Bréscia - Parte II - Região da Lombardia - Norte da Itália - 2023
- Roberto Caldas

- 4 de nov.
- 13 min de leitura

Duomo Nuovo e Duomo Vecchio, co-catedrais de Bréscia, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Continuamos nosso passeio por Bréscia, ainda no entorno da Piazza della Loggia, iniciando pelo Monumento alla Bella Italia; dedicado aos mortos dos Dez Dias de Bréscia, episódio ocorrido em 1849.

Monumento alla Bella Italia; dedicado aos mortos dos Dez Dias de Bréscia (Le Dieci Giornate di Brescia) e doado à cidade por Vittorio Emanuele II, rei da Itália, foi criado em 1864 por Giovanni Battista Lombardi, em mármore de Botticino; no pedestal do monumento, vê-se, em baixo-relevo, a representação da barricada erguida na Piazza San Barnaba (na tarde de 31 de março de 1849): à direita estão representados os insurgentes brescianos enquanto, à esquerda, destaca-se um grande número de soldados austríacos liderados pelo general Johan Nugent, que está prestes a cair do cavalo; sobre o pedestal, encontra-se uma figura feminina que, dependendo da interpretação, personifica a Itália, ou a própria cidade de Bréscia, ou mesmo a personificação da liberdade; ela veste uma túnica longa e justa, presa na cintura por uma fita amarrada no flanco direito da escultura; a imagem segura, sob o braço esquerdo, uma grande bandeira dobrada e, na mão direita, alguns brotos de videira. Piazza Bell'Italia (extensão da Piazza della Loggia), Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Piazza della Loggia, à direita, o Palazzo Monte Vecchio di Pietà, construído no século XV, tendo uma pequena galeria com duas naves e encimada por uma loggia de estilo veneziano; ao centro e mais atrás, a Torre del Pegol, de 54 metros de altura, um antigo edifício medieval, ligado a importantes eventos históricos, e, à esquerda, a Torre dell'Orologio, tendo no seu alto os Màcc de le ure (os loucos da hora), apelidados de "Tone e Batista", autômatos que tocam o sino que está instalado entre eles. Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
A Torre dell'Orologio foi construída entre 1540 e 1550; foi projetada por Lodovico Beretta, arquiteto bresciano que também projetou o Palazzo della Loggia; o mecanismo do relógio, astronômico complexo ainda original, data de 1546 e substituiu um do século anterior; o mostrador foi pintado por Gian Giacomo Lamberti (1547), enquanto o mecanismo é de Paolo Gennari da Rezzato; exibe simultaneamente as horas, o mês, o dia, o signo do zodíaco e as fases lunares; os autômatos equipados com martelos e o sino de bronze colocados no alto da torre datam de 1580 ou 1581; os Màcc de le ure, no dialeto de Bréscia "os loucos das horas", apelidados de "Tone e Batista" pela população, nunca foram modificados.
Em 1595, um longo pórtico com vãos únicos em pedra branca de Botticino foi construído na parte inferior da torre, projetado pelo arquiteto bresciano Piero Maria Bagnadore.

A Torre dell'Orologio, datada do século XVI, foi projetada por Lodovico Beretta; já o mecanismo do relógio astronômico complexo foi realizado por Paolo Gennari da Rezzato, exibindo simultaneamente as horas, o mês, o dia, o signo do zodíaco e as fases lunares; o mostrador do relógio foi pintado por Gian Giacomo Lamberti. Piazza della Loggia, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Em seguida, ingressamos na Piazza Paolo VI, onde nos deparamos com o Palazzo Broletto di Brescia, que serviu como centro da administração superior da cidade durante séculos; sua construção começou em 1187, com modificações significativas após o Saque de Bréscia em 1512, durante a Guerra da Liga de Cambrai; entre seus elementos notáveis estão a Torre del Pègol, a Loggia delle Grida (reconstruída no século XX) e a Porta Occidentale, adornada com antigas colunas romanas de granito.
Os primeiros registros de um assentamento administrativo na área datam de 1187-89, quando os liberi homines do município (comuna livre), os administradores da cidade antes do advento dos senhores, ordenaram a construção de um palácio de madeira, ladeado por uma alta torre de pedra, a Torre del Popolo ou del Pègol; este foi o primeiro edifício propriamente dito a ser construído; com 54 metros de altura, foi modificado diversas vezes; em 1235, abrigava um pesado sino de 800 kg, de cujo corpo foram posteriormente fundidos os quatro sinos que ainda hoje se encontram no local.
Entre 1223 e 1227, o palácio foi reconstruído em pedra e ampliado, incorporando vários edifícios adjacentes; este era o Palatium Novum Maius (Palazzo Nuovo Maggiore), sede do podestà e do conselho geral: hoje é a ala sul do complexo, com a fachada voltada para oeste, em direção à Piazza Paolo VI; ao lado de sua fachada oeste, construiu-se um pórtico, conhecido como Porticus Rationum, que, após acréscimos, tornou-se o Palazzo Porta Occidentale.
O lado leste do pátio foi completado nos anos seguintes, possivelmente em 1232, com o Palatium Novum Minus (Palazzo Nuovo Minore); nos séculos seguintes, construíram-se outras alas, como o Portico Malatestiano e a Loggia Da Lezze.
O complexo de edifícios que compõe o palácio - Palatium Novum Maius, Torre del Pègol, Palazzo Porta Occidentale, Chiesa di Sant’Agostino, Portico Malatestiano, Loggia Da Lezze, Palatium Novum Minus, Porta Orientale e os Uffici Magistrature Venete (escritórios do Judiciário Veneziano), hoje Emeroteca Queriniana) - está dividido em dois pátios, um grande e outro menor e mais recente.
Atualmente o complexo abriga a Administração Provincial de Brescia, a Prefeitura e diversos escritórios da Comuna de Bréscia.

Palazzo Broletto, iniciado em 1187; em destaque, as alas mais antigas do Palatium Novum Maius (Palazzo Nuovo Maggiore), cujos pórticos agora estão murados, e que dão para os lados oeste e sul do grande pátio sul; nas janelas geminadas do primeiro andar, há belos capitéis no estilo de Antelami, particularmente na de quatro geminadas à esquerda, que possui um óculo lobulado na luneta; à direita, a Torre del Popolo ou del Pègol e, na sequência, no lado oeste do pátio, com fachada de tijolos vermelhos, Palazzo Porta Occidentale (antigo Porticus Rationum); surgindo atrás do Palatium, a cúpula do Duomo Nuovo. Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

A Loggia Da Lezze; durante o período de domínio da República de Veneza, o capitão Andrea da Lezze (podestà), em 1626, fez erguer este edifício, que dividia o pátio principal do secundário; o novo bloco consistia em um pórtico com sete arcos no térreo e uma galeria arquitravada no andar superior para acomodar a nova residência do Capitano Grande; a decoração do pátio interno, incluindo as máscaras, foi confiada ao arquiteto veneziano Baldassarre Longhena; à direita, uma parte do Palatium Novum Minus (Palazzo Nuovo Minore). Ala norte do pátio sul, Palazzo Broletto, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Piazza Paolo VI, também conhecido como Piazza del Duomo; veem-se, à direita da fotografia, da mais distante para perto, a fachada exterior do Palazzo Porta Occidentale, a Torre del Popolo ou del Pègol, a fachada oeste do Palatium Novum Maius (Palazzo Nuovo Maggiore), cuja varanda com vista para a praça, chamada Loggia delle Grida, do século XIII, foi destruída pelas forças francesas em 1797 e reconstruída no século XX (edifícios que formam o complexo conhecido como Palazzo Broletto) e a fachada principal do Duomo Nuovo. Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Na mesma praça, visitamos a Cattedrale Estiva di Santa Maria Assunta, conhecida também como Duomo Nuovo.
A Catedral Nova de Bréscia, dedicada à Assunção da Virgem, é a principal igreja da cidade e um importante monumento nacional italiano; sua construção, com projeto inicial do arquiteto Giovanbattista Lantana, estendeu-se de 1604 a 1825, em substituição a uma basílica paleocristã anterior; a igreja destaca-se pela sua grande cúpula, uma das maiores da Itália, e pela sua fachada de mármore de Botticino, que, em razão de seu longo tempo de construção, combina elementos barrocos e neoclássicos; apesar dos danos sofridos durante a Segunda Guerra Mundial, a catedral foi restaurada e hoje exibe seu esplendor original, um testemunho de séculos de história e arte.

A fachada principal da Cattedrale Estiva di Santa Maria Assunta, conhecida também como Duomo Nuovo; sua construção durou mais de 2 séculos, de 1604 a 1825, e sua fachada principal, voltada para a praça, abriga elementos dos estilos barroco e neoclássico; apresenta uma ordem dupla, pontuada por semicolunas coríntias e coroada por um tímpano triangular; no ápice, encontram-se cinco estátuas representando a Assunção da Virgem Maria entre os Santos. Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Portal Central do Duomo Nuovo; acima do portal, encontra-se o busto do cardeal Angelo Maria Querini (arcebispo de 1727-1755), que legou a Biblioteca Queriniana a Bréscia e impulsionou a construção da Catedral Nova após uma longa interrupção. Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
A Igreja tem planta em cruz grega com três naves e uma cúpula que se ergue na intersecção das naves laterais; as paredes brancas transmitem uma sensação de sobriedade e grandeza.

Nave principal, com suas paredes e tetos de cor branca, que transmitem a sensação de sobriedade e grandeza; um friso de volutas de acanto percorre toda a cornija da igreja, sustentado por altas colunas caneladas com capitéis coríntios; nos intradorsos e na cúpula, um friso adicional com rosetas confere movimento à alvenaria. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Presbitério tendo ao fundo o altar-mor, com pintura representando a Assunção da Virgem; ao longo das paredes do presbitério, em dois nichos, podem-se admirar as estátuas de San Filastrio, à esquerda, e de San Gaudenzio, à direita; elas foram esculpidas em pedra de Botticino, no século XVIII, por volta de 1739, obra do escultor Antonio Calegari, a pedido do cardeal Querini; os dois bispos retratados foram figuras importantes na igreja bresciana primitiva. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Retábulo da Assunção do Altar-mor; trata-se de uma das obras do século XVIII criadas para adornar o presbitério e é de autoria de Giacomo Zoboli; ao longo da tela arqueada, o artista coloca os apóstolos na parte inferior e a Madona na parte superior, sustentada por anjos em voo; a zona mais vibrante é a dos apóstolos, cada um retratado em uma pose diferente de admiração; Pedro está no centro, e ao seu redor o pintor dispõe seus companheiros com simetria e contraponto em torno do sarcófago onde haviam repousado e velado pelo corpo da Virgem; em volta da tela encontra-se a belíssima moldura em mármore multicolorido, criada segundo um projeto de Giovan Antonio Biasio, que foi, durante certo período, superintendente das obras de construção da Catedral Nova. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Baldaquino suspenso, na entrada do presbitério, com o Espírito Santo representado em seu interior. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
A Università Cattolica del Sacro Cuore (Universidade Católica do Sagrado Coração), Campus di Brescia, repetiu, em 2023, no interior do Duomo Nuovo, a experiência que Léon Foucault propôs, em meados do século XIX, na cidade de Paris, com o fim de demonstrar a rotação da Terra em torno de si mesma.
Em 1851, no Panthéon de Paris, Léon Foucault, um físico brilhante e inventor de instrumentos científicos, realizou um experimento destinado a se tornar uma das demonstrações científicas mais famosas de todos os tempos: a rotação da Terra em torno de seu eixo; sob a cúpula do Panthéon, ele colocou um pêndulo composto por uma esfera de latão de 28 kg suspensa por um fio de 67 metros de comprimento, capaz de traçar uma marca no chão coberto de areia, que, com o tempo, mudava de direção.
O projeto que foi reproposto na Catedral Nova de Bréscia respeitava todas as características físicas e de design do original de 1851, com a única variação sendo a presença de uma lâmpada laser na ponta da esfera, que projetava um feixe de luz vermelha bem visível no chão durante toda a duração do experimento de oscilação do pêndulo.

Reprodução do Pêndulo de Foucault pela Università Cattolica del Sacro Cuore (Universidade Católica do Sagrado Coração), Campus di Brescia, em setembro de 2023, piso do Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Na parede posterior esquerda do braço central da cruz grega encontra-se o Monumento ao Papa Paulo VI, uma obra de bronze e mármore de 1984 de Raffaele Scorzelli, conhecido como Lello.
O artista imortalizou a figura pensativa de Paulo VI no momento da abertura da Porta Santa, no início do Ano Jubilar, na noite de Natal de 1974.
À direita do monumento, num ostensório, está uma relíquia de Santo André Apóstolo, doada pelo papa à sua cidade natal.
Paulo VI nasceu em Concesio, uma cidade na província de Brescia; foi ordenado sacerdote no Duomo Nuovo em 1920, tornou-se papa em 1963 e faleceu em 1978; foi beatificado em 2014 pelo Papa Francisco.
Paulo VI foi o sumo pontífice que conduziu os trabalhos do Concílio Vaticano II até sua conclusão, assembleia que modificou muito a estrutura e os ritos da Igreja Católica, após o falecimento de João XXIII, que convocara o concílio.

Monumento ao Papa Paulo VI, localizado na esquerda do braço central da cruz grega, no qual ele é representado no momento em que está sendo aberta a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, na noite de Natal de 1974, para dar início ao Jubileu de 1975: o papa se ajoelha na soleira da Porta Santa e, segurando a Cruz Pastoral em sua mão, cruza a Porta. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Monumento ao Papa Paulo VI; o ponto central de todo o monumento é a figura solitária de Paulo VI, ajoelhado no limiar da recém-aberta Porta Santa; atrás dele, placas de ardósia não polida realçam a massa dourada do pontífice; a luz desliza sobre suas vestes, demorando-se em seu rosto, tratado como um retrato e com uma semelhança impressionante; o pontífice segura o báculo pastoral usado durante as cerimônias, que culmina em um crucifixo curvo; este báculo foi, na verdade, feito por Lello Scorzelli para Paulo VI, que o usou durante a cerimônia de encerramento do Concílio Vaticano II, em 1965; as duas portas de bronze são brunidas e marteladas; o puxador no centro de cada porta retrata uma cena da Vida de São Paulo: à esquerda, vê-se o naufrágio ao largo da costa de Malta e, à direita, o ataque de Saulo no caminho de Damasco; no topo, ao centro, está o brasão do Papa; na base, uma grossa placa de mármore preto belga ostenta a inscrição em latim PAULUS VI PONT. MAX. BRIXIENSIS. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

A Capela do Santíssimo Sacramento, segunda à direita (na extremidade do braço horizontal da cruz grega); abriga um altar neoclássico projetado por Rodolfo Vantini, no século XIX, com o retábulo "Jesus pregando às Multidões", de Michelangelo Grigoletti; em frente, à esquerda, a estátua da Fé, de Giovanni Seleroni, enquanto à direita, a da Esperança, de Giovanni Antonio Emanueli. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

O altar de fundo da nave direita; decorado com as esculturas Fé, à direita, empunhando a Cruz, e Humildade, à esquerda, segurando o Cordeiro, de Antonio Calegari, século XVIII, apresenta uma pintura do século XIX do Anjo da Guarda, de Luigi Basiletti; o altar provém da Chiesa di Santa Maria degli Angeli e foi aqui colocado em 1808, depois de o príncipe Eugênio de Beauharnais, Vice-Rei da Itália e enteado de Napoleão I, o ter doado à catedral, durante o período do domínio das tropas napoleônicas. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.

Caixa que contem relíquia do braço de São Bento; uma relíquia do "Pai da Europa", doada à Abadia de Leno por volta do ano 759 em memória de Petronace, abade de Bréscia e refundador da Abadia de Monte Cassino; chegou à Catedral de Bréscia no século XV e encontra-se guardada neste novo e moderno relicário, perto do túmulo de Santo Apolônio, bispo de Bréscia no século IV. Duomo Nuovo, Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Logo que saímos do Duomo Nuovo, nos deparamos, ao seu lado, com a Concattedrale Invernale di Santa Maria Assunta, conhecida como Duomo Vecchio.
O Duomo Vecchio (Catedral Velha) de Bréscia, também conhecido como Rotonda, é uma esplêndida co-catedral românica que remonta aos séculos XI e XII; caracterizada por sua planta central singular, inspirada no modelo do Santo Sepulcro em Jerusalém, representa um importante exemplo da arquitetura lombarda e abriga preciosas obras de arte, como o túmulo de Bonino da Campione, o órgão de Antegnati e pinturas de Moretto e Romanino.
Sob a igreja encontra-se uma antiga cripta que remonta ao século VI, e vestígios de mosaicos cristãos primitivos testemunham as estratificações históricas do local, com raízes que se estendem até a época romana; após uma extensa restauração no século XIX, promovida pelo arquiteto arquiteto Luigi Arcioni, o Duomo Vecchio apresenta-se hoje como um fascinante tesouro de história e arte.
A estrutura é feita de pedra local de Medolo e consiste em dois corpos cilíndricos sobrepostos.
As duas entradas originais ficavam ao nível da estrada romana e davam acesso à igreja por uma passagem, agora fechada e utilizada como pia batismal; a entrada atual data de 1571 e foi reconstruída, em 1708, em estilo barroco, após o desabamento da torre.

Concattedrale Invernale di Santa Maria Assunta, conhecida como Duomo Vecchio ou Rotonda; românica, erguida provavelmente entre os séculos XI e XII, sua particularidade é a forma da parte anterior circular, em dois níveis; a atual porta de entrada foi reconstruída em 1708, em estilo barroco. Piazza Paolo VI, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
Por fim, fomos ao Quadriportico da Torre della Rivoluzione; esta última é uma das construções realizadas dentro do projeto da Piazza Vittoria, finalizado na década 1930, durante o governo de Benito Mussolini.
A Piazza Vittoria, em Brescia, é um dos exemplos mais significativos da arquitetura do período fascista e do pós-Segunda Guerra Mundial; construída entre 1927 e 1932, segundo projeto do arquiteto e urbanista Marcello Piacentini, ergue-se sobre as cinzas do bairro de Pescherie, uma parte do centro histórico medieval que foi demolida para dar lugar ao novo plano urbano racionalista, predominante durante o governo fascista.
O espaço é completado pela Torre della Rivoluzione (Torre da Revolução), com um relógio e, no passado, um baixo-relevo representando Mussolini a cavalo. Após a Segunda Guerra Mundial, foi desmontada juntamente com outros elementos representativos da ideologia fascista, incluindo uma grande escultura de Arturo Dazzi, intitulada "A Era Fascista", mas popularmente conhecida como "Bigio".

Rinoceronte di Piazza Vittoria, obra intitulada "il peso del tempo sospeso" (o peso do tempo suspenso), de autoria do escultor Stefano Bombardieri, de 2022; no detalhe, embaixo e à direita, na cor amarela, o Arco del Granarolo, construído na primeira metade do século XIX, no qual se vê a efígie de Agostino Gallo, agrônomo italiano do século XVI. Quadriportico da Torre della Rivoluzione, Piazza della Vittoria, 3, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
A partir do Quadriportico, ingressamos no mercado Sapori & Dintorni Conad, localizado na Sale del Mercato del Consiglio Provinciale dell'Economia a Brescia (Salas do Mercado do Conselho Provincial de Economia em Brescia), onde podemos observar a grande diversidade de produtos de salumeria (charcutaria).

Diversidade dos produtos regionais de salumeria. Sapori & Dintorni Conad, Sale del Mercato del Consiglio Provinciale dell'Economia a Brescia (Borsa Commerciale), também conhecido como Palazzo delle Industrie Bresciane, 1933, obra do engenheiro Tito Brusa, de Bréscia, Via Giuseppe Bertolotti, 4, Bréscia, capital da província homônima, Região da Lombardia, Itália.
No próximo post, continuamos nossa viagem, agora em direção a Bérgamo, ainda na Região da Lombardia. Arrivederci!
Fontes:
Wikipedia;
Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.




Comentários