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Parma - Parte II - Norte da Itália - Região Emilia-Romagna - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 18 de mai. de 2024
  • 16 min de leitura

Leão de mármore vermelho do portal de entrada, representando a força de Cristo. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Continuando nosso passeio por Parma, ainda na Piazzale della Pace, vimos o Complesso Monumentale della Pilotta.


La Pilotta era um complexo de instalações palacianas, cujo primeiro núcleo, de 1583, foi obra de Francesco Paciotto, encomendada pelo duque Ottavio Farnese, que pretendia a construção de uma galeria com pórticos para unir os dois palácios ducais, della Rocchetta e del Parco. Seu nome vem do jogo basco de "pelota" praticado no pátio durante as celebrações da corte farnesiana.


A estrutura, danificada pelos bombardeios de 1944, foi parcialmente reconstruída. Hoje, conhecida desde 2016 como Complesso Monumentale della Pilotta, abriga a Biblioteca Palatina, o Museu Arqueológico, a Galeria Nacional, o Teatro Farnese e o Museu Bodiano, dentre outros equipamentos.




Complesso Monumentale della Pilotta, visto a partir da Piazzale della Pace. Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Complesso Monumentale della Pilotta, visto a partir da Piazzale della Pace; à esquerda, vê-se a parte frontal do Altar do Monumento de Giuseppe Verdi. Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Ainda no entorno da praça, lanchamos no Poldo Panini dei Servi, ocasião em que nos deliciamos com panini recheados de presunto de Parma e creme de queijo parmesão.




No canto de um belo edifício, lanchamos no Poldo Panini dei Servi, Strada Garibaldi, 17, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Poldo Panini dei Servi, Strada Garibaldi, 17, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Interior do Poldo Panini dei Servi, onde podemos ver vários embutidos expostos, dentre eles o presunto de Parma. Strada Garibaldi, 17, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Interior do Poldo Panini dei Servi. Strada Garibaldi, 17, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Panini com crema al Parmigiano-Reggiano e Prosciutto Crudo di Parma. Poldo Panini dei Servi, Strada Garibaldi, 17, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Nas proximidades da Piazzale della Pace, temos a Fondazione Museo Glauco Lombardi, instalada em algumas salas do grande complexo conhecido como Palazzo di Riserva, que aparece nos mapas topográficos desde o século XVII como pertencente aos duques de Parma, ligado ao complexo sistema de edifícios destinados à vida do Corte Farnesiana (Palácio Ducal, della Pilotta, Chiesa di San Pietro Martire, Palazzo del Giardino).


As salas que hoje abrigam o museu foram transformadas em 1764 em cassino de jogos para nobres e cortesãos, pelo arquiteto Ennemond Alexandre Petitot, de acordo com o testamento do duque Filippo I di Borbone-Parma e de seu hábil primeiro-ministro Guillaume du Tillot.


O arquiteto francês conferiu a esta zona do palácio o rigoroso aspecto neoclássico que ainda o caracteriza, apesar das subsequentes e, por vezes, traumáticas transformações sofridas por todo o edifício (demolição do teatro ducal e a subsequente construção dos correios, a demolição da escadaria de acesso ao piso nobre e a transformação radical deste último no período pós-unificação para dar lugar a escritórios do Estado, ou a redução da fachada virada ao sul efetuada em 1906 para a abertura da atual Via Pisacane.


Foi o duque Carlo III di Bourbone-Parma quem decretou a transformação do Casino dei Nobili em sua residência privada e confiou o projeto ao arquiteto Paolo Gazola: em meados do século XIX as atuais salas de exposição do Museu assumiram o aspecto, dimensões e a disposição que ainda as caracteriza.


Hoje, parte do palácio é ocupado pelo Museo Glauco Lombardi, que nasceu da coleção do professor Glauco Lombardi (1881-1970), que, ao longo da sua vida, se dedicou à recuperação, estudo e valorização do que restava, no mercado de antiguidades ou em coleções particulares, do enorme patrimônio artístico e documental da Parma dos Bourbons (1748-1802, 1847-1859) e da Parma Ludoviciana (período da regência de Maria Luigia di Parma (Maria Luísa de Áustria), segunda esposa de Napoleão Bonaparte) (1816-1847).




Palazzo di Riserva, sede da Fondazione Museo Glauco Lombardi, instituição que abriga coleções de objetos e documentos da Parma dos Bourbons e da Ludoviciana (período da regência de Maria Luísa de Áustria, segundo esposa de Napoleão Bonaparte). Strada G. Garibaldi, 15, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Placa alusiva a Maria Luísa de Áustria e Napoleão Bonaparte na fachada do Palazzo di Riserva. Strada G. Garibaldi, 15, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Na sequência, seguimos pela Strada Carlo Pisacane, até encontrarmos a Piazza Duomo, onde nos deparamos com o belo conjunto de edifícios religiosos no entorno da praça: a Cattedrale di Santa Maria Assunta, o Palazzo Vescovile (Vescovado) e o Battistero di San Giovanni Battista.


A Cattedrale di Santa Maria Assunta, dedicada, como o nome já explica, à Nossa Senhora da Assunção, está entre os edifícios românicos do Vale do Pó mais representativos da época. Iniciada por volta de 1059 (ou 1074), foi consagrada em 1106. Hoje a fachada tem telhado de duas águas, três ordens de loggias e três portais. A fachada, originalmente concebida entre duas torres, como contemporânea da Catedral de Fidenza, tem, atualmente, apenas uma construída, erguida entre 1284 e 1294 e ostentando no seu alto o anjo de cobre dourado, cujo original se encontra, hoje, dentro do Museu Diocesano; a segunda torre foi iniciada em 1602 e logo interrompida.


No interior, a catedral apresenta uma estrutura de três naves e um transepto com capelas laterais que terminam em absides.


A decoração interna apresenta peças escultóricas de notável interesse, dentre elas, no transepto, a "Deposição do Corpo de Cristo da Cruz" de Benedetto Antelami, uma obra-prima gótica, provavelmente de 1178. Entre 1526 e 1530, Correggio (já citado no post anterior) pintou o afresco da cúpula, uma das obras-primas da arte italiana do século XVI, representando a Assunção da Virgem rodeada de Apóstolos e anjos carregando instrumentos musicais e os santos padroeiros da cidade entre nuvens. O movimento ascendente rodopiante dos santos, num vislumbre do céu, anula completamente o espaço real e representa o modelo fundamental sobre o qual se basearão as grandes decorações barrocas do século seguinte.




Cattedrale di Santa Maria Assunta, iniciada por volta de 1059 e consagrada em 1106, cuja fachada podemos observar a única torre, com cerca de 63 metros de altura, à esquerda, o telhado de duas águas, os três corpos de loggias e três portais. Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


O portal principal se destaca pelos dois grandes leões de mármore que guardam a entrada da catedral: esculpidos em 1281 por Giambono da Bissone, são um dos símbolos do edifício religioso; a porta, no entanto, é obra de Luchino Bianchino, que a esculpiu em 1494.


Olhando mais de perto os dois leões, logo percebe-se que eles não são perfeitamente simétricos; um é vermelho, o outro, branco; parece que esta diferença pode ser interpretada como a dupla natureza humana e divina de Cristo; os dois leões representam o Senhor e personificam a sua força, a capacidade de apoiar a sua Igreja e a vitória sobre a morte.




Portal de entrada da Cattedrale di Santa Maria Assunta; no qual se veem os dois leões de mármore, sendo o da esquerda de cor branca e o da direita, vermelha. Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Leão de mármore vermelho do portal de entrada, representando a força de Cristo. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O altar-mor, e, na cúpula que cobre a abside, vê-se o afresco "Cristo em Glória", pintado por Gerolamo Mazzola Bedoli, que transmite em imagens a intensidade do mistério eucarístico e domina toda a catedral desde a abside; no centro da representação está Cristo, que, ainda mostrando os sinais do seu sacrifício, ascende ao céu entre um clarão de anjos e santos; a cena é dominada por uma intensa luz celestial e veem-se os símbolos da paixão reunidos numa única composição, ladeando Cristo, a Cruz e o poste de flagelação, acompanhando os fiéis numa jornada espiritual que vai do sofrimento terreno à glória divina. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Altar-mor e transepto; na cúpula do transepto, está o afresco "A Assunção da Virgem", de Correggio, século XVI, concluída por volta de 1530, uma grandiosa obra em perspectiva, onde luz, composição e movimento se unem numa obra-prima de ilusionismo visual; abrangendo a linguagem pictórica renascentista e a audácia da arte barroca, esta cúpula foi logo definida como “escandalosa” por alguns críticos contemporâneos; o que mais impressiona o observador é, sem dúvida, a Ascensão de Maria ao céu: um emaranhado rodopiante de figuras que acompanham a Virgem em direção ao círculo dos bem-aventurados; no centro da cúpula está Cristo, que desce da luz com uma pose plástica incrivelmente inovadora para a época. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O belo púlpito esculpido por Paolo Froni em 1613, voltado para a nave central. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O órgão da Catedral de Parma, construído em 1787 por Andrea e Giuseppe Serassi. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O ciclo de afrescos de Lattanzio Gambara, realizado entre 1567 e 1573, é um imponente conjunto de pinturas renascentistas que acompanha o percurso dos fiéis ao longo de toda a nave central: é a história pintada da Vida de Cristo e episódios retirados do Antigo Testamento; tanto a parede direita como a esquerda são totalmente ocupadas pelos afrescos, que seguem uma organização temática precisa: as pinturas retratam episódios do Novo Testamento, as arcadas contêm imagens retiradas do Evangelho, enquanto as lunetas contêm representações de personagens alegóricos; com esta impressionante obra, Lattanzio Gambara testemunha a sua formação acadêmica, mas também a influência da pintura de Giulio Romano. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O belíssimo teto da nave direita (de quem olha para o altar-mor) da Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Na contrafachada, acima da porta principal, vê-se um grande afresco representando a "Ascensão de Cristo", pintado por Lattanzio Gambara, entre 1571 e 1573; já os afrescos da abóboda (teto) são obra de Girolamo Bedoli-Mazzola, que os pintou entre 1555 e 1557. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Cappella di Sant’Agata, com afrescos de Sebastiano Galeotti e pinturas de quadraturas de Pellegrino Spaggiari (possivelmente século XVIII); a pintura representando Jesus Crucificado e os Santos Ágata, Madalena e Bernardo degli Uberti é da autoria de Bernardino Gatti, realizada entre 1566 e 1568. Cattedrale di Santa Maria Assunta, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Na mesma praça, em frente à catedral, podemos ver o Vescovado (Palazzo Vescovile) e o Museo Diocesano


Datado do século XI-XII, o Paço Episcopal (Vescovado ou Palazzo Vescovile) foi várias vezes remodelado e a versão atual data do início do século XX; a operação efetuada devolveu-lhe o aspecto de edifício medieval com pórtico inferior, de arcos redondos, murado e encimado por duas ordens de janelas triluminárias com arcos; o pátio interno foi acrescentado no século XVI.


Ao longo do vicolo del Vescovado (beco do Bispado) ainda se podem observar as peças medievais como a torre e a entrada monumental em pedras quadradas. No seu interior encontram-se obras da propriedade da Cúria.


No início do beco encontra-se a entrada do Museo Diocesano "Benedetto Antelami", que ocupa o subsolo do Vescovado; o objetivo do museu é a exposição de um itinerário cronológico centrado na história da difusão do cristianismo na cidade, começando pela época romana e continuando com a seção da Alta Idade Média e Medieval; a exposição tem particular interesse na formação do complexo episcopal, da Catedral (Duomo) e do Batistério; em parte do itinerário do museu pode-se ver um trecho das antigas muralhas romanas do final do século III d.C.; entre os objetos expostos estão achados de cristãos primitivos, moedas, estuques romanos e cerâmicas medievais.




Vescovado ou Palazzo Vescovile (Palácio Episcopal), erguido por volta do século XI-XII, teve sua feição medieval original recuperada no início do século XX; em destaque, o pórtico inferior, de arcos redondos, murado e encimado por duas ordens de janelas triluminárias com arcos. Piazza Duomo, 1, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




L'Angiolen dal Dom, como é chamado no dialeto de Parma, está exposto no Museu Diocesano, sendo a estátua original; até o século XX, encontrava-se no topo da torre sineira da catedral, onde hoje é possível ver uma cópia; com 1,42 metros de altura e composta por duas válvulas ocas de cobre feitas por fusão, a imagem representa o Arcanjo Rafael em pé, de asas abertas, coberto com um vestido drapeado: na mão segura uma grande cruz, e uma auréola dourada envolve sua cabeça; não se sabe o nome do autor, mas o artista possivelmente conhecia a obra do grande Antelami, admirando os muitos anjos presentes em sua obra, incluindo as duas estátuas de Gabriel e Miguel no lado norte do Batistério. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Uma pequena lâmpada de barro trazendo na parte superior um dos símbolos do cristianismo primitivo, o Chi-Rho, que é a combinação da letra grega chi (X) e rho (P), as duas primeiras letras da palavra grega que significa “Cristo”; juntas elas representam Jesus; provavelmente do século I ou II d.C.. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Rei Salomão e a Rainha de Sabá; estas duas estátuas se encontravam na porta da entrada norte do Batistério e são obra do grande mestre Benedetto Antelami, primeiro decênio do século XIII; as duas estátuas até hoje apresentam vestígios de policromia; o Rei Salomão, voltado para a esquerda, olha para a sua convidada e, com a boca entreaberta, parece falar com ela, enquanto a Rainha de Sabá parece virar-se para ouvir Salomão, com a cabeça coroada ligeiramente virada e usando um elegante vestido drapeado; as duas figuras, de grande elegância e encanto, remetem, com o seu porte e vestuário, aos modelos dos soberanos orientais e das damas aristocráticas francesas, trazendo outras questões sobre a vida, as viagens e a figura extraordinária de Benedetto Antelami. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Laje com São Martinho partilhando o seu manto com um peregrino; placa de mármore, tendo na borda superior a inscrição em : "ASPICE MARTINU(M) NUDU(M) TEGIT H(UNC) PEREG(R)INUM"; reaproveitado no piso renascentista da catedral, provavelmente era originário do recinto "pré-Antelâmico" do presbitério do duomo, do século XII. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Laje com Sansão massacrando o leão; mármore vermelho de Verona; reaproveitado no piso renascentista da catedral; provavelmente era originário do recinto "pré-Antelâmico" do presbitério do duomo, século XII. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Em 1955, uma escavação realizada no interior da Piazza Duomo trouxe à luz uma estratificação arqueológica incluindo vários níveis de mosaicos, já visíveis após os danos causados durante a Segunda Guerra Mundial.


Um dos mosaicos recuperados, em azulejos muito pequenos, numa parte de 3,37m x 5,25m, é caracterizado por uma decoração geométrica e floral estilizada, disposta em hexágonos rodeados por motivos trançados; pode remontar entre os séculos V e VI.


No interior de um grande clípeo (escudo), também rodeado por motivos trançados, está representado um cantharos cheio de água ladeado por peixes e encimado por golfinhos.


A dupla presença da inscrição dos ofertantes e da imagem dos cantharos e dos peixes, referência à Salvação, permite-nos atribuir o tapete de mosaico a um edifício de culto cristão, identificado, na altura da sua descoberta, com a Sé original da cidade.




Tapete de mosaico formado, principalmente, por uma decoração geométrica e floral estilizada, disposta em hexágonos rodeados por motivos trançados; na parte superior, o meio escudo (clípeo) com símbolos cristão: o cântaro cheio de água, rodeado por peixes e golfinhos; provavelmente remonta entre os séculos V e VI d. C. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Em destaque, clípeo, rodeado por motivos trançados, representado um cantharos cheio de água ladeado por quatro peixes e encimado por dois golfinhos. Museo Diocesano "Benedetto Antelami", Vescovado, Vicolo del Vescovado, 3/A, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


Ainda no entorno da Piazza Duomo, temos o Battistero di San Giovanni Battista, que é um dos monumentos mais significativos da transição do românico para o gótico inicial.


Inspirado nos modelos da antiguidade tardia, é nos impulsos ideais que movem os municípios medievais, incluindo a própria Parma, que Antelami encontra o contexto perfeito para se expressar.


O Batistério de Parma foi construído sob a direção de Benedetto Antelami, autor de grande parte do projeto arquitetônico e escultórico, tendo a primeira fase das obras ocorrido entre 1196 e 1216; retomada entre 1260 e 1270 pelos mestres de Campione, a construção foi concluída com a última galeria cega, a balaustrada e os pináculos de coroamento entre, aproximadamente, 1300 e 1302.


O exterior do edifício, em mármore rosa de Verona, tem a forma de um prisma octogonal; na zona inferior existem portais com arcos de volta perfeita em cada uma das três fachadas; os quatro registros superiores são constituídos por loggias arquitravadas, enquanto a quinta e última ordem é formada por uma galeria cega com arcos ligeiramente pontiagudos sobre semicolunas.


No interior, o registo superior apresenta duas ordens de loggias trabatidas, intercaladas por nervuras que sustentam a abóbada ogival dividida em dezesseis segmentos. Abaixo estão treze absides, que se alternam com três portais encimados por lunetas.


Ao centro encontra-se uma dupla bacia batismal e, numa das absides, uma fonte de aspersão sustentada por um leão.




Battistero di San Giovanni Battista, a primeira fase da construção se deu entre 1196 e 1216 e a conclusão ocorreu em 1302; o prédio, em forma de prisma hexagonal em mármore rosa; na parte inferior, veem-se portais em arco perfeito em três fachadas, enquanto, nas demais, cinco arcos cegos com duas colunas coríntias, cada; acima, quatro ordens de loggias arquitravadas, enquanto a última ordem é constituída por uma galeria cega com arcos ligeiramente pontiagudos sobre semicolunas, encimada por uma balaustrada e pináculos de coroamento. Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O Portal da Virgem, voltado para o norte e para Piazza Duomo, era a entrada solene utilizada pelo bispo; leva o nome da Virgem coroada, segurando uma flor e o Menino abençoado, tendo, à esquerda, os três Reis Magos em adoração, que ocupam a luneta superior; logo abaixo, pode-se ver uma dupla onda de água, que alude simbolicamente ao batismo, e, mais abaixo, a representação das Histórias de São João Batista: o batismo de Jesus, o banquete de Herodes e a decapitação do santo; nos batentes que ladeiam à porta, observam-se duas árvores genealógicas, que descrevem a história da linhagem do Messias: a de Jacó, que termina com Moisés, prefiguração de Cristo, e a de Jessé, da qual deriva Maria, mãe de Jesus; a porta é completada pelo friso superior, onde estão colocados os doze apóstolos, rodeando a luneta; na arquitrave, está gravada a inscrição com o nome do “escultor Benedictus” (Benedetto) e o início da obra, 1196. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




A segunda pia batismal, utilizada desde o século XIV para batismo por infusão; a bacia da pia apresenta uma decoração vegetalista (a árvore do Jardim do Paraíso), um denso emaranhado de ramos entre os quais também ocupam lugar alguns animais; a base da fonte consiste em um leão agachado com uma presa entre as patas; enquanto o leão é símbolo de Cristo que venceu a morte, os crentes ressuscitados para uma nova vida com o batismo são representados pelos animais que habitam as folhagens do Jardim do Paraíso. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




O altar-mor, que se encontra no nicho da abside leste, é uma arca de mármore rosa de forma cúbica; na frente do altar, aparecem, em baixo-relevo, São João Batista, um sacerdote e um levita que indicam, aludindo a Cristo, o verdadeiro sacerdote; com os seus gestos resumem figurativamente o significado teológico da mesa eucarística; o afresco do nicho da abside representa o Batismo de Cristo, obra dos mesmos autores da cúpula. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




No alto do altar, vê-se a representação, em alto-relevo, do Cristo-Juiz entre os símbolos dos quatro evangelistas e dois anjos. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


A cúpula representa a parte mais importante do Batistério e constitui um exemplo peculiar de abóbada em guarda-chuva: dezesseis nervuras dispostas em padrão radial ramificam-se do ápice da pedra angular; entre elas, afrescos, cuja autoria se reputa a mestres atualizados aos métodos bizantinos e datadas da década de 1260, divididos em seis faixas, de cima para baixo: 1- Empíreo (o ponto mais alto do Paraíso); 2 - Paraíso (Jerusalém Celestial); 3 - Apóstolos e Evangelistas; 4 - Cristo entre a Virgem e São João Batista; Profetas; 5 – Vida de São João Batista; e 6 - Vida de Abraão e representações alegóricas (nas lunetas).




A cúpula e paredes do Batistério di Parma: os afrescos divididos em seis faixas horizontais concêntricas: na primeira faixa (a partir de baixo) estão representados episódios da vida de Abraão e alegorias (nas lunetas); na segunda, está representada a vida de São João Batista; na terceira, o Cristo glorioso com a Virgem e São João Batista, rodeado por uma série de profetas e reis; na quarta, os Apóstolos e os Evangelistas; na quinta, a Jerusalém celestial com seus muros (Paraíso), seguida do céu com as estrelas fixas e, por fim, na sexta, o Empíreo (o ponto mais alto do Paraíso), vermelho como a cor do amor. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Afrescos da cúpula do Batistério de Parma, com suas faixas com motivos bíblicos; em destaque, a abóbada em guarda-chuva, com dezesseis nervuras dispostas em padrão radial ramificando-se do ápice da pedra angular. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Uma das treze absides do Batistério de Parma, na qual se vê possivelmente um armário de vestes eclesiásticas, sobre o qual há uma talha representando a Virgem com o Menino, em baixo-relevo. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Talha representando a Virgem com o Menino, em baixo-relevo, colocada em um dos nichos abisdais do Batistério de Parma; embaixo vê-se escrito em latim "Ave Regina coelorum" (Salve, Rainha do Céu). Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


No interior do Batistério, expostas em torno da grande pia batismal, estão colocadas quatorze estátuas (doze meses e duas estações); são atribuídas à oficina do Mestre Antelami que, no entanto, não completou o ciclo; na verdade, faltam duas estações (Verão e Outono) e a superfície das esculturas ainda apresenta vestígios das ferramentas de processamento.




Esculturas referentes aos meses, realizadas pela oficina do Mestre Antelami, provavelmente no início do século XIII: da esquerda para direita: fevereiro, com o agricultor preparando a terra com a pá; janeiro, com a típica iconografia de Jano Bifronte (duas faces); e dezembro, com o fazendeiro cortando lenha durante o inverno. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Esculturas referentes aos meses, realizadas pela oficina do Mestre Antelami, provavelmente no início do século XIII: da esquerda para direita: novembro, com o fazendeiro na colheita do nabo; outubro, com o agricultor semeando o grão; e setembro, com o agricultor a colher as uvas. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Esculturas referentes aos meses, realizadas pela oficina do Mestre Antelami, provavelmente no início do século XIII: da esquerda para direita: agosto, com o agricultor a preparar as barricas para prensagem das uvas; julho, com o fazendeiro que instiga com relho os cavalos a pisotear as espigas; e junho, com o agricultor colhendo trigo. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.




Esculturas referentes aos meses, realizadas pela oficina do Mestre Antelami, provavelmente no início do século XIII: da esquerda para direita: maio, com um jovem cavaleiro com uma foice na mão para fornecer comida para seu cavalo; era o mês das reuniões de primavera para as campanhas militares do Império (Sacro Império Romano-Germânico); abril, que é o rei dos meses, com a coroa na cabeça (é o mês da Páscoa); na mão direita, como cetro, ele tem um ramo florido, e, na esquerda, uma flor; e março, representado como um jovem tocando uma espécie de trompa, o olifante, da qual resta uma parte. Battistero di San Giovanni Battista, Piazza Duomo, Parma, capital da província de mesmo nome, da Região Emilia-Romagna, Itália.


No próximo post, Maranello, para conhecer o Museu da Ferrari.


Fontes:


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.











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