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Mântua - Parte II - Região da Lombardia - Norte da Itália - 2023

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 11 de ago. de 2024
  • 15 min de leitura
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Detalhe da Galleria della Mostra, no qual se vê busto de mármore, possivelmente representando um imperador romano, sobre pedestal; embaixo, parte do lema da família Gonzaga: "Probasti domine"; o completo é "Me probasti domine et cognovisti me" (O Senhor me provou e me conheceu). Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália


Mântua - II


Continuamos nossa visita às instalações da Corte Nuova, no Complexo do Palazzo Ducale di Mantova.


O primeiro ambiente depois da Sala di Manto é a Sala dei Capitani, dedicada à celebração dos primeiros Senhores Gonzaga de Mântua, a partir de Luigi I Gonzaga.




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"O Juramento de Luigi I Gonzaga", pintura atribuída ao artista Benedetto Pagni, que a teria iniciado em 1576, mas, provavelmente concluída por Lorenzo Costa, o Jovem, por volta de 1578; Luigi I Gonzaga, de barba branca, encontra-se sentando numa espécie de trono com a mão colocada sobre um livro, possivemente uma Bíblia. Sala dei Capitani, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Lareira da Sala dei Capitani. Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Sala dei Capitani; em destaque, o belo teto em caixotões e a decoração em estuque de autoria de Iacopo d'Ughetto. Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


As figuras de estuque nos cantos da sala, executadas por Iacopo d'Ughetto na segunda metade do século XVI, retratam os quatro Capitães Gonzaga: Luigi, Guido, Ludovico I e Francesco I.




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Figura em estuque (centro) representando um dos Capitani del Popolo da família Gonzaga; autoria de Iacopo d'Ughetto, por volta da década de 1570. Sala dei Capitani, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Figura em estuque (centro) representando um dos Capitani del Popolo da família Gonzaga; autoria de Iacopo d'Ughetto, por volta da década de 1570. Sala dei Capitani, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Ingressamos, em seguida, na Sala dei Marchesi (Sala dos Marqueses) e, depois, na Sala dei Duchi (Sala dos Duques), acrescentadas ao Palazzo Ducale por ordem do duque Guglielmo Gonzaga; este encomendou ao pintor Jacopo Robusti, alcunhado Tintoretto, uma série de pinturas para decorar essas novas salas: são cenas de batalhas vencidas pelos antepassados do duque ou de celebrações de seus triunfos, sendo conhecidas como Fasti gonzagheschi (Faustos ou Esplendores Gonzagianos).


Guglielmo Gonzaga celebra assim as glórias dos seus antepassados ​​através de uma série de memórias de excelência, força e virtude guerreira.


Eram oito telas realizadas pelo famoso pintor veneziano Jacopo Robusti, conhecido como Tintoretto: quatro na Sala dei Marquesi: "O imperador Sigismundo dá a Gianfrancesco o título de Marquês de Mântua", "Ludovico II derrota os venezianos na batalha do Adige", "Federico I liberta Legnano do cerco dos suíços", "Francesco II na batalha de Taro"; quatro na Sala dei Duchi: "Federico II conquista Parma", "Federico II entra vitorioso em Milão", "Federico II defende Pavia", "Entrada de Filipe II, rei da Espanha, em Mântua".


As originais, hoje, se encontram na Alte Pinakothek, em Munique, Alemanha; o que nós vimos nas paredes das salas são cópias fieis às orginais.


As telas originais foram montadas, com ajuda do próprio Tintoretto, em 1580, nas paredes como se fossem telas venezianas, em espaços com estuques criados pelo escultor Francesco Segala, em 1579.




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"O imperador Sigismundo dá a Gianfrancesco Gonzaga o título de Marquês de Mântua", cópia da obra de Tintoretto, a original colocada aqui em 1580; a pintura representa a cerimônia de elevação de Gianfancesco Gonzaga, então senhor de Mântua, ao título de marquês, ocorrida na Piazza San Pietro, hoje Piazza Sordello, em 1433; Sigismundo de Luxemburgo aparece sentando ao trono, erguido sobre um palanque, entregando a Gianfrancesco, em pé, um escudo com quatro águias negras num campo branco, divididas por uma cruz vermelha; ao fundo, à esquerda, vê-se a Cattedrale di San Pietro Apostolo, ainda com sua fachada principal em estilo gótico. Fasti gonzagheschi, Sala dei Marchesi, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"Ludovico II Gonzaga derrota os venezianos na batalha do Ádige", cópia da obra de Tintoretto, a original colocada aqui em 1580; o evento retratado é uma das batalhas ocorridas durante a guerra de 1438-1439 entre o duque de Milão Filippo Maria Visconti (apoiado por Mântua) e a República de Veneza pelo domínio da Lombardia oriental e do Lago di Garda; antes da luta, os venezianos realizaram a ousada façanha de transportar uma frota por terra do rio Ádige ao Lago Garda; Ludovico II Gonzaga está à direita, parado no convés de popa de um barco: o gesto que faz com o bastão de comando na mão direita parece dar início ao turbilhão que o rodeia; em primeiro plano vemos alguns soldados mantuanos lançando-se da mesma nau capitânia para um navio veneziano que já está quase a afundar - identificado como tal pelo brasão do capitão Dario Maliperio (grifo preto num fundo branco filetado de dourado) - para massacrar a tripulação; no centro, mais atrás, outro barco com a insígnia Gonzaga (escudo com quatro águias negras num campo branco divididas por uma cruz vermelha) aborda um navio inimigo, esmagando os soldados que o ocupam; na margem direita da hidrovia, a artilharia lombarda se posiciona e abre fogo para cobrir o desembarque na margem oposta da infantaria embarcada em um navio maior, quase ao fundo, sobre o qual tremula uma bandeira com a cobra Visconti. Fasti gonzagheschi, Sala dei Marchesi, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"Federico I Gonzaga liberta Legnano do cerco dos suíços", cópia da obra de Tintoretto, a original colocada aqui em 1580; a batalha se dá no contexto do confronto entre o Papado, chefiado à época pelo papa Sisto IV, apoiado pelos suícos, e a República Florentina, liderada por Lorenzo de' Medici, o Magnífico, com apoio do Ducado de Milão e do Marquesado de Mântua, ocorrido entre 1478 e 1480; o exército liderado por Federico Gonzaga, identificado pela insígnia com a cobra milanesa, esmaga as tropas suíças; em primeiro plano, à esquerda, o marquês Federico (com um turbante vermelho) a galope prepara-se para desferir o golpe mortal num inimigo cujo cavalo já foi derrubado pela lança de um soldado da infantaria lombardo; mais ao centro, o exército Sforza (senhor de Milão), com uma ação que se projeta para a direita da tela, pressiona o acampamento dos sitiantes (podem ver-se as suas tendas) pondo em fuga os suíços, reconhecíveis pelos seus bonés vermelhos e calções listrados; bem à esquerda, carroças de resgate entram pelo portão da cidade, agora livre do cerco. Fasti gonzagheschi, Sala dei Marchesi, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Sala dei Marchesi, a exuberante sala criada por determinação do duque Guglielmo Gonzaga, na qual se veem as figuras alegóricas e os bustos dos nobres em estuque, criados por Francesco Segala, ladeando as cópias das telas com temas gloriosos criadas pelo famoso pintor Tintoretto. Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Destaque das figuras alegóricas e bustos de um dos marqueses Gonzaga e esposa, de autoria de Francesco Segala, 1579. Sala dei Marchesi, Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Belíssimo teto em madeira da Sala dei Marchesi, com pintura no centro. Appartamento Grande di Castello, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Dentre os grandes trabalhos realizados por Giulio Romano para o já duque Federico II Gonzaga, está a construção do chamado Appartamento di Troia, entre 1536 e 1539, na Corte Nuova; infelizmente, grande parte da suntuosa decoração do Apartamento de Troia desapareceu.


Com o seu casamento com Margherita Paleologo (1531), o duque Federico II Gonzaga passou a possuir Monferrato, tornando-se, assim, o sucessor dos descendentes dos imperadores bizantinos, senhores do Império Romano do Oriente.


A decoração deste apartamento glorifica o poder do duque, homenageando os gregos antigos, antepassados dos bizantinos, vencedores da Guerra de Troia.


Ingressamos, em seguida, na Sala dei Cavalli, primeira estância do Appartamento di Troia, cujo destaque é o belo teto com a pintura chamada "A Queda de Ícaro", possivelmente da década de 1550, atribuída ao pintor Anselmo Guazzi, aluno de Giulio Romano (outros especialistas atribuem a Fermo Ghisoni de Caravaggio).




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Teto da Sala dei Cavalli com a pintura "A Queda de Ícaro", provavemente da década de 1550, com autoria atribuída a Anselmo Guazzi, aluno de Giulio Romano, com base em desenho deste; Ícaro é representando em queda livre em direção ao espectador, com seu pai Dédalo tentando desesperadamente impedir a caída dele, em vão: as proporções e as distâncias próximas das duas figuras no quadro garantem a sensação do corpo caindo, quase absorvido por um vórtice de nuvens tendo, ao fundo, o vão que permite a passagem da luz solar, responsável pelo desastre. Sala dei Cavalli, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Na Sala dei Cavalli, estão expostas algumas obras antigas de arte grega.




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Peças de arte grega antiga. Sala dei Cavalli, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"Commiato" (Até mais ver); estela funerária grega, mármore, provavelmente entre 350 e 340 a.C.. Sala dei Cavalli, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Cavaleiro fazendo oferenda; relevo funerário grego, mármore, provavelmente do final do século II início do I a.C.. Sala dei Cavalli, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Depois fomos para Camera delle Teste (Câmara dos Cabeças (Chefes)), que tem esse nome em razão dos doze bustos de líderes e políticos da época que existiam nos clipei (escudos ocos dos hoplitas gregos) na parte superior das paredes da sala.




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Decoração da abóbada e do friso superior das paredes da Camera delle Teste (Câmara dos Chefes); no friso, estão os clipei  (escudos dos hoplitas gregos), e, logo abaixo deles, os pedestais sobre os quais ficavam os bustos do "chefes"; acima, espaços semicirculares tendo ao centro pequenas representações de divindades em estuque. Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Na Camera delle Teste encontramos peças romanas antigas em exibição.




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"Uma Mênade (Bacante) e um Sátiro dançante"; arte romana, terceiro quarto do I século a.C.. Camera delle Teste, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Encerrando o Appartamento di Troia, ingressamos na sala de audiência do duque que dá nome a todo o conjunto, a Sala di Troia.


O salão é pintado com grandes cenas relacionadas à Guerra de Tróia. Os temas foram sugeridos por Benedetto Lampridio, de Cremona, estudioso das literaturas latina e grega e tutor do príncipe Francesco Gonzaga


Para a Sala di Troia, Giulio Romano concebeu uma composição extremamente dinâmica e ilusionista que funde paredes - onde estão representados episódios distintos - e teto - onde, em vez disso, a batalha parece contínua - explorando o truque visual das árvores que se erguem nos quatro cantos da sala, conectando as cenas, mas não há vestígios de sua mão na sala, tendo criado apenas os desenhos que serviram de base para os afrescos. A execução, aliás, muito inferior à genialidade da ideia das figuras humanas e animais que “giram e torcem no espaço” aproximando-se e afastando-se a ponto de criar um efeito tridimensional, ficou a cargo dos discípulos, com quem o mestre se mostrou insatisfeito com o resultado.


O afresco ilusionista da abóbada tornar-se-á, especialmente na época barroca, o modelo para inúmeras decorações semelhantes, embora Giulio nem sempre tenha ficado satisfeito com a execução, atribuída a seus discípulos Rinaldo Mantovano, Ghisoni Fermo da Caravaggio e Luca da Faenza e com os estuques de Andrea del Golfo ou del Gonfo.




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Os belos afrescos que cobrem as paredes e o teto da Sala di Troia; na abóboda, a continuidade das batalhas; nas paredes, episódios distintos no contexto da guerra; à esquerda, o "Rapto de Helena"; no centro, o "Sonho de Hécuba"; à direita, o "Julgamento de Páris". Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"Laocoonte e seus filhos atacados por serpentes"; pintura de parede. Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Acima, a pintura "Tétis entrega as armas para Aquiles"; embaixo, sarcófago com tampa com cenas da vida de um general romano (arte romana do século II d.C., provavelmente 170 a 180 d. C.). Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


A Sala di Troia tem no seu espaço exposição de peças antigas romanas em mármore.




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Bela peça escultórica de um sarcófago representando cenas da vida de um general romano, provavelmente datado entre 170 e 180 d.C.. Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"O Mito de Medeia", arte romana, século II d.C.; a obra representa a morte dramática de Creusa, a jovem esposa de Jasão e antagonista de Medeia, ex-mulher do argonauta; magoada pelo repúdio de Jasão, Medeia presenteia Creusa com um diadema e um manto que, quando usados, queimam sua carne: no centro da placa, contorcendo-se de dor, vê-se Creusa morrendo, sob o olhar desesperado de seu pai Creonte; o episódio é precedido, à esquerda, pela cena de Creusa e Jasão na câmara nupcial e seguido, à direita, por Medeia matando os seus próprios filhos e pela sua fuga, com os cadáveres dos dois pequenos, numa carruagem puxada por cobras. Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Fragmento de friso com batalha entre gauleses e romanos (galatomaquia), arte romana antiga; a cena retrata soldados romanos, com armaduras de cota de malha e escudos redondos, dominando um grupo de guerreiros gauleses equipados com escudos hexagonais; a decisão de representar alguns gauleses completamente nus não é apenas uma escolha de estilo, ditada pelo desejo de acentuar o contraste entre a sua “barbárie” e a “civilização” dos legionários romanos; autores como Políbrio (206-118 aC) narram que os gauleses iam para a batalha nus, apenas com armas nas mãos, usando colares e pulseiras. Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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"Os Trabalhos de Hércules", arte romana antiga; dez dos doze trabalhos de Hércules se desenrolam na frente do sarcófago, impostos ao herói pelo rei de Micenas, Euristeu; o famoso herói - imberbe nos primeiros quatro empreendimentos, barbudo nos subsequentes - é repetidamente retratado em ação; da esquerda para a direita estão retratadas: as matanças do leão de Nemeia e da hidra de Lerna; a captura do javali de Erimanto na presença de um aterrorizado Euristeu, escondido em uma jarra; a captura da corça de Cerineia e, posteriormente, a matança das aves antropófagas do lago Estínfale; o embate com a amazona Hipólita; Hércules ocupado limpando os estábulos de Augias; a captura do touro de Creta; Hércules no ato de atordoar as éguas de Diomedes; a luta com o gigante de três troncos e três cabeças Gerião. Sala di Troia, Appartamento di Troia, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Em seguida, nos encontramos na bela Galleria dei Mesi.


A galeria foi originalmente construída por Giulio Pippi, conhecido como Romano, como uma loggia aberta, em complemento ao Appartamento di Troia do duque Federico I Gonzaga, e foi duplicada e fechada, por volta de 1572, por Giovan Battista Bertani, arquiteto da corte do duque Guglielmo Gonzaga; no entanto, ainda foi necessário esperar até cerca de 1600 para que a decoração original fosse replicada na segundo etapa. A ornamentação pictórica e plástica deve, portanto, ser dividida cronologicamente em duas fases de construção: a metade norte, correspondente à Sala di Troia, remonta à época de Giulio Romano, a outra - embora espelhando a primeira - pode ser datada do final do século XVI e início do XVII e foi coordenada por Antonio Maria Viani.


Desde a sua origem, a galeria abrigou várias esculturas clássicas em mármore, instaladas em molduras de estuque ou dentro de nichos, e cumpria a função de antiquário, daí o outro nome de Galleria dei Marmi (Galeria dos Mármores).


O ciclo pictórico da abóbada está integrado com estuques e representa alegorias ligadas à passagem do tempo; nas laterais dos arcos, nas exedras dos lados curtos, há quatro relevos maiores: o Crepuscolo, com Saturno devorando seus filhos e que abrigava um relógio, na ponta leste, é original; os outros três, l'Aurora, no mesmo lado, il Giorno e la Notte, no oposto, são cópias (de 2005 e 2022) dos estuques originais, que em 1811 foram destacados e remontados no Palazzo Te.




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Galleria dei Mesi, com sua decoração em espirais fitoformes; em destaque, na parede ao fundo, à meia altura, os relevos maiores representando, à esquerda, o Crepuscolo, com Saturno devorando seus filhos, à direita, l'Aurora. Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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A bela e rica decoração da galeria, na qual se veem medalhões envolvendo relevos, busto em pedestal e a parede com ornamentos fitomorfos. Galleria dei Mesi, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Escultura em mármore, possivelmente representando um fauno (com características mais humanas), protetor dos pastores e rebanhos, tocando um instrumento musical (perdido); no entorno do nicho, podemos ver ornamentos fitomorfos e, na base, falso mármore multicolorido. Galleria dei Mesi, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Escultura em mármore, provavelmente representando a Venus Genetrix, deusa da fertilidade. Galleria dei Mesi, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Galleria della Mostra, ainda na Corte Nuova, é uma das maiores salas do Palácio Ducal, com 64 metros de comprimento, quase sete metros de largura e oito metros de altura, tem como um de seus destaques o notável teto em caixotões; iluminada por nove grandes janelas com vista para o extraordinário Cortile della Cavallerizza; a galeria foi iniciada na última década do século XVI a partir de um projeto de Giovanni Battista Bertani, para servir de local de exposição das pinturas e achados da magnífica coleção da família Gonzaga; seu nome deriva, portanto, precisamente disto, do desejo da família nobre mantuana de “mostrar” a sua grandeza aos seus convidados.


Vários bustos estão expostos na galeria, a maioria representando imperadores romanos, grande parte do Período Clássico (séculos VIII a. C. a V d.C.), provavelmente pertencentes à coleção arqueológica do duque Vespasiano I Gonzaga, senhor de Sabbioneta, adquiridos prevalentemente em Roma e Veneza na segunda metade do século XVI e que foram confiscados pelos Habsburgos no século XVIII e trazidos para Mântua.




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Galleria della Mostra, erguida na última década do século XVI, por ordem do duque Vincenzo I Gonzaga; destaque para o belíssimo trabalho em madeira do teto em caixotões. Nos nichos, espaços retangulares e pedestais, alguns bustos da era clássica, alguns representando imperadores romanos, uma alusão ao grande poder da família Gonzaga. Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Uma das paredes bem decoradas da Galleria della Mostra, na qual se vê um dos bustos de mármore sobre um pedestal. Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Cabeceira da Galleria della Mostra, com porta clássica, com colunas estriadas finalizadas em capiteis coríntios e frontão triangular, tendo ao fundo nicho que guarda o busto do imperador Lúcio Vero. Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Busto do imperador romano Lúcio Vero (161-169 d.C.), cabeça antiga, após 154 d.C, sobre busto do século XVI. Galleria della Mostra, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Busto do imperador romano Augusto (o primeiro, de 27 a.C. a 14 d.C.), cabeça antiga, do período claudiano (41-54 d.C.), sobre busto do século XVI. Galleria della Mostra, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Busto do general, cônsul e ditador romano Júlio César (49 a 44 a.C.), inspirado em modelo antigo, século XVI. Galleria della Mostra, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Busto do imperador romano Marco Aurélio (161 a 180 d.C., também filósofo do estoicismo), por volta de 160 d.C. (rosto sobre busto antigo, mas não pertencente). Galleria della Mostra, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.




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Busto do imperador romano Nero, quando jovem (54 a 68 d.C.), um pouco antes de 55 d.C., rosto sobre busto antigo, mas não pertencente. Galleria della Mostra, Corte Nuova, Complexo do Palazzo Ducale, Piazza Sordello, Mântua, província de mesmo nome, Região da Lombardia, Itália.


Continuamos, no próximo post, a visitar as outras edificações do complexo palaciano, passando em frente a uma das fachadas da Domus Nova e ingressamos na Corte Vecchia.



Fontes:


Wikipedia;


Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.








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