Bierzo, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


Agora para a templária Ponferrada.


b - Ponferrada


Conta a tradição que o nome da cidade veio da construção de uma ponte reforçada com ferro (pons ferrata) sobre o rio Sil, por volta de 1082, por iniciativa do Bispo Osmundo de Astorga, com colaboração de Alfonso VI de Leão, para facilitar o trânsito dos peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela.


Em torno de 1080, o rei Fernando II de Leão concedeu à vila o foral, com o fim de ser repovoada, e permitiu que a Ordem do Templo (templários) lá se instalasse. Em 1087, há documentos que registram a existência de uma fortificação templária, localizada em uma colina, na confluências dos rios Boeza e Sil. Após a extinção da ordem no início do século XIV pelo Papa Clemente V, o castelo esteve em várias mãos. Por volta de 1440, Pedro Álvarez Osorio, 1º Conde de Lemos, passou a controlar a vila e realizou importantes obras no edifício que lhe deram a atual configuração, composta do castelo velho, da muralha e do palácio renascentista. Hoje é um centro cultural, com documentos medievais e renascentistas, bem como conta com uma biblioteca templária. Na visita turística, pode-se passear pelos edifícios construídos em diversos séculos bem como pelo recinto amuralhado, no qual tem-se uma noção de como funcionava o sistema defensivo desse tipo de fortaleza.


Castillo de Ponferrada, Comarca del Bierzo, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


Outra atração da cidade é a bela Casa Consistorial de Ponferrada, sede do Ayuntamiento (prefeitura), construída entre 1692 e 1705, em estilo barroco, projeto de Pedro de Arén. Destaque para seu grande balcão com varanda de ferro. No alto, bem ao centro do frontispício, o brasão com os símbolos do Império Espanhol.


Casa Consistorial de Ponferrada, com o brasão imperial no alto, Plaza del Ayuntamiento, Ponferrada, Comarca del Bierzo, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


Vamos a Astorga.


c - Astorga


De acordo com uma das versões, Astorga teria derivado do seu nome romano Asturica Augusta, urbe erguida sobre um acampamento romano montado no séc. I a.C., um lugar estratégico na Vía de la Plata, a estrada romana que ligava a região à cidade de Emérita Augusta (Mérida). Era o núcleo receptor do ouro extraído pelos romanos na região de Las Médulas.


A cidade sofreu muito com a disputa entre os povos bárbaros suevos e visigodos, até a invasão e expansão mulçumana na península, sendo, por volta de 714, destruída pelos mouros. Foi, posteriormente, encampada pelo Reino das Astúrias, depois pelo de Leão, de Pamplona, de Portugal, com Afonso Henriques, até cair, definitivamente nas mãos de Fernando III, o Santo, que unificou as coroas de Castela e Leão. Foi muito sitiada e ocupada, de forma alternada, pelas tropas adversárias durante a Guerra da Independência (1808-1814), quando os franceses, a mando de Napoleão Bonaparte, ocuparam a Espanha.


Ainda há trechos da muralha romana, séc. III ou IV, na cidade, como se pode ver na fotografia seguinte:

Muralha romana, séc. III ou IV, que passou por reformas e restaurações na Idade Média, Astorga, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


A construção da Catedral de Santa María de Astorga iniciou no séc. XV, com a nave e as capelas em estilo gótico, continuou nos séculos seguintes com o portal sul e duas capelas perpendiculares à nave, em estilo renascentista, e, por fim, no séc. XVIII, com a fachada principal do grande templo, em estilo barroco.


Portal renascentista da fachada sul da Catedral de Astorga, realizado por Rodrigo Gil de Hontañon em 1551: ladeado por colunas com capitéis platerescos; nos cantos superiores, medalhões com representações de São Paulo (segurando o punho da espada) e de São Pedro (segurando uma chave); no alto, frontão triangular, a efígie do Pai Eterno, abençoando com a mão direita e segurando, com a esquerda, a esfera do mundo; logo abaixo, no nicho, a Virgem de Assunção coroada por anjos. Vê-se que a parte superior externa da nave é dominada pelo estilo gótico.


Uma importante atração da cidade é o Palacio Episcopal, construído pelo renomado arquiteto Antonio Gaudí, expoente do modernismo catalão, em estilo neogótico, entre 1889 e 1915, sob encomenda do Bispo Joan Baptista Grau i Vallespinós, conterrâneo do arquiteto, em razão de o anterior estar bem arruinado. Após demora na construção, Gaudí terminou afastado, sendo o edifício finalizado por Ricardo García Guereta. Nele, efetivamente, não residiu nenhum bispo. Hoje funciona em seu interior o Museo de los Caminos, dedicado ao Caminho de Santiago.


Que nós saibamos, fora da Catalunha, as únicas obras de destinação civil feitas por Gaudí foram este Palacio Episcopal, em Astorga, El Capricho, em Comillas, na Cantábria, e a Casa de Botines, em León.


Palacio Episcopal de Astorga, projeto de Antonio Gaudí, Astorga, Província de León, Castela e Leão, Espanha.


À León.


d - León


Assim como Astorga, León é oriunda de um acampamento romano instalado em 29 a.C., que abrigava a Legio VI Victrix. Por volta de 74, a legião anterior foi substituída pela Legio VII Gemina. Essa legião permaneceu na região de León até o séc. V, ou seja, a única sediada na Hispânia que ficou até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Depois a cidade formou parte do Reino Suevo e, na sequência, do Reino Visigodo. Muito semelhante às demais cidades leonesas, foi conquistada pelos mouros em 712, mas recuperada em pouco tempo por Alfonso I das Astúrias, em 754. Com a ascensão de Ordoño II, que era monarca da Galiza, no séc. X, como rei asturiano, este fez de León a capital e reuniu todas as coroas no Reino de Leão. Assim, León foi capital do reino até 1230, quando a Coroa de Leão foi incorporada ao Reino de Castela.


É o que observou María Pilar Queralt del Hierro, em seu livro "Historia de España":


"Anos depois, seu sucessor, Alfonso I (739-757), concentrou nas Astúrias os cristãos que viviam no vale do Douro e consolidou assim um pequeno reino, enquanto a meseta setentrional se convertia em terra de ninguém entre os domínios muçulmano e cristão (págs. 48 e 49)


"Ao mesmo tempo que avançavam sobre os territórios muçulmanos, os principais reinos da Península Ibérica definiam seus perfis. A isso contribuiu, no primeiro terço do século X, a repartição da herança de Sancho III de Navarra, que legou Navarra a seu primogênito García Sanchez; Aragão a Ramiro, e a Fernando o condado de Castela, independente desde 1035, ao que este somou o reino de Leão quando, anos depois, derrotou a Vermudo III na batalha de Tamarón; uma união efêmera que se converteu em definitiva em 1230 na pessoa de Fernando III, o Santo" (tradução livre do espanhol - págs. 51 e 53) "Historia de España", de María Pilar Queralt del Hierro, Susaeta Ediciones S.A., Tikal Ediciones, Madrid, 2006.


Um dos acontecimentos mais marcantes que ocorreram em León foi a Guerra de Las Comunidades de Castilla. Com a morte de Isabel I de Castela, em 1504, quem herdou o trono foi Joana I, a Louca, e, em razão da condição mental da sucessora, isso gerou instabilidade política. Diante dessa situação, assumiu em 1516 Carlos I, filho de Joana, e, por ter sido criado no Condado de Flandres, não sabia falar bem castelhano e trouxe como Corte nobres e clérigos flamengos. Por conta disso, várias cidades castelhanas se rebelaram contra o monarca; os revoltosos eram conhecidos como comuneiros. Em León, duas famílias dominantes à época aproveitaram-se da situação para resolver suas diferenças: os Guzmanes, pelos comuneiros, e os Quiñones, a favor do rei Carlos I.


Porta do Palacio de los Guzmanes, séc. XVI, estilo renascentista; atualmente funciona aqui a Diputación de León (poder executivo da província). León, Província do mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


A Catedral Santa María de Regla de León foi construída entre os séculos XIII e XIV, em gótico, com base nas técnicas francesas de abobadado e contrafortes, o que permitiu prédios mais estreitos e mais altos. É de planta de cruz latina com três belas naves de grande altura. Os vitrais são as joias da catedral, cobrindo cerca de 1.800 metros quadrados. Um dos pontos que chamam atenção nesse belo edifício é o portal central do lado oeste, conhecido como "de la Virgen Blanca" ou "del Juicio Final".


Portal central da fachada oeste da Catedral de León, o do Juízo Final: No centro, o Cristo Juiz mostra seus estigmas e os anjos trazem os instrumentos de seu martírio. Ajoelhados, a Virgem e São João Evangelista como os principais intercessores. No friso abaixo e nas arquivoltas, cenas do Juízo, em que, no centro, São Miguel Arcanjo pesa, em uma balança, as almas e separa os bem-aventurados que vão para o paraíso, à esquerda de quem observa, dos condenados, à direita, que ficam expostos aos sofrimentos do inferno, como ser devorados por demônios ou colocados em caldeirões com líquido fervendo.


A Real Colegiata de San Isidoro de León é o edifício, depois da Catedral, mais importante da cidade e um dos conjuntos românicos mais importantes da Europa. Iniciado no séc. X a mando de Fernando I, aquele já referido acima que era Conde de Castela e tomou Leão, em 1037, era um monastério feminino no qual eram acolhidas mulheres da família real. Os restos mortais de San Isidoro repousam aqui, após seu translado de Sevilha em 1063.


Também foi construído, no local, pelos reis Fernando I e D. Sancha, o Panteão Real, onde se encontram os restos mortais de mais de 20 monarcas leoneses. A decoração mural ficou sob o encargo da filha deles, D. Urraca, la Zamorana, sendo que, em razão da beleza das pinturas, depois passou a ser alcunhada de Capela Sistina do Românico.


Na ocupação napoleônica (1808-1812), os franceses, além dos saques habituais, utilizaram o conjunto como quartel de suas tropas, e algumas capelas e o Panteão Real como estábulos, abrigando seus cavalos.


A nave central ou capela maior da colegiata foi reconstruída no séc. XVI em estilo gótico. A nave é coberta por abóbada em cruzaria com terceletes. O retábulo gótico veio da Paróquia de Pozuelo de la Orden, Valladolid, em 1920, tendo sido elaborado entre 1525 e 1530, com a colaboração de um mestre conhecido como Giralte, composto por vinte e quatro tábuas de pintura. A custódia é de prata e guarda a hóstia consagrada dia e noite exposta, privilégio papal muito antigo, que compartilha com a Catedral de Lugo.


Nave central da Colegiata de San Isidoro de León, com destaque para a abóboda em cruzaria e para o retábulo com vinte quatro quadros de pintura.


A origem do Convento de San Marcos foi um templo-hospital para abrigo e assistência à saúde dos peregrinos de Santiago de Compostela, construído, no séc. XII, por ordem da Infanta Sancha Raimúndez, irmã de Alfonso VII de León. Serviu de residência principal, no Reino de Leão, da instituição religiosa-militar Ordem de Santiago. No séc. XVI, em razão de seu mau estado, foi derrubado e outro foi erguido com o dinheiro doado por Fernando de Aragão, o Católico, em 1514. Mas a obra somente foi iniciada após a ascensão do neto de Fernando, Carlos I de Espanha (Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico), por volta de 1530.

Sua fachada é uma joia do plateresco espanhol (estilo renascentista próprio da Espanha). Sobre o portal, vê-se a imagem de Santiago Matamoros sobre um cavalo; acima do balcão central, tem-se um escudo com a Cruz de Santiago e um Leão (que pode representar São Marcos ou o Reino de Leão); acima do conjunto, o escudo de armas reais.

Uma das curiosidades é que esteve aqui detido o grande escritor espanhol Francisco de Quevedo, por volta de 1640, por ordem do valido de Felipe IV, o Conde-Duque de Olivares.

Hoje é mais um hotel de luxo da rede pública Paradores de España e conta com 51 quartos e diversos salões de eventos: Hostal de San Marcos.

Convento de San Marcos, atual Parador de León, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


Casa de Botines é mais uma obra, fora da Catalunha, do renomado arquiteto Antonio Gaudí, expoente do modernismo catalão, encomendada por Simón Fernández e Mariano Andrés, sócios de um armazém de tecidos e uma casa de câmbio, em León. É um edifício de planta trapezoidal, erguido em 1892, mesclando os estilos neogótico e modernista, sem abandonar o toque pessoal de Gaudí. Hoje, no local, funciona um museu dedicado a Gaudí.


Casa de Botines, Antonio Gaudí; a porta principal é de ferro fundido, e, em cima, tem-se um leão também em ferro fundido, homenagem à cidade de León; acima do portal de entrada, há uma escultura de São Jorge e o Dragão, obra do escultor catalão Llorenç Matamala, talhada por Antonio Cantó; a que se encontra no local hoje é uma réplica. León, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


Descemos para Zamora.


e - Zamora


Tudo leva a crer que o topônimo Zamora derivou do nome pelo qual os visigodos a chamaram - Semure -, e que os mouros, quando a ocuparam, transformaram em Azemur.


Ocupada inicialmente pelos suevos, Zamora fez parte do Reino Visigodo até ser tomada e destruída pelo mouros. Os cristãos chegaram à região no reinado de Afonso II das Astúrias, no fim do séc. VIII para o início do IX. Até 1212, quando se deu a Batalha de las Navas de Tolosa, Zamora era, para os cristãos, um ponto estratégico para o controle dos vales dos rios Douro e Tormes.


Um marco histórico de Zamora é que foi nesta cidade que, em 05 de outubro de 1143, se realizou a conferência de paz entre Alfonso VII de Leão e Afonso I de Portugal (Afonso Henriques), na qual foi reconhecida a independência de Portugal pelo Tratado de Zamora.


Como pontifica María Pilar Quralt del Hierro, na sua obra "Historia de España":


"Devido a uma série de problemas internos da dinastia castelhano-leonesa ambos os reinos [Castela e Leão] voltaram a cindir-se, o que foi a causa da independência de Portugal" (tradução livre do espanhol - pág. 53) "Historia de España", de María Pilar Queralt del Hierro, Susaeta Ediciones S.A., Tikal Ediciones, Madrid, 2006.


A maior parte da Catedral de Zamora foi construída entre os séculos XII e XIII, em estilo românico com influência bizantina, mas, por volta do séc. XV, houve alterações seguindo o estilo gótico. Os pontos que chamam mais atenção no templo católico são: o zimbório (espécie de torre que se constrói sobre o cruzeiro de uma igreja para iluminar e ventilar o interior), que tem o formato de um tambor perfurado por 16 janelas sobre o qual se eleva a cúpula galonada, com fascinante porte oriental; e o Portal do Bispo, completamente original, também de influência oriental.

Catedral de Zamora; destaque para o zimbório ou domo, bem no alto e no centro da nave, com sua cúpula galonada. Zamora, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


O belíssimo Portal do Bispo da Catedral de Zamora; esculturas românicas: no nicho esquerdo de quem olha, São João Evangelista e São Paulo; à direita, a Virgem Theotokos (Mãe de Deus). Zamora, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


O Palacio de los Condes de Alba y Aliste foi erguido no início do séc. XVI. Mas, após ter sido muito danificado durante as guerras comuneiras, houve necessidade de uma grande reforma empreendida pelo 4º Conde, Enrique Enríquez de Guzmán, em estilo renascentista. Hoje faz parte da rede pública de hotéis Paradores de España.

Palacio de los Condes de Alba y Aliste (Parador de Zamora), Zamora, Província de mesmo nome, Castela e Leão, Espanha.


Aqui termina nossa primeira parte do Oeste de Castela e Leão. No próximo post, nós começaremos em Salamanca.


Fontes: Wikipedia e "España" Guías Visuales, DK El Pais Aguilar, Octava edición, Santillana Ediciones Generales, S. I. Madrid, 2011.


Kommentare


Obrigado por se subscrever!

SUBSCREVER

bottom of page