top of page

Berlim - Parte III - Alemanha 2010

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 6 de abr. de 2022
  • 16 min de leitura

Atualizado: 15 de abr. de 2022


Fachada oeste da Berliner Dom (Catedral Luterana de Berlim), am Lustgarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A Berliner Dom (Catedral Luterana de Berlim) teve sua origem em uma igreja originalmente católica contígua ao Palácio de Berlim.


Frederico II determinou sua demolição e a construção de uma nova igreja, de orientação reformada (calvinista), em estilo barroco, no Lustgarten. O responsável pela obra foi o arquiteto holandês Johann Boumann, o Velho, tendo o edifício sido inaugurado em 1750.


Em 1817, quando da comemoração dos 300 anos da publicação das teses de Lutero, as Igrejas Luterana e Reformada se juntaram, formando a Igreja Unida, e, na oportunidade, Karl Friedrich Schinkel foi contratado para realizar uma extensa reforma na catedral barroca, transformando-a, tanto externa como internamente, em um edifício de estilo neoclássico. O portal foi alargado e recoberto por um frontão triangular, bem como a torre central passou a ser acompanhada por mais duas torres laterais, voltadas para o Lustgarten.




A antiga Catedral de Berlim por volta de 1890; projeto do arquiteto Johann Boumann, e amplamente reformada por Karl Friedrich Schinkel, na primeira metade do século XIX; destaque para o frontão triangular sobre o portal principal. https://www.berlinerdom.de/fileadmin/_processed_/e/d/csm_Schinkeldom_1893%402x_100449f37c.jpg


Em razão da crescente industrialização alemã e da criação do Império em 1871, Berlim tornou-se uma metrópole, e a antiga catedral não estava à altura da capital imperial; portanto, o edifício foi demolido em 1893 para dar lugar à nova catedral, em estilo neorrenascentista com elementos barrocos, segundo projeto do arquiteto católico Julius Carl Raschdorff. O interior da edificação sofreu influência do pintor Anton von Werner, que gozava de grande prestígio junto ao imperador Guilherme II, responsável pelas janelas do altar-mor e pelos mosaicos da cúpula.


A Berliner Dom (Catedral de Berlim) foi inaugurada em 1905, mas alguns detalhes ornamentais foram finalizados mais tarde, como as portas de bronze, em 1907, a capela-mor da Igreja da Pregação, em 1908, e a grande imagem em mosaico do portal oeste, em 1920.


A catedral original, edificada em 1905, era um edifício tripartite: a Igreja Batismal e Matrimonial (Tauf-und Traukirche), ao sul, a Igreja da Pregação (Predigtkirche), ao centro, e a Igreja Memorial (Denkmalskirche), ao norte.




Catedral de Berlim (Berliner Dom), estilo neorrenascentista com elementos barrocos, por volta de 1905; em destaque, à esquerda (norte), a Denkmalskirche (Igreja Memorial), cujas ruínas foram derrubadas após o fim da 2ª Guerra Mundial. Am Lustgargen, distrito de Mitte, Berlim. https://www.berlinerdom.de/fileadmin/_processed_/4/7/csm_Luftbild_Dom_1905%402x_b6c288b72f.jpg


A catedral sofreu séries danos durante a Segunda Guerra Mundial, com a destruição das janelas do altar de autoria de Anton von Werner, bem como a maioria dos sete mosaicos que representavam as bem-aventuranças do Sermão da Montanha.


No seu processo de reconstrução, sob supervisão de Rüdiger Hoth, a partir de 1975, a parte correspondente à Igreja Memorial (Denkmalskirche), ao norte, foi demolida. A cúpula não foi reconstruída na sua altura original, embora ainda se apresente imponente, alcançando 98 metros. A Catedral de Berlim foi reinaugurada em 6 de junho de 1993.


A cripta que contem as tumbas de parte dos príncipes eleitores de Brandemburgo, reis da Prússia e seus familiares, particularmente da dinastia dos Hohenzollern, pode ser visitada, bem como é possível também, após subir 270 degraus, acessar a parte interior da grande cúpula central e sair a uma plataforma que circula a cúpula e ter belas vistas da cidade.




Portal central da fachada oeste da Berliner Dom (Catedral Luterana de Berlim), no qual se vê no semicírculo o mosaico representando Cristo como curador dos enfermos; à esquerda, entre duas colunas coríntias, conjunto escultórico representando os evangelistas Mateus e Marcos, e, à direita, encoberto por folhas de uma árvore, outro, representando Lucas e João, obras de Gerhard Janensch e Johannes Gotz. Am Lustgarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Portal central da fachada oeste da Berliner Dom (Catedral Luterana de Berlim), sobre o qual se vê uma estátua de cobre de Jesus Cristo, esculpida por Fritz Schapper, abençoando a cidade de Berlim; sobre o pequeno frontão triangular, um cruz ornamentada com detalhes dourados, ladeada por anjos em adoração. Am Lustgarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Por meio do portal principal, ingressa-se na nave correspondente à Igreja da Pregação (Predigtkirche). A capela-mor, a qual se acessa subindo uma escadaria de sete degraus, é originária predominantemente do edifício anterior à Catedral atual. O altar, feito de mármore branco e ônix, é obra de Friedrich August Stüler; na sequência, tem-se um biombo desenhado por Karl Friedrich Schinkel, originalmente em bronze e atualmente dourado, representando os Apóstolos, ladeado por dois grandes candelabros de ferro fundido, também dourados. Ao fundo da capela, tem-se uma talha em carvalho, esculpida por Otto Raschdorff, filho do arquiteto que projetou a catedral.


Acima desse conjunto, têm-se três janelas principais com pinturas representando a Natividade, a Crucificação e a Ressurreição, baseadas em desenhos originais de Anton von Werner.




Interior da nave principal (Igreja da Pregação) da Berliner Dom; à esquerda, o púlpito projetado por Otto Raschdorff, esculpido em carvalho e dourado, concluído em 1907; ao centro, a capela-mor, com altar em mármore e ônix, na sequência, o biombo dourado representando os Apóstolos, ladeado de candelabros também dourados, no fundo, a talha de carvalho; sobre o conjunto, as três janelas retangulares, com pinturas representando, da esquerda para direita, a Natividade, a Crucificação e a Ressurreição, obras inspiradas no desenhos de Anton von Werner, autor das pinturas originais, destruídas durante a Segunda Guerra Mundial. Am Lustgarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A partir do Lustgarten, temos o que é conhecido como Museumsinsel (Ilha dos Museus), um conjunto composto por cinco museus, sob a direção do Staatliche Museen zu Berlin (Museus Públicos de Berlim): Altes Museum (Museu Antigo); Alte Nationalgalerie (Galeria Nacional Antiga); Neues Museum (Museu Novo); Pergamonmuseum (Museu Pergamon); e Bode-Museum.


O Altes Museum, projetado por Karl Friedrich Schinkel, foi concluído em 1830 e é um dos edifícios mais importantes da era neoclássica.


O arranjo monumental de dezoito colunas estriadas jônicas, o amplo átrio e a escadaria que convida os visitantes a subir ao topo, tudo aqui é superlativo e harmonioso. No pórtico, vê-se a inscrição em latim com o seguinte significado: "Frederico Guilherme III dedicou este museu ao estudo de todas as antiguidades e artes livres, 1828".


Nele funcionam parte da Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas), com coleções de arte e cultura das civilizações grega, etrusca e romana, e parte da Münzkabinett (Coleção Numismática), com exemplos de cunhagem antiga de moedas e medalhas.




Altes Museum (Museu Antigo), com suas dezoito colunas dóricas estriadas, projeto de Karl Friedrich Schinkel, concluído em 1830. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



Estátua de amazona na entrada do Altes Museum. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Estátua de amazona na entrada do Altes Museum. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O conceito arquitetônico da Alte Nationalgalerie (Galeria Nacional Antiga) – um edifício semelhante a um templo clássico erguido sobre um pedestal e decorado com motivos da antiguidade – veio da mente do rei Frederico Guilherme IV.


O edifício foi projetado por Friedrich August Stüler, aluno de Schinkel, que também projetou o Neues Museum. Foi concluído após a morte de Stüler por outro aluno de Schinkel, Johann Heinrich Strack.


O impulso inicial para a construção da Nationalgalerie foi um legado artístico ao estado prussiano em 1861 do banqueiro e cônsul Johann Heinrich Wilhelm Wagener, cuja coleção apresentava obras dos pintores da escola de Düsseldorf Caspar David Friedrich e Karl Friedrich Schinkel e de alguns pintores históricos da Bélgica. No ano seguinte, Stüler foi comissionado para elaborar os planos para construção do edifício, mas este somente foi inaugurado em 21 de março de 1876 para o aniversário do imperador da Alemanha Guilherme I.


O prédio abriga parte do acervo da Nationalgalerie, com exposições que abrangem obras de arte (pinturas e esculturas) do século XIX até o início do século XX, incluindo peças do romantismo e do impressionismo.




Alte Nationalgalerie (Galeria Nacional Antiga), prédio semelhante a um templo clássico, obra de Friedrich August Stüler, 1876; em frente, a estátua equestre do rei Frederico Guilherme IV da Prússia, seu idealizador. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A abertura do Neues Museum marcou um capítulo fundamental na história da arte, design de museus e tecnologia do século XIX.


Projetado por Friedrich August Stüler e construído de 1843 a 1855, o edifício sofreu graves danos durante a Segunda Guerra Mundial, sendo abandonado em seguida. Somente na década de 1980, algumas medidas de emergência foram tomadas para proteger a estrutura.


Um trabalho meticuloso de restauração começou em 2003, sob responsabilidade do escritório do arquiteto britânico David Chipperfield: a fachada e os interiores do edifício foram cuidadosamente preservados, sendo que as cicatrizes da guerra não foram apagadas, mas sim incorporadas à restauração do edifício. O museu foi reaberto ao público em 2009.


No edifício do Neues Museum, há exposições geográfica e tematicamente relacionadas, reunidas em três coleções: a coleção de arte egípcia do Ägyptisches Museum und Papyrussammlung; de objetos pré-históricos do Museum für Vor-und Frühgeschichte; e de antiguidades clássicas do Antikensammlung, o que permite aos visitantes traçar o desenvolvimento das culturas pré-históricas e proto-históricas, desde o Oriente Médio ao Atlântico, do norte da África à Escandinávia.


O Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros) fornece uma visão abrangente das continuidades e alterações ocorridas ao longo de quatro milênios nas antigas culturas egípcia e núbia, incluindo a famosa cabeça de Tiy e o mundialmente famoso busto de Nefertiti.


Já o Museum für Vor-und Frühgeschichte (Museu de Pré-história e História Antiga) apresenta um levantamento de objetos arqueológicos de toda a Europa e partes da Ásia, que dão vida à história cultural dessas regiões desde a Idade da Pedra até a Idade Média.


A eles se juntam obras de arte da antiguidade clássica (grega e romana) de parte do acervo da Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas).




Estátua de amazona na Museumsinsel (Ilha dos Museus); ao fundo a pérgula do Pergamonmuseum; à esquerda, fora da fotografia, há o Neues Museum (Novo Museu), que abriga artefatos egípcios antigos, coleções pré-históricas e históricas. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A fotografia do busto de Nefertiti, abaixo reproduzida, é um trabalho pessoal de Philip Pikart, em razão, de, na época em que visitamos a obra, ela ficava no interior de uma caixa de vidro, protegida, sendo proibida fotografá-la.



O famoso busto de Nefertiti, escultura de calcário pintado, do século XIV a.C., representando Nefertiti, a grande esposa real do faraó egípcio Aquenáton, da XVIII dinastia. Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha. Par Philip Pikart — Travail personnel, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=8433730





Coleção de antiguidades egípcias, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros), localizado no prédio do Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Coleção de antiguidades egípcias, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros), localizado no prédio do Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Sarcófagos da coleção de antiguidades egípcias, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros), localizado no prédio do Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Sarcófagos de madeira da coleção de antiguidades egípcias, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros), localizado no prédio do Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Sarcófagos de pedra da coleção de antiguidades egípcias, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung (Museu Egípcio e Coleção de Papiros), localizado no prédio do Neues Museum (Museu Novo) construído de 1843 a 1855, projeto de Friedrich August Stüler; Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Detalhe do que sobrou das pinturas decorativas nas paredes do Neues Museum (Museu Novo), após o bombardeio durante a II Guerra; resultado do conceito de preservação das cicatrizes da guerra, adotado pelo arquiteto britânico David Chipperfield, restaurador do museu. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O Pergamonmuseum foi projetado por Alfred Messel; sua construção foi supervisionada por Ludwig Hoffmann e durou vinte anos, de 1910 a 1930.


Inicialmente, havia um prédio menor no mesmo local por alguns anos. Guardava importantes achados provenientes de escavações promovidas pelos museus de Berlim, como os painéis de friso do Altar de Pérgamo, recuperados por meio de trabalhos arqueológicos realizados de 1878 a 1886, no hoje território da Turquia. No entanto, o edifício anterior tinha fundações inadequadas e, em razão da instabilidade estrutural, teve que ser demolido.


O novo e maior Pergamonmuseum foi erguido como um complexo de três alas. O museu atualmente abriga três das coleções dos Staatliche Museen zu Berlin (Museus Públicos de Berlim): o Antikensammlung, o Vorderasiatisches Museum e o Museum für Islamische Kunst.


As impressionantes reconstruções de enormes estruturas arqueológicas – o Altar de Pérgamo, a Porta do Mercado de Mileto, a Porta de Ishtar, a Via Processional da Babilônia e a Fachada de Mshatta – tornaram o Museu Pergamon famoso no mundo todo, sendo o museu mais visitado dentre os Staatliche Museen (Museus Públicos) e na Alemanha.


A seção do Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas), no Pergamonmuseum, apresenta reconstruções em escala real de monumentos arquitetônicos da antiguidade grega e romana. A principal atração é, sem dúvida, o Altar de Pérgamo (180–160 a.C); seu friso em relevo é uma obra-prima da arte helenística, retratando os deuses do Olimpo em batalha com os gigantes. Há, também, um importante exemplo da arquitetura romana: o Portão do Mercado de Mileto, datado de cerca de 100 d.C.


O Vorderasiatisches Museum (Museu do Antigo Oriente Próximo) expõe principalmente artefatos de um período de 6.000 anos de história cultural das regiões da Mesopotâmia, Síria e Anatólia. São aproximadamente 270.000 objetos, encontrados principalmente durante as principais escavações alemãs na Babilônia: Assur, Uruk e Sam'al. Dentre suas principais atrações, estão as reconstruções arquitetônicas do colorido Portão de Ishtar e da Via Processional da Babilônia, datadas da época de Nabucodonosor II (século VI a.C). Têm-se também os primeiros documentos escritos conhecidos pela humanidade: escritas cuneiformes em tabuletas de argila que datam do final do 4º milênio a.C., originárias da cidade de Uruk, bem como as fachadas dos templos decoradas com milhares de peças coloridas de mosaico.


Já o Museum für Islamische Kunst (Museu de Arte Islâmica) possui uma das mais formidáveis coleções de arte islâmica fora do mundo islâmico, com obras-primas das artes decorativas e artefatos arqueológicos criados por povos muçulmanos e os grupos cristãos e judeus que viviam com e entre eles, datando do século VII ao XIX. Os destaques na coleção são as obras arquitetônicas, algumas preservadas na íntegra, que, em termos de monumentalidade de escala, não têm paralelo em nenhum outro museu do gênero, particularmente a fachada de pedra primorosamente decorada do palácio do califa de Mshatta (Jordânia, cerca de 740) e a famosa Sala Aleppo com seus painéis de madeira pintada de cores vivas (Síria, 1600).




Entrada do Pergamonmuseum (Museu Pergamon), edifício erguido entre 1910 e 1930. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O Grande Altar de Pérgamo era um monumento religioso erguido em homenagem ao deus grego Zeus, na cidade helenística de Pérgamo, local hoje ocupado pela cidade de Bergama, Turquia.


O monumento foi descoberto pelo engenheiro alemão Carl Humann, na década de 1870, sendo desmontado, transportado e reconstituído em Berlim, em 1886, com base em um acordo entre os Impérios Alemão e Otomano.


Um dos destaques do templo é o friso representando a Gigantomaquia, a guerra dos gigantes contra os deuses olímpicos, que faz parte da mitologia grega. Representa, também, a vitória da ordem sobre a desordem.




Altar de Pérgamo, cerca de 180–160 a.C, monumento da cultura grega. Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Partes do friso do Altar de Pérgamo, representando a Gigantomaquia; no destaque, à esquerda, Zeus contra Porfírio, chefe dos gigantes, e, no centro, jovem gigante sendo morto pela deusa Atena. Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas),Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Esculturas do Vorderasiatisches Museum (Museu do Antigo Oriente Próximo). Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A Porta do Mercado de Mileto, cidade grega que se situava no atual território da Turquia, foi erguida, em mármore, pelos romanos, provavelmente no século II, e servia de entrada norte do referido mercado.


Um tremor de terra, ocorrido no século X ou XII, destruiu a porta, ficando alguns de seus fragmentos espalhados no solo.


No final do século XIX o arqueólogo alemão Thedor Wiegan promoveu várias escavações na região de Mileto, então território do Império Otomano, tendo encontrado diversos fragmentos da porta, que, no início do século XX, por volta de 1907 e 1908, foram transportados para Berlim.


A partir dos fragmentos da porta, acrescentou-se outras partes fabricadas e conseguiu-se reconstituir o monumento, que hoje está exposto no Pergamonmuseum.




A Porta do Mercado de Mileto, uma construção romana do século II. Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




A Porta do Mercado de Mileto, uma construção romana do século II. Antikensammlung (Coleção das Antiguidades Clássicas), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Friso de cerâmica com arqueiros babilônios. Vorderasiatisches Museum (Museu do Antigo Oriente Próximo), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Lamassu, guardião parte homem, parte leão, parte águia assírio. Vorderasiatisches Museum (Museu do Antigo Oriente Próximo), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.





Tapete de oração muçulmano, proveniente do Egito, à esquerda, e nicho de casa samaritana, em forma de mihrab (espaço recuado de adoração), com inscrições do Pentateuco (Torá - Antigo Testamento), proveniente de Damasco, Síria, séculos XV ou XIV (samaritanos faziam parte de uma seita judia). Museum für Islamische Kunst (Museu de Arte Islâmica), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.





A Fachada Mshatta, construída por volta de 740, com função de defesa do palácio da Jordânia. Museum für Islamische Kunst (Museu de Arte Islâmica), Pergamonmuseum, Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O conceito do museu Bode-Museum, que foi originalmente chamado de Kaiser-Friedrich-Museum, se deve às ideias da então princesa Vitória da Prússia, expostas em um memorando de 1883. Wilhelm von Bode foi quem tomou a iniciativa de transformar essas ideias em realidade.


As obras de construção do edifício iniciaram em 1897, no norte da Ilha dos Museus, e a instituição, projetada por Eberhard von Ihne, seria dedicada ao Renascimento.


Concluído, o museu foi batizado com o nome do falecido marido de Vitória, o imperador Frederico da Alemanha, que morrera em 1888, após um curto reinado de pouco mais de três meses. O Kaiser-Friedrich-Museum foi inaugurado em 1904, ocasião em que pinturas e esculturas, consideradas na época como as "altas artes", foram apresentadas pela primeira vez lado a lado, um conceito que diferia radicalmente do dos museus tradicionais.


A instituição passou a chamar-se Bode-Museum em 1956, em homenagem ao seu primeiro diretor e fundador de fato.


Após a reunificação alemã, houve a fusão das coleções sob a direção do Staatliche Museen zu Berlin (Museus Públicos de Berlim), com alteração do conceito original da instituição, que passou a abrigar outras formas de arte, bem como abranger outros períodos além do Renascimento.


A Skulpturensammlung (Coleção de Esculturas) é uma das maiores coleções de esculturas antigas do mundo, com obras datandodo início da Idade Média ao final do século XVIII, originárias dos países de língua alemã, França, Países Baixos, Itália e Espanha.


O Museum für Byzantinische Kunst (Museu de Arte Bizantina) possui uma fabulosa coleção de obras de arte da Antiguidade Tardia e Bizantina e objetos do cotidiano oriundas de parte do Mediterrâneo, com destaque para os sarcófagos da Antiguidade Tardia, esculturas figurativas e ornamentais do Império Romano do Oriente e esculturas de marfim e ícones de mosaico do Egito pós-faraônico, antigo Egito bizantino.


Tem-se também parte do acervo da Gemäldegalerie, com pintura europeia do século XIII ao XVIII.


E, por fim, parte do acervo do Münzkabinett (Coleção Numismática - moedas e medalhas) também se encontra no Bode-Museum.



Fachada principal do Bode-Museum, estilo neobarroco, projeto de Eberhard von Ihne, inaugurado em 1904, inicialmente idealizado pela futura imperatriz alemã Vitória para acolher obras (pinturas e esculturas) do período renascentista. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Lateral do Bode-Museum, com vista do rio Spree e da Berliner Fernsehturm (Torre de TV de Berlim Oriental), localizada na Alexanderplatz. Museumsinsel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Após a Ilha dos Museus, o viajante se depara com a Alexanderplatz, ou Alex, como foi apelidada pelos berlinenses.


É um dos pontos de encontro da cidade mais frequentados pelos locais e visitantes. Seu nome é resultado da visita à cidade feita pelo czar Alexandre I da Rússia, em 1805. De praça de mercado, na entrada de Berlim, no início do século XVII, o local se transformou, no início do século XX, em um enorme entroncamento de meios de transportes públicos, integrando metrô, trem e bonde (tramway).


Durante a gestão comunista, após o término da 2ª Guerra Mundial, realizou-se um concurso de arquitetura, em 1964, para a requalificação do logradouro, tendo saído vencedor o projeto do escritório Schweizer Tscheschner et Schulz: em 1965, começou, no sudoeste da praça, a construção da Torre de Televisão Berlinense (Berliner Fernsehturm); em 1967, no norte, foram iniciadas as construções do Centrum Warenhaus (cadeia de grandes lojas da Alemanha Comunista), ocupada atualmente pela rede Galeria Kaufhof, do Hotel Stadt Berlin, com 125 metros de altura, da rede de hotéis de luxo Interhotel, da Alemanha Comunista, atualmente funcionando o hotel Park Inn by Radisson Berlin Alexanderplatz, e da Haus der Elektroindustrie (Casa da Indústria Eletrônica), com dez andares, onde funcionou o Ministério da Engenharia Elétrica e Eletrônica da Alemanha Comunista.


Continuou-se o redesenho da praça com a instalação, a partir de 1969, da Brunnen der Völkerfreundschaft (Fonte da Amizade das Nações), trabalho coletivo capitaneado por Walter Womacka, e do Urania-Weltzeituhr (Relógio Universal Urania), de Erich Jonh. Por fim, em 1971, concluiu-se o edifício Haus des Reisens (Casa de Viagem), de estilo internacional, com 18 andares, e, durante a gestão da RDA, era sede da agência de viagens estatal e escritórios da Interflug (companhia aérea estatal da RDA). Com isso, terminou-se a requalificação da Alexanderplaz, ocupando uma superfície de cerca de 80.000 metros quadrados, quatro vezes mais do que antes da guerra.


Tudo isso foi, a meu ver, um esforço do governo comunista alemão, fantoche do regime soviético, para alardear ao mundo que a sua porção socialista era tão desenvolvida e moderna quanto a capitalista, o que se sabe hoje que era um grande engodo, que foi esclarecido após a queda do Muro de Berlim.


Nas proximidades da praça, tem-se a Neptunbrunnen (Fonte de Netuno), construída entre 1888 e 1891, em estilo neobarroco, projeto do escultor Reinhold Begas; originalmente ficava na Praça do Palácio de Berlim, mas como este, após a guerra, foi demolido, a fonte foi desmontada e armazenada.


Durante a restruturação da Alexanderplatz, a fonte foi restaurada e montada entre a Rotes Rathaus (prédio da Prefeitura de Berlim) e a Marienkirche (Igreja de Santa Maria).




Neptunbrunnen (Fonte de Netuno); a bacia quadrilóbula em granito vermelho polido, em cujas paredes veem-se quatro figuras femininas em bronze, representando os quatro grandes rios que estavam no território da Alemanha - Reno, Elba, Vístula e Oder -, e, no centro, dominando o conjunto, a grande escultura em bronze do deus romano Netuno, com seu tridente descansando no ombro esquerdo. Alexanderplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Ao lado da fonte, vê-se Marienkirche (Igreja de Santa Maria), um dos mais antigos templos de Berlim. Erguida por volta de 1250, em estilo gótico, após ter sido convertida em igreja de confissão luterana, fez-se um reforma barroca no século XVII, com intervenção do escultor e arquiteto alemão Andreas Schlüter, particularmente no interior.




Evangelische Marienkirche (Igreja Evangélica de St. Maria), início do século XIII; atrás da torre da igreja, a Berliner Fernsehturm (Torre de Televisão Berlinense). Alexanderplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Nas proximidades da Alexanderplatz, encontra-se o Marx-Engels-Forum, um parque público, criado, em 1986, pelas autoridades da República Democrática Alemã, em homenagem a Karl Marx e Friedrich Engels, autores do Manifesto do Partido Comunista, em 1948, e vistos como fundadores do movimento comunista. A obra mais importante da praça é o conjunto escultural representando os dois pais do socialismo, projetado pelo arquiteto Ludwig Engelhardt.




Monumento a Karl Marx e Friedrich Engels, obra do escultor Ludwig Engelhardt. Marx-Engels-Forum, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Por fim, tivemos o prazer de desfrutar de um lauto almoço com meu colega de turma da Academia Militar das Agulhas Negras, Coronel de Infantaria QEMA Klauss Erich Klein, então adido militar na Alemanha, no restaurante sediado em um dos prédios mais antigos de Berlim, o Zur Gerichtslaube (Ao Tribunal da Corte), localizado na área onde Berlim nasceu, Nikolaiviertel.


O edifício do Tribunal da Corte foi erguido por volta de 1270, em estilo gótico. As penas, na época, eram extremamente severas (desproporcionais) e cruéis. Para delitos pequenos, obrigavam-se os condenados a carregar consigo pesadas pedras, pena característica da Marca de Brandemburgo, bem como se arrancavam os olhos, cortavam-se as orelhas e se queimavam as bocas com ferro em brasa. Mulheres eram mortas queimadas por prostituição.


Em 1390, o inimigo público de Berlim, o cavaleiro Erich Valke von der Lietzenitz auf Saarmund, que colocara fogo na cidade, foi detido e decapitado publicamente. O ódio contra ele era tão grande que seu cadáver foi julgado no Tribunal da Corte, e, durante os dias de audiência, a cabeça decepada podia ser vista empalada no topo da janela, à esquerda do prédio.


Hoje, funciona o restaurante Zur Gerichtslaube, onde são servidas especialidade berlinenses, como Großes Berliner Pökeleisbein (Grande Joelho de Porco Curado de Berlim).




No Restaurante Zur Gerichtslaube (Ao Tribunal da Corte), na companhia de Klauss Erich Klein, Coronel de Infantaria QEMA, do Exército Brasileiro, então Adido Militar na Alemanha; o prédio em que o restaurante funciona é dos mais antigos de Berlim, erguido por volta de 1270. Nikolaiviertel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Salão "Gerichtslaube", no qual podemos ver algumas senhoras apreciando a especialidade Großes Berliner Pökeleisbein (Grande Joelho de Porco Curado de Berlim). Restaurante Zur Gerichtslaube. Nikolaiviertel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




Nós, após o lauto almoço degustado no Salão "Gerichtslaube", de estilo rústico, com abóbadas de cruzeria e suas grandes janelas "olho de boi". Restaurante Zur Gerichtslaube. Nikolaiviertel, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Na sequência, mais passeios em Berlim e em Potsdam.


Fontes:

Wikipedia;


"Alemanha", Guia Visual, PubliFolha, São Paulo, SP, 7ª edição, 2012; 1ª reimpressão: 2013.




留言


Obrigado por se subscrever!

SUBSCREVER

bottom of page