Mendoza - Parte I - Oeste da Argentina - 2010
- Roberto Caldas
- 3 de ago. de 2021
- 12 min de leitura

Monumento al General San Martín; em bronze fundido. Plaza San Martín, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
Na viagem programada para conhecer o Chile, em 2010 (ver nosso post "Chile - 2010"), nós decidimos atravessar os Andes e visitar a linda cidade de Mendoza, Argentina.
Pensamos, inicialmente, em alugar um automóvel para fazer o percurso de Santiago, Chile, a Mendoza, mas, depois de consultas a algumas locadoras, descobrimos que havia muita burocracia para atravessar a fronteira com veículo registrado no Chile; assim, mudamos nosso plano e compramos passagens de ônibus.
A Cordilheira dos Andes está no lado oeste da América do Sul, acompanhando a costa do oceano Pacífico. São cerca de 8.500 km de longitude, sendo a cordilheira mais comprida do mundo, e sua largura varia de 250 a 750 km. A partir do norte, sai da Venezuela, atravessa Equador, Colômbia, Peru, Bolívia e, ao sul, divide Chile e Argentina, chegando à Terra do Fogo.
Nossa travessia se deu pelos "Andes Áridos", que se estendem do Cerro Tres Cruces até o Paso de Pino Hachado. Pode-se deduzir pelo nome que um dos destaques desse trecho da cordilheira é sua aridez. Suas passagens são difíceis e escarpadas, bem como neles se encontram grandes alturas como o vulcão Tupungato, de 6.638 metros, o cerro Mercedario, de 6.720 metros, e o ponto mais alto das Américas, o cerro Aconcágua, de 6.960 metros.
A aridez é tão grande que, muitas vezes, essas alturas lembram paisagens lunares.

Subindo os Andes, ainda no Chile a caminho de Mendoza, podendo ainda ser vista alguma vegetação. Região de Valparaíso, Chile.

Andes no Chile, a caminho de Mendoza; ainda se vê alguma vegetação rasteira à esquerda, bem como, pelo pequeno tamanho do caminhão na estrada, na parte inferior da fotografia, tem-se a dimensão da grandiosidade das alturas da cordilheira. Região de Valparaíso, Chile.

Andes no Chile, a caminho de Mendoza; agora se vê o predomínio de uma paisagem lunar, com bastante aridez. Região de Valparaíso, Chile.

Instalações do Ejército Argentino, Pedágio Cristo Redentor, Las Cuevas, rodovia RN7, Andes, Argentina.

Aconcágua, maior elevação da América do Sul, 6.960 metros, vista a partir da rodovia RN7, nas proximidades da entrada do Parque do Aconcágua, Argentina.

Aconcágua, maior elevação da América do Sul, 6.960 metros, vista a partir da rodovia RN7, nas proximidades da entrada do Parque do Aconcágua, Argentina.

Nosso ônibus na travessia dos Andes Áridos de Santiago (Chile) a Mendoza (Argentina). Província de Mendoza, Argentina.
Mendoza está localizada no oeste da Argentina e é capital da província de mesmo nome. A este dessa bela cidade fica a Cordilheira dos Andes.
Os primeiros espanhóis chegaram à região, conhecida como Cuyo, em 1551, chefiados por Francisco de Villagra, a mando do governador e capitão-geral do Chile, Pedro de Valdivia. Mantiveram boas relações com os indígenas locais, os Huarpes, com os quais passaram o inverno, tendo, posteriormente voltado ao Chile.
Após a morte de Valdivia, o novo governador do Chile, García Hurtado de Mendoza determinou que o capitão Pedro del Castillo povoasse a região cuyana.
Em 22 de fevereiro de 1561, Pedro del Castillo tomou posse do vale de Huentota, fundando a Ciudad de Mendoza del Nuevo Valle de La Rioja, obviamente uma homenagem ao governador do Chile. Ficou sob jurisdição da Capitania-Geral do Chile, que, na época, fazia parte do Vice-Reino do Peru.
A fundação da cidade foi motivada pela necessidade de estabelecer uma estação antes da passagem pela Cordilheira dos Andes, no caminho comercial que ia do Río de la Plata a Santiago de Chile. Chegou a ser a segunda em tamanho, após a criação do Vice-Reino do Rio da Prata, no século XVIII, cuja capital era Buenos Aires, que abrangia partes dos atuais países Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru e Brasil.
Após a queda do Vice-Rei Cisneros, representante no Prata do governo espanhol, resultante do movimento independentista iniciado em Buenos Aires em 1810, chegou a notícia em Mendoza da formação da Primeira Junta de Governo, ocasião em que os notáveis da cidade, reunidos no Cabildo local, decidiram aderir à causa e enviaram congressistas ao que ficou conhecido como Junta Grande.
Foi em Mendoza, entre 1814 e 1817, que o então governador de Cuyo, o General San Martín, o grande herói argentino, organizou o famoso Ejército de los Andes, com o qual cruzou os Andes, libertou, na companhia do General Bernardo O'Higgins, o Chile, e, em seguida, auxiliou na independência do Peru.
Em 1835, Charles Darwin visitou a região e, em suas anotações de viagem, deixou referências sobre os aspectos culturais, geológicos, flora e fauna do local.
Um grande trauma para os habitantes de Mendoza foi o terremoto ocorrido em 20 de março de 1861, o maior sismo registrado na província, de magnitude 7 na escala Richter. Estima-se que 40% a 60% da população pereceram. Grande parte da edificação colonial foi destruída, o que motivou a construção da Ciudad Nueva na região da antiga Hacienda de San Nicolás, cerca de 1 km a sudoeste da área fundacional.
A base da atual cidade surgiu de um novo ordenamento feito em 1863 pelo agrimensor francês Julio Balloffet, constituído pela disposição de quatro praças menores - hoje conhecidas como Chile, San Martín, Italia e España - circundando uma praça maior - Independencia.
À semelhança de grande parte das cidades argentinas, Medonza, no final do século XIX, recebeu muitos imigrantes, principalmente de origem italiana, espanhola, francesa, árabe e judia.
A cidade nos impressionou muito positivamente. Seus habitantes são muito hospitaleiros e de uma simpatia espontânea. Na época em que nós a visitamos, o real era muito valorizado em relação ao peso argentino, ou seja, tanto vestuário como alimentação tinham preços muito interessantes. Produtos de couro, de excelente qualidade e confecção, tinham valores muito baixos comparados com os ofertados pelo mercado brasileiro, e as carnes e os vinhos eram, comparativamente, muito baratos.
A cidade também tem uma variada oferta cultural e diversão noturna. Possui uma fisionomia de notória influência europeia, como quase todo o resto da Argentina, observável nos estilos arquitetônicos, bem como nas amplas avenidas e ruas arborizadas.
Mendoza é o núcleo a partir da qual partem e são ofertados os serviços turísticos com destino a diversos lugares da província, principalmente os atrativos da montanha e das bodegas (vinícolas). Possui uma boa oferta hoteleira desde a linha de hostels até hotéis 5 estrelas.
A Plaza Pedro del Castillo era o centro da conhecida Área Fundacional, que foi bem danificada no terremoto de 1861 e culminou com o deslocamento do eixo principal da cidade mais para sudoeste. Na época colonial era conhecida como Plaza de Armas ou Plaza Mayor, o centro cívico e religioso de Cuyo.
Após o grande abalo sísmico, a praça ficou abandonada por muito anos, formando parte do setor de ruínas. Em 1912, a praça foi rebatizada de Pedro del Castillo, em homenagem ao seu fundador e, em 1993, foi inaugurado no local o conjunto conhecido como "Área Fundacional", que inclui a praça, um museu (guarda os testemunhos históricos da Plaza Mayor, as ruínas da Iglesia de San Francisco, vestígios do Cabildo, do antigo matadouro, da feira municipal, do pátio e da câmara subterrânea da fonte de água do povoado) e o setor de módulos escultóricos.

Mural que representa a antiga Plaza de Armas ou Plaza Mayor de Mendoza, antes de sua destruição pelo terremoto de 1861. Plaza Pedro del Castillo, Ciudad Vieja, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
Após o terremoto de 1861, a cidade velha, em razão dos extensos danos sofridos, foi abandonada, inclusive a então Plaza Mayor, hoje Pedro del Castillo, e, no planejamento feito pelo francês Julio Balloffet, foi traçado um tabuleiro com cinco novas praças, uma central e as outras equidistantes desta. A central inicialmente foi conhecida com o nome de Parque, mas, posteriormente foi rebatizada de Independencia.
Em seu entorno foram erguidos diversos equipamentos urbanos importantes: em 1889, o edifício da Legislatura Provincial de Mendoza; em 1911, o Colegio Nacional Agustín Álvarez; em 1923, foi inaugurado o Plaza Hotel; e, em 1925, o Teatro Independencia.

Representação do Escudo da Província de Mendoza; de forma oval, está dividido em dois quartéis: o superior de cor azul (céu sem nuvens) e o inferior de cor branca (pureza da neve e das montanhas); no campo branco, embaixo da linha divisória, dois braços desnudos, cujas mãos direitas entrelaçadas (unidade fraternal) sustentam um pique (trabalho) que ergue, já no campo azul, um gorro frígio de cor vermelha (liberdade); ainda no campo branco, cornucópia com os frutos da terra (riquezas regionais); no alto do escudo, o sol (a unidade nacional) com 17 raios, representando os departamentos provinciais; o escudo está rodeado por duas guirlandas de laurel (vitória), unidas em sua parte inferior por uma fita celeste e branca em laço, dos revolucionários de 1810. Plaza Independencia, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
Um dos grandes marcos arquitetônicos da Plaza Independencia é o Plaza Hotel. Durante a gestão municipal de Washington Lencinas, foi sancionada uma lei, em 1923, para a construção de um conjunto turístico-cultural no local, constituído de um hotel, um cassino e um teatro. A província cedeu um antigo solar que havia abrigado, sucessivamente, o cárcere de Mendoza e o quartel dos bombeiros. O prédio foi projetado pelo arquiteto Alfredo Israel para a empresa construtora Schauffhausen S.A.. A arquitetura do Plaza Hotel foi inspirada no Neoclassicismo da academia francesa do século XX. Com habilidade, o projetista incorporou, como um átrio, um terraço elevado de onde os hóspedes do hotel podem aproveitar as belas vistas da praça.
O prédio histórico atualmente é ocupado pelo Park Hyatt Mendoza, hotel 5 estrelas.

Fachada do Plaza Hotel (atual Park Hyatt Mendoza), 1923-1925, neoclassicismo francês. Calle Chile, 1124, Plaza Independencia, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
A Plaza Italia era a segunda das praças satélites que estavam previstas no projeto de construção da Cidade Nova de Mendoza. Inicialmente, foi chamada Plaza Lima, em homenagem à capital do Peru, país que havia ajudado na reconstrução da cidade após o terremoto de 1861. Mas, em 1918, ela foi rebatizada de Plaza Italia, em honra àquela nação e a estreita relação histórica e cultural entre italianos e argentinos. A mudança ocorreu no auge imigratório, com a chegada na província de muitos italianos.
O conjunto de esculturas mais relevante da Plaza Italia é o Confraternid Argentino-Italiana, realizado em mármore travertino e bronze, pelo escultor Luis Perlotti, em homenagem ao imigrante italiano. A obra foi inaugurada em 1951, após a remodelação da praça, que incluiu a construção de uma fonte central.
A fonte possui cerâmicas maiólicas (italianas com base em peças hispano-mouriscas) inspiradas em um dos pisos mais admirados da Itália, o da Catedral de San Petronio de Bologna, reproduzidas pela ceramista local Marta Moyano. Contém cerca de 1.400 peças que representam cenas da época, rostos, profissões, objetos religiosos, flores, motivos geométricos, animais, etc..

Fonte central da Plaza Italia, revestida de cerâmicas maiólicas, ao fundo, o monumento Confraternidad Argentino-Italiana. Plaza Italia, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.

Monumento Confraternidad Argentino-Italiana; realizado pelo escultor argentino Luis Perlotti inaugurado em 1951, homenageia o imigrante italiano; no centro, a figura alegórica de bronze representando Roma (Minerva), berço da civilização ocidental; no pedestal, duas figuras representando, à esquerda, a Italia, vestindo uma toga e portando um livro na mão, simbolizando a cultura que legou; à direita, a Argentina, com uma vestimenta de inspiração indígena e, ao seu lado, uma planta de milho, representando a cultura agrícola dos povos originários. Plaza Italia, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
A Plaza España era a primeira das satélites no projeto de Julio Ballofette de 1863 para a Ciudad Nueva. Denominada, no princípio, de Montevideo, recebeu, em 1906, o nome do político Carlos Pellegrini. Mas, em 1947, a comunidade espanhola de Mendoza doou o Monumento Confraternidad Hispano-Argentina, realizado pelo escultor espanhol Luis Bartolomé Somoza. A praça foi rebatizada de Plaza España, tendo o espaço e o monumento sido inaugurados oficialmente em 1949.
O monumento é em mármore travertino de San Juan. Embaixo, um friso alegórico realizado pelo espanhol Manuel Escudero representando, entre outros temas, o Descobrimento da América, a Fundação de Mendoza e o trabalho das ordens religiosas.

Monumento Confraternidad Hispano-Argentina: na parte superior, esculpida em mármore travertino, têm-se, à esquerda, a figura de uma mulher forte, simbolizando a mãe-pátria (Espanha), à direita, a figura de uma jovem, segurando em uma das mãos um cacho de uvas (terra mendocina), representando a Argentina; o bloco central contém um relevo de uma das caravelas da primeira viagem de Colombo; embaixo do conjunto escultórico superior, dois bois puxando um arado guiado por um homem, simbolizando a terra fértil do país; na parte inferior, o friso realizado por Manuel Escudero, composto de sete cenas em cerâmica pintada, tendo em destaque: a fundação da cidade de Mendoza por Pedro del Castillo (1561); o Descobrimento da América; a obra missioneira das ordens religiosas; trechos de "Don Quijote de la Mancha", de Cervantes; trechos de "El Gaucho Martín Fierro", poema de José Hernández. Plaza España, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
A Plaza San Martín é a quarta e última das satélites do projeto da Ciudad Nueva. Inicialmente chamou-se Plaza Cobo, em homenagem a Juan Francisco Cobo, que introduziu o álamo na província, em 1808. No centro da praça, em 1883, foi erguida uma torre com um relógio de quatro esferas, passando o lugar a ser chamado popularmente de "Plaza del Reloj". No entanto, por volta de 1902-03, a torre foi demolida e, no seu lugar, foi colocada uma estátua equestre do General San Martín, obra do escultor José García, réplica da original, de José Luis Daumas, existente na praça homônima da Capital Federal (Buenos Aires). O monumento foi inaugurado em 05 de junho de 1904, ocasião em que a praça passou a ser denominada Plaza San Martín, o Libertador da América.
Nas primeiras décadas do século XX, os principais bancos começaram a trasladar ou abrir suas sedes ao redor da Plaza San Martín, transformando-a no coração da área bancária do município. Algumas dessas sedes ainda permanecem, hoje utilizadas como centros culturais.

Monumento al General San Martín; em bronze fundido, San Martín montado em um cavado, com seu dedo indicador apontando em direção ao oeste, o lugar onde se fez a passagem dos Andes; na construção da base do rochedo foram utilizados grandes blocos de pedras graníticas extraídas da zona cordilheira de Uspallata. Plaza San Martín, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
O Banco Hipotecario Nacional (BHN) teve sua pedra fundamental colocada na esquina sudoeste da Plaza San Martín em 04 de novembro de 1924. O projeto foi obra de profissionais do próprio banco, dentre eles Estanislao Pirovano, mas sua execução esteve a cargo da empresa Nicolás Seminara. A sucursal de Mendoza foi inaugurada em 31 de agosto de 1929, com um custo total de 1.100.000 pesos argentinos, incluindo o mobiliário. É uma das obras mais valiosas do patrimônio arquitetônico da província.
Após a privatização do BHN, na década de 1990, o edifício passou a pertencer ao patrimônio provincial, e, em setembro de 2001, tornou-se a sede da Subsecretaría de Cultura de Mendoza.

Edifício do antigo Banco Hipotecario Nacional (hoje Subsecretaría de Cultura); na entrada, se destaca, além do átrio, o portal em estilo neoplateresco (inspirado no renascimento espanhol), com pilastras, cártulas sustentadas por animais fantásticos, medalhões com bustos, guirlandas, arcos, grades e balcões. Plaza San Martín, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
A sucursal do Banco Nación foi inaugurada por volta de 1910, na Calle Necochea, 101, Plaza San Martín, e sua construção teve participação do engenheiro civil Juan Molina Civit, especialista em edificação contra abalos sísmicos. Não obstante algumas modificações, como a retirada da escultura feminina, tradicional no estilo acadêmico (academicismo) do prédio, e o rebaixamento do relógio, esse edifício bancário foi um dos poucos que conservou quase intactas sua forma e função original.

Prédio do Banco Nación, estilo academicismo, situado na Calle Necochea, 101; em destaque, o relógio sobre a porta principal, a colunata de ordem gigante, a base, na qual as colunas estão apoiadas, revestida em granito e as balaustradas contínuas, arrematando as fachadas. Plaza San Martín, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina
A Basílica de San Francisco, a igreja da Ordem Franciscana, é a mais antiga das que foram erguidas na Ciudad Nueva. Construída entre 1875-93, a fachada principal, em estilo neorromânico, é obra do arquiteto belga Urbano Barbier, que tomou como modelo a Igreja da Trindade, em Paris, França. Em 1920, as torres foram demolidas, tendo a igreja tomado a fisionomia atual.
Na verdade, antes do terremoto de 1861, a igreja da Ordem Franciscana estava localizada na antiga Plaza Mayor, na Ciudad Vieja, no templo anteriormente pertencente ao jesuítas, que foram expulsos das colônias espanholas em 1767. Porém, com os tremores de 1861, a antiga igreja ficou em ruínas e foi abandonada.
O altar-mor é presidindo pela imagem da Virgen del Carmen de Cuyo, declarada Padroeira e General do Exército dos Andes pelo General San Martín, em 5 de janeiro de 1817.
Por trás do altar, está o camarim, uma pequena capela semicircular, que guarda recordações, relíquias, placas e homenagens da Argentina e do exterior, dentre elas o bastão de comando do General San Martín, em jacarandá com punho de topázio e ponta de prata, ofertado por ele em 12 de agosto de 1818, após seu regresso da campanha libertadora. Por meio de um mecanismo, a imagem da Virgen del Carmen pode ser girada na direção do camarim para presidir ofícios religiosos que nele se celebram.
Em um mausoléu, à esquerda da entrada, estão os restos mortais da filha do Libertador, Mercedes Tomasa de San Martín, de seu esposo Mariano Balcarce e da filha de ambos, neta de San Martín, María Mercedes Balcarce, transladados da França em 1951.

Nave principal da Basílica de San Francisco; ao fundo, o altar-mor com a imagem da Virgen del Carmen de Cuyo, Padroeira e General do Exército dos Andes. Esquina da Av. España com calle Necochea, Plaza San Martín, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
A Plaza Chile é a terceira das praças satélites projetadas por Balloffet. Esse nome é uma homenagem ao país vizinho por sua colaboração após o terremoto de 1861. Em 1883, o nome foi alterado para Plaza José de San Martín, por decisão do então presidente municipal, Joaquín Villanueva, em razão de não existir nenhuma praça com o nome do libertador na cidade. Em 1904, no governo provincial de Carlos Galigniana Segura, foi inaugurada uma estátua do herói em outra praça (atual San Martín), e o espaço público passou a se chamar Plaza Cobo até 1920, quando retomou o nome original, Chile.
A amizade entre as duas nações está representada no Monumento a los Libertadores de Chile y Argentina, de 1947, realizada pelo escultor chileno Lorenzo Domínguez em um bloco único de pedra de la Quebrada del Toro (Las Heras), representando seus heróis José de San Martín e Bernardo O'Higgins, unindo suas mãos sobre uma espada, simbolizando a fraternidade entre Argentina e Chile.

Um Citroën 2CV, automóvel da fabricante francesa produzido de 1948 a 1990, estacionado na avenida Perú, 1310, Plaza Chile, Mendoza, Província de mesmo nome, Argentina.
Continuamos em Mendoza, no post Parte II.
Fontes:
- Wikipédia.
https://www.juntadeandalucia.es/fomentoyvivienda/estaticas/sites/consejeria/areas/arquitectura/fomento/guias_arquitectura/adjuntos_ga/mendoza_ex1x.pdf
Comments