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Lago di Como - Como (Parte II) e outras localidades lacustres - Região da Lombardia - Norte da Itália - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • há 14 minutos
  • 20 min de leitura
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Villa d'Este, erguida no século XVI, estilo renascentista. Vista a partir do Lago di Como, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.



1 - Como


Continuamos nosso passeio em Como visitando o museu em homenagem a Alessandro Volta, próximo à margem do lago.


O Tempio Voltiano (Templo de Volta), inaugurado em 1928 em Como, é um museu dedicado a Alessandro Volta, renomado físico nascido na cidade. Localizado às margens do lago, o edifício neoclássico lombardo abriga uma rica exposição permanente com mais de 230 artefatos, incluindo instrumentos científicos originais de Volta e materiais comemorativos dedicados a ele, como uma nota de 10.000 liras; o museu traça a vida e as descobertas do físico, oferecendo um olhar aprofundado sobre suas contribuições para a eletrologia e o estudo dos gases, e é um dos locais mais visitados de Como.


O criador, promotor e financiador da construção foi o empresário do ramo algodoeiro Francesco Somaini (1855-1939) que, após a conclusão da obra, a doou à cidade de Como.


O arquiteto Federico Frigerio o projetou em estilo neoclássico com referência explícita ao Panteão de Roma.


Alessandro Volta criou a primeira bateria ou pilha no final de 1799, ou seja, o primeiro gerador de corrente contínua na história da humanidade, dando grande impulso à física e à química do século XIX, e marcando o início da era moderna da eletricidade; por conta de sua importante descoberta, a unidade de medida do potencial elétrico (o Volt) foi batizado com o seu nome.


Segundo Albert Einstein, a pilha de Volta foi "a base fundamental de todas as invenções modernas".


Um dos momento mais marcantes da vida de Volta foi o encontro dele com Napoleão Bonaparte em Paris, em 1801, quando o físico de Como apresentou ao então primeiro cônsul francês a sua pilha de recente invenção; na ocasião se encontraram, simbolicamente, os mais altos representantes da Política e da Ciência; a Política reconheceu explicitamente a fundamental contribuição da Ciência ao progresso (mas a Ciência pareceu admitir simultaneamente a necessidade de recorrer à Política para que as invenções se tornem verdadeiramente úteis); a Europa abre a caminho para a modernidade.




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Fachada principal do Tempio Voltiano, erguido entre 1926-1927, em estilo neoclássico, e inaugurado em julho de 1928, com projeto do arquiteto Federico Frigerio; em destaque, o pronau sustentado por quatro altas colunas da ordem coríntia, finalizado com um frontão triangular com um medalhão contendo a efígie de Alessandro Volta; nos lados da entrada, as estátuas da Ciência, à esquerda, e da Fé, realizadas pelos irmãos gêmeos escultures Carlo e Luigi Rigola; a cúpula central coberta com escamas lanceoladas de ardósia brilhante. Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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No início do percurso do museu, encontra-se essa moldura, provavelmente de prata, contendo um medalhão com a efígie de Volta. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Vista do salão interno a partir da galeria; um grande salão circular, com quase 12 metros de diâmetro, encimado por uma alta cúpula hemisférica com tetos em caixotões e rosáceas; quatro pilares de canto e oito colunas de mármore da ordem coríntia sustentam a cúpula, coroada por um rico entablamento cujo friso apresenta a inscrição dedicatória em letras de bronze dourado; as colunas são interrompidas a cerca de dois terços da altura pela faixa do parapeito da galeria; nessa faixa, nos eixos principais do edifício, estão representados em baixo-relevo quatro momentos da vida de Volta; ao redor, entre esses relevos, dezesseis medalhões, aos pares, exibem as datas mais significativas de sua vida em letras douradas; no piso do salão, uma coluna com o busto de Volta. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.



 

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Detalhe do salão interno, no qual se vê, em destaque, um baixo-relevo, no parapeito da galeria, com a representação de um dos episódios mais importantes da vida do cientista: "Volta professor da Universidade de Pavia", em 1778, obra de Pietro Clerici. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Outro baixo-relevo inserto no parapeito da galeria: "Volta apresenta a bateria a Napoleão", obra de Pietro Clerici; muito apreciado na Europa por seus estudos e pesquisas, Volta foi convidado pelas mais famosas instituições da época para ilustrar suas invenções; foi o caso também da pilha, apresentada em Paris em 7 de novembro de 1801, durante uma reunião da Academia de Ciências; o próprio Napoleão Bonaparte, então primeiro cônsul da República Francesa, compareceu à reunião e ficou tão entusiasmado com as descobertas do cientista que lhe concedeu vários prêmios. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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"Alessandro Volta e la pila" (Alessandro Volta e a bateria), estátua em bronze, obra de Francesco Ravassa, 1901. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Medalhão, provavelmente com as bordas em prata, contendo uma cruz, e, bem ao centro desta, outro medalhão menor com o retrato de Volta; abaixo do medalhão menor, os dizeres: "La Commissione Elettrotecnica Internazionale alla Città di Como nel 1º Centenario della morte di Alessandro Volta, setiembre MCMXXVII" (A Comissão Eletrotécnica Internacional (sede em Genebra, Suíça) à cidade de Como, no 1º centenário da morte de Alessandro Volta, setembro de 1927 - tradução livre). Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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"Volta ilustra a Napoleão o funcionamento da bateria", óleo sobre tela, obra de Giuseppe Bertini, 1898. Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Estante com alguns aparelhos que caracterizavam um laboratório de eletrologia na segunda metade do século XVIII. Area 2a - Elettrologia, Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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O eletroscópio de Volta; o eletroscópio foi o primeiro instrumento capaz de detectar a eletricidade presente em um objeto; a versão "garrafa", projetada por Tiberio Cavallo, era feita com uma pequena garrafa de vidro colocada sobre uma base de latão. Consistia em um botão condutor conectado a duas finas placas de metal chamadas "folhas" que podiam oscilar livremente; ao colocar um objeto eletricamente carregado próximo ao botão, as duas placas se afastavam; comparado aos dispositivos criados por Cavallo ou de Saussure, Volta fez melhorias substanciais; ele introduziu um mostrador graduado para medir a separação das placas e, portanto, a quantidade de eletricidade; além disso, para melhorar a leitura da escala graduada, ele usou garrafas com base quadrada; assim, o eletroscópio se transformou em um eletrômetro. Seção com mostra dos instrumentos e aparelhos para medições elétricas que compunham o laboratório de Alessandro Volta, muitos deles projetados por próprio cientista. Area 2b - Elettrologia ed elettrometria voltiane, Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Pila di Volta (Bateria de Volta); o dispositivo consiste em uma série de discos de cobre ou prata, colocados sobre um número igual de discos de estanho ou zinco; entre cada par de discos e o seguinte, há um disco de papelão embebido em água salgada ou acidulada; foi o primeiro instrumento capaz de produzir corrente contínua, e sua criação não foi uma coincidência, mas o resultado de anos de estudos e experimentos, focados na teoria do contato entre metais diferentes, realizados por Volta após a pesquisa do médico bolonhês Luigi Galvani sobre eletricidade animal. Area 6 - La Pila, Tempio Voltiano, Viale Guglielmo Marconi, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália. 


Depois realizamos um passeio lacustre à bordo dos barcos da empresa Navigazione Lago di Como pela metade da perna esquerda do lago, saindo de Como e passando por Cernobbio, Blevio, Torno, Urio, Moltrasio, Tavernola e voltando a Como.




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Detalhe do mural representando o Lago di Como, particularmente a metade da perna esquerda do lago, na qual se veem as comunas visitadas: Como, Cernobbio, Blevio, Torno, Moltrasio, Urio e Tavernoca. Piazza Belinzaghi, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Vista de Como a partir do Lago di Como; em destaque o Duomo, com sua grande cúpula barroca projetada no século XVIII por Filippo Juvarra. Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Encosta das alturas de Brunate vista a partir do Lago di Como. Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Funicular que liga Como à comuna de Brunate, no alto; Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Belos edifícios na encosta de Brunate. Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.




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Villa Dosso Pisani; vila Art Nouveau em Monte Olimpino; a construção, encomendada pelo escritor Carlo Alberto Pisani Dossi, começou em 1897, sob a direção do arquiteto Luigi Conconi, e terminou em 1910. Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.


2 - Cernobbio


Na época romana, era local de passagem da Via Regina.


Após a sua ocupação pelos lombardos, no século VI, os novos senhores à doaram à Diocese de Pávia, passando a fazer parte, a partir do século X, do Sacro Império Romano-Germânico.


Em 1284, Cernobbio foi agregada, para efeito religioso, ao burgo de Como, no entanto, a cidade, do século XVI a 1756, desfrutou de certa autonomia.


Em 1757, a comuna foi inserida no território civil da cidade de Como, pertencente ao Estado de Milão, sob o controle dos austríacos, que governavam, na época, o Sacro Império Romano-Germânico.


Isso durou até a sua invasão pelas tropas francesas revolucionárias, comandadas por Napoleão, em 1797; naquele ano foi criada a República Cisalpina, que se transformou, em 1805, Reino da Itália, controlado pelos franceses.


Com a restauração monárquica, em 1814, a comuna voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto.


Durante o Risorgimento italiano, o Reino Lombardo-Vêneto, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexado ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a se chamar, a partir de 1866, Reino da Itália; Cernobbio seguiu o mesmo destino.


A Villa Erba é uma mansão do século XIX construída por Luigi Erba, irmão do proeminente empresário farmacêutico Carlo Erba. Após a morte de Luigi Erba, a vila foi herdada por sua filha Carla e utilizada por membros da família dela, incluindo seu filho, o famoso cineasta Luchino Visconti, um dos representantes do movimento neorrealismo italiano e diretor do premiado filme Il gattopardo.




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A Villa Erba é uma das mais importantes villas do Lago di Como; foi erguida entre 1894 e 1898, projetada pelos arquitetos Angelo Savoldi e Giovan Battista Borsani; o cliente foi Luigi Erba, irmão e herdeiro de Carlo, um dos principais industriais farmacêuticos da época; o edifício, construído em dois andares, tem planta quadrada, com grandes escadarias que descem em direção ao lago, um pórtico de entrada e uma torre panorâmica, típica desse período, que une a parte nobre à ala de serviço, arquitetonicamente muito distinta do edifício principal. Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Vista de Cernobbio a partir do Lago di Como; em destaque, o campanário (século XVIII) da Chiesa di San Vincenzo (São Vicente Mártir). Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Chegada no embarcadouro de Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Embarcadouro de Cernobbio, projetado pelo engenheiro Ernesto Canobbio em 1906, em estilo Liberty (variante italiana do movimento Art Nouveau); tem uma estreita planta retangular, feita de ferro, apresentando grandes aberturas em todos os lados e colunas na entrada; veem-se, em cada um dos dois lados maiores, três interessantes janelas ogivais, elementos neogóticos que quebram a monotonia do telhado de cor clara. Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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A fachada do Embarcadouro de Cernobbio voltada para a praça, onde podem ser observadas as finas colunas de ferro, na entrada, e na altura do telhado, as três janelas ogivais, finalizadas com lanças. Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Monumento ai Caduti di Cernobbio (Monumento aos Caídos), em homenagem os mortos e desaparecidos na I Guerra Mundial; obra de Angelo Galli de 1922, inaugurada em 1923, em bronze com pedestal de granito. Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Portaria da Villa Erba; erguida por volta de 1902. Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Monumento a Giuseppe Garibaldi; obra do escultor Pietro Clerici, de Como, inaugurada em 20 de setembro de 1907 para celebrar o centenário do nascimento do herói dos dois mundos. Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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No prolongamento da praça, se vê o centro histórico de Cernobbio; em destaque, da esquerda para a direita, o Albergo Miralago (Hotel Miralago), o prédio onde funciona o Harry's Bar, a Villa Allamel, em branco e cinza, com telhado preto, erguida em 1846, por encomenda do barão Stefano de Colli; atrás o campanário (século XVIII) da Chiesa di San Vincenzo (São Vicente Mártir) erguida de 1760 até a segunda metade do século XIX; no centro do largo uma fonte em pedra branca dos Montes Berici, inaugurada em 1937, obra do escultor Piero Morseletto, de Vicenza. Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Caminhando pela Via Regina em direção à Villa d'Este, nos deparamos com a pequena e linda igrejinha, a Chiesetta ou Oratorio della Madonna delle Grazie.


A primeira menção da existência da Cappella da Madonna delle Grazie, "onde a missa não podia ser celebrada", encontra-se nos "Acta Ecclesiae", em meados do século XVI. Posteriormente, a partir de 1619, a imagem da Santa foi removida da capela e colocada sob o altar, e iniciou-se a construção do salão onde a missa pôde então ser celebrada a partir de março de 1624, quando foi consagrado pelo arcipreste da Catedral de Como.


Sucessivamente, outras partes foram adicionadas: a sacristia, o campanário, o pronau (pórtico).


Dedicada a Nossa Senhora das Graças, especialmente por ser invocada por mulheres em trabalho de parto, em 1671 houve uma nova dedicatória à Imaculada Virgem Maria (talvez para lhe dar um arranjo litúrgico ou por uma devoção particular), mas que não obteve grande sucesso, pois o povo de Cernobbio continuou a chamá-la de Igrejinha de Nossa Senhora das Graças.


A peça central da igreja é, sem dúvida, a imagem da antiga Madonna delle Grazie, representando Maria amamentando Jesus (Galaktotrafusa), também conhecida como Madonna del Latte, colocada sob o altar; este tipo de imagem tem origem no Egito e data do século VI d.C., estando ligada à presença da Sagrada Família naquele país; foi posteriormente revivida pelos chamados "Madonnari" (pintores de Madonne), ativos na região desde o século XVI.




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Chiesetta della Madonna delle Grazie; a igreja tem uma rica fachada, começando por um grande pórtico (pronau), quase inteiramente decorado, no século XX, com afrescos de motivos geométricos e efeitos de trompe-l'oeil, obra do pintor milanês Archimede Albertazzi. Via Monte Grappa, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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A parte interna da igreja é composta de uma nave única; no presbitério, vê-se um valioso altar de mármore com um retábulo representando a Imaculada Conceição, uma cópia da obra original de Morazzone, finalizada no século XIX; na parede esquerda do presbitério encontra-se uma tela da primeira metade do século XVII, representando a "Deposição de Cristo com Santa Marta"; na parte frontal da mesa do altar, vê-se a pintura da antiga Madonna delle Grazie (também conhecida como Madonna del Latte), ladeada por anjos, inicialmente localizada na parede da capela original. Chiesetta della Madonna delle Grazie, Via Monte Grappa, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Ao final de nossa caminhada, encontramos a Villa d'Este: na verdade, um complexo formado principalmente pelos seguintes edifícios: 1) a Villa d'Este, propriamente dita, também conhecida como Edificio del Cardinale, do século XVI: 2) a fortaleza napoleônica simulada, construída em 1806; 3) a Villa Cima, de 1815; e 4) o Padiglione della Regina d'Angleterre, erguido em 1856,


A mais famosa é certamente a Villa d'Este (Edificio del Cardinale), construída provavelmente entre 1557 e 1568, no estilo renascentista, por Pellegrino Pellegrini, conhecido como "Il Tibaldi", para um eminente cardeal de Como Tolomeo Gallio, tendo inicialmente sido chamada de "Villa Garovo", nome derivado do riacho que corre nas proximidades. Em 1782, passou para a família milanesa Calderara. Por volta de 1815, tornou-se propriedade da infeliz esposa do rei Jorge IV da Inglaterra, Carolina Amália de Brunswick, que reivindicava origens na poderosa família Este; assim, a Villa recebeu o nome de "Nuova Villa d'Este". Em 1873, foi transformada em um hotel de luxo, mantendo suas características históricas, bem como as inúmeras obras de arte que abriga.


Já o Padiglione della Regina d'Angleterre (Pavilhão da Rainha) foi construído em 1856 pelo barão Ippolito Ciani, e recebeu esse nome em homenagem a Carolina de Brunswick, princesa de Gales, que foi proprietária da Villa entre 1815 e 1820. Originalmente conhecido como "Hotel de la Reine d'Angleterre", começou como um spa e, graças ao seu estilo trompe-l'oeil vermelho, o pavilhão tornou-se um símbolo de exclusividade. Os 27 quartos e suítes, decorados em delicados tons pastel, distinguem-se pelas vistas privilegiadas para o lago a partir de varandas românticas e terraços privativos. Em 1873, o pavilhão tornou-se um símbolo de exclusividade e hospedou visitantes ilustres, incluindo os músicos Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini, convidados por Giovanni Ricordi, o primeiro hóspede oficial.


Ao longo dos séculos, o complexo da Villa passou por transformações, com jardins redesenhados em estilo inglês e a adição de elementos arquitetônicos únicos, como a fortaleza napoleônica simulada (construída, em 1806, por ordem de Vittoria Peluso, marquesa Calderara, que casara em segunda núpcias com o conde Domenico Pino, um valente general napoleônico), e, em 1966, a piscina flutuante.


Inúmeros casais famosos viveram suas grandes histórias de amor na Villa d'Este: Elizabeth Taylor com Nick Hilton, Rita Hayworth com Orson Welles, Clark Gable com Carol Lombard, Ava Gardner com Frank Sinatra, Aristóteles Onassis com Maria Callas e Woody Allen com Mia Farrow, entre muitos outros.




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Vista do Complexo da Villa d'Este, onde se veem, da esquerda para direita, parte da Villa Cima, a Villa d'Este propriamente dita (Edificio del Cardinale), o Padiglione della Regina d'Angleterre (Pavilhão da Rainha da Inglaterra), construído em 1856 pelo barão Ippolito Ciani, estilo trompe-l'oeil vermelho, e, acima, na encosta, a fortaleza napoleônica simulada, construída, em 1806, por ordem de Vittoria Peluso, marquesa Calderara. A partir da Piazza Risorgimento, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Villa d'Este propriamente dita (Edificio del Cardinale), erguida entre 1565 e 1568 com base no projeto de Pellegrino Tibaldi; a imponente estrutura da villa, com seu formato tradicional em U, conserva inúmeros traços de seu esplendor original: a ampla fachada é pontuada por cinco colunas de janelas, uma em cada andar; um grande terraço sustentado por arcos e uma série de terraços menores enfatizam o andar nobre; no último andar, uma cortina com arcos oculta parte da vista do lago a partir do telhado; no alto, à esquerda, a Chiesa di San Nicola di Bari, construída por volta de 1786, e seu campanário. Vista a partir do Lago di Como, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Portineria del Grand Hotel Villa d'Este, Via Regina, 40, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Detalhe da Villa Cima, erguida em 1815, que faz parte do Complexo da Villa d'Este; a villa, com sua planta complexa que lembra os chalés do século XIX, destaca-se pela decoração que simula a presença de uma estrutura de madeira nas fachadas dos andares superiores. Via Regina, 40, Cernobbio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


3 - Blevio


Nos Estatutos de Como de 1335, Blevio surge como como uma das comunas responsáveis pela manutenção de trechos da Via Regina.


Durante séculos, Blevio esteve vinculada, para efeito religioso, à paróquia de Nesso, mas, em 1757, a comuna foi inserida no território civil da cidade de Como, pertencente ao Estado de Milão, sob o controle dos austríacos, que governavam, na época, o Sacro Império Romano-Germânico.


A partir daí, seguiu o destino de Como: após a invasão napoleônica, em 1797, a comuna de Blevio passou a fazer parte da República Cisalpina, que se transformou, em 1805, em Reino da Itália, controlado pelos franceses; com a restauração monárquica, em 1814, a comuna voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto; durante o Risorgimento italiano, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexada ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a chamar-se, a partir de 1866, Reino da Itália.




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Embarcadouro de Blevio, em frente à Piazzola Senza Pensieri; em destaque, a Chiesa dei Santi Gordiano ed Epimaco, erguida entre o século XVI e a metade do século XVIII, e seu campanário. Blevio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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A Villa Shuvalov-Borletti Belgiojoso ou Schouvaloff foi construída na primeira metade do século XIX por Grigory Petrovich Shuvalov (1804-1859), membro de uma antiga família nobre russa; o elegante edifício de estilo nórdico com vista para o lago, que lembra as dachas russas, é valorizado pelo imenso parque que se estende atrás dele; o conde Shuvalov mudou-se para lá com sua esposa, a princesa Sophie Alexandrovna Saltykova, e seus três filhos, mas sua vida foi marcada pela morte de sua companheira e de um de seus filhos, o que o levou a ingressar na ordem religiosa dos Barnabitas. Blevio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Em Blevio, também encontramos a Villa Roccabruna.


No local, no século XVIII, foi erguido um edifício conhecido como Villa Roda. A famosa cantora de ópera Giuditta Pasta a comprou, mandando praticamente construí-la novamente, entre 1827 e 1829, sob a direção de seu tio, o arquiteto Filippo Ferranti. Não se tratava de uma construção simples, mas de um complexo de três residências – a Villa principal e duas casas de hóspedes – conectadas por um sistema de avenidas que atravessava o exuberante parque. A Villa tinha linhas neoclássicas elegantes, com um pórtico e uma galeria na fachada: relatos da época diziam que ela se assemelhava ao Teatro alla Scala de Milão, pois Giuditta desejava que os lugares onde buscava descanso fossem semelhantes àqueles onde encontrava glória.


Artistas, compositores e cantores costumavam se encontrar na agora Villa Pasta; Vincenzo Bellini era um visitante frequente; Gaetano Donizetti (1797-1848) também aparentemente passou um mês aqui no final do outono de 1829, trabalhando na partitura de sua ópera "Anna Bolena".


Porém, em 1904, a casa senhorial foi demolida e, em seu lugar, foi construída a Villa Roccabruna, projetada pelo arquiteto Carlo Formenti para a família Wild, industriais de Turim. No entanto, especialmente ao chegar a Blevio pelo lago, ainda é possível identificar o local, vislumbrar parte do antigo parque e um dos dois anexos, que se manteve intacto.


O edifício, onde hoje funciona o resort de luxo Mandarin Oriental Lago di Como, preserva grande parte de seus interiores suntuosos e seu caráter elegante. Imponentemente situado em um calçadão à beira do lago, ele recebe os hóspedes em salões de recepção espaçosos e ricamente decorados com vista para o Lago di Como. A Villa abriga algumas suítes especiais, inclui um bistrô e bar, e serve como recepção para o spa e a piscina flutuante ao ar livre.




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Villa Roccabruna, foi construída no século XVIII e já foi lar da renomada soprano Giuditta Pasta; hoje nele funciona o resort de luxo Mandarin Oriental Lago di Como. Blevio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


4 - Torno


Há indícios de que a região de Torno era ocupada por populações transalpinas no final do Império Romano.


Nos Estatutos de Como de 1335, Torno também aparece como uma das comunas responsáveis pela manutenção de trechos da Via Regina.


Entre os séculos XIII ao XVI, sob orientação da ordem religiosa dos Umiliati (monges e freiras pertencentes a uma ordem religiosa de origem incerta, fundada na região de Milão na primeira metade do século XIII), Torno tornou-se um renomado centro de fabricação de tecidos de lã, o que trouxe riqueza ao lugar e alimentou uma rivalidade com Como, que resultou, no século XVI, em cruentas batalhas; nesse contexto, Torno aliou-se aos franceses, enquanto o povo de Como tinha os Sforzas (senhores de Milão) e os espanhóis do seu lado; em 1522, Torno foi praticamente destruída, com redução drástica de sua população.


Em 1757, a comuna de Torno foi inserida no território civil da cidade de Como, pertencente ao Estado de Milão, sob o controle dos austríacos, que governavam, na época, o Sacro Império Romano-Germânico.


A partir daí, seguiu o destino de Como: após a invasão napoleônica, em 1797, a comuna de Torno passou a fazer parte da República Cisalpina, que se transformou, em 1805, em Reino da Itália, controlado pelos franceses; com a restauração monárquica, em 1814, a comuna voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto; durante o Risorgimento italiano, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexada ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a chamar-se, a partir de 1866, Reino da Itália.




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Embarcadouro de Torno, em frente a Piazza Guido Casartelli. Torno, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Chiesa di Santa Tecla, a igreja paroquial de Torno; está localizada na Piazza Guido Casartelli, próxima ao embarcadouro e a poucos metros das águas do Lago di Como; tem origem medieval, como atesta sua sólida torre sineira românica; sua primeira menção consta em uma correspondência de 1208 entre o Papa Inocêncio III (1161-1216) e o abade da Chiesa di Sant'Abbondio, em Como; a fachada apresenta uma grande rosácea gótica, acima da qual se encontra um pequeno nicho com uma estátua de Santa Tecla; uma inscrição no portal de entrada indica o ano de 1480. Torno, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


5 - Moltrasio


Na época romana, Moltrasio ficava na passagem da Via Regina, estrada que perdurou até a Idade Média.


Em 1335, Moltrasio já fazia parte da paróquia de Zezio, integrante da Diocese de Como, na qual permaneceu por mais de dois séculos.


Quando da destruição de Torno pelas tropas dos Sforzas e dos espanhóis, em 11 de junho de 1522, dia coincidente do de São Barnabé, padroeiro de Moltrasio, a população desta comuna tocou os sinos da igreja para celebrar seu santo, ocasião em que os habitantes de Torno acreditaram que, na verdade, estavam celebrando a devastadora desgraça de seu vizinho; por conta disso, bandos de sem-teto de Torno realizaram ataques na costa oeste do Lago di Como em busca de vingança.


Em 1756 ou 1757, a comuna de Moltrasio foi inserida no território civil da cidade de Como, pertencente ao Estado de Milão, sob o controle dos austríacos, que governavam, na época, o Sacro Império Romano-Germânico.


A partir daí, seguiu o destino de Como: após a invasão napoleônica, em 1797, a comuna de Moltrasio passou a fazer parte da República Cisalpina, que se transformou, em 1805, em Reino da Itália, controlado pelos franceses; com a restauração monárquica, em 1814, a comuna voltou ao controle dos austríacos, agora inserida no dominado Reino da Lombardia-Vêneto; durante o Risorgimento italiano, após o término da Segunda Guerra de Independência Italiana, foi anexada ao Reino da Sardenha-Piemonte, em 1859, que passou a chamar-se, a partir de 1866, Reino da Itália.




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Vista de Moltrasio a partir do Lago di Como. Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Embarcadouro de Moltrasio, em frente a Piazza San Rocco. Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Villa Imperiale, uma joia Art Nouveau de 1922; na época que visitamos, era sede do Grand Hotel Imperiale Resort & Spa. Moltrasio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.




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Bela villa em Moltrasio. Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


Em Moltrasio, também encontramos a Villa Fontanelle.


A Villa Fontanelle foi construída na primeira metade do século XIX por lord Charles Currie, um inglês excêntrico que se apaixonou pelo Lago di Como. Sem conseguir encontrar uma villa à venda, ele decidiu construir a sua própria, bem à beira d'água.


Em 1977, a propriedade encontrava-se abandonada, tendo sido comprada pelo estilista italiano Gianni Versace. O estilista restaurou a villa, devolvendo-lhe o antigo esplendor neoclássico. A restauração incluiu o paisagismo dos três acres de jardins ornamentais, três chalés, uma quadra de tênis, a orla e um píer privativo. Versace escolheu pessoalmente centenas de pinturas a óleo, bem como outras obras de arte, que são exibidas por todo o interior e exterior, criando um pequeno palácio que era um santuário pessoal. Antes da morte de Versace, celebridades como sir Elton John, Sting, Diana, princesa de Gales, e Madonna eram hóspedes frequentes da propriedade. Desde a morte de Versace em 1997, no entanto, apenas a cantora Jennifer Lopez e seu então marido, Chris Judd, a visitaram, tendo passado sua lua de mel lá em 2001.


A propriedade pertence agora ao milionário russo e empresário do ramo da restauração, Arkady Novikov, que a comprou em 2008 e contratou o arquiteto milanês Claudio Pozza para realizar as obras de restauração.




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Villa Fontanelle; o edifício de quatro andares, pintado de amarelo, foi construído na primeira metade do século XIX, em estilo neoclássico, por ordem do excêntrico lord Charles (ou William) Currie, um aristocrata inglês que visitou a região e se apaixonou pelo Lago di Como; só pode ser visto da água, de barco (ou mediante convite pessoal). Moltrasio, Província de Como, Região da Lombardia, Itália.


6 - Tavernola


Tavernola hoje é um bairro de Como.


Estende-se para leste em direção à beira do lago (delimitado pela Via Regina) e para norte em direção ao município de Cernobbio (delimitado pelo riacho Breggia e pela Via Asiago, em direção ao bairro de Ponte Chiasso). A sudoeste, uma área arborizada o separa dos bairros de Monte-Olimpino (Cardina), enquanto a noroeste, a Via Conciliazione conecta-se com o bairro de Sagnino.


O bairro abrange uma área verdejante, estendendo-se ao longo das encostas em direção às antigas cidades de San Bartolomeo nelle Vigne, Folcino e Mognano, onde a estrutura em terraços, outrora cultivada com vinhedos e hortaliças, ainda é visível.




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Villa Dozzio; a vila, originalmente distribuída em apenas dois andares, foi construída pelo arquiteto Clericetti a pedido de Bianca Gabrini, esposa de Rocco Bignami, em 1852; a casa fica às margens do riacho Breggia e está localizada no centro de um grande parque com árvores altas. Bairro Tavernola, Como, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.


O nosso passeio ainda continua, no próximo post, pelo Lago di Como, agora visitando a Villa Carlotta.



Fontes:


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.

























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