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Berlim - Parte I - Alemanha - 2010

  • Foto do escritor: Roberto Caldas
    Roberto Caldas
  • 7 de fev. de 2022
  • 13 min de leitura

Atualizado: 15 de abr. de 2022


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Modelos vestidos com uniformes militares da ex-Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã - RDA), um deles segurando a bandeira do país comunista. Pariser Platz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Berlim


Eu e Eunice resolvemos visitar a Alemanha exatamente na época em que meu colega de Academia Militar das Agulhas Negras, Coronel de Infantaria Klauss Erich Klein, era adido militar na capital desse belo país.


Antes de iniciarmos nossa viagem por meio das fotografias, é preciso esclarecer que a Alemanha, como nós a conhecemos atualmente, só foi unificada em 1871, após a Guerra Franco-prussiana, vencida pelo então Reino da Prússia, tendo à frente o rei Guilherme I, depois imperador da Alemanha, e seu braço direito, o Chanceler de Ferro Otto von Bismarck.


Na Idade Média, o território da atual Alemanha, composto por vários principados, e os das Áustria, República Tcheca, Holanda, Bélgica e de Luxemburgo e mais a parte oriental da França e partes do norte e centro da Itália formavam o Sacro Império Romano-Germânico (Heiliges Römisches Reich Deutscher Nation), que se considerava herdeiro do Império Romano do Ocidente, que fora extinto após sua derrota para as tropas do bárbaro germânico Odoacro, em 476.


O Sacro Império Romano-Germânico era formado por vários principados laicos (governados por nobres), eclesiásticos (governados por bispos e abades) e marcas (territórios fronteiriços, governados por margraves).


Dentre os eclesiásticos, que prevaleciam sobre os laicos, havia os três arcebispados da Renânia - Colônia, Trèves e Mainz, que tinham assento no colégio eleitoral para a escolha do imperador -, os arcebispados de Magdebourg e de Salzbourg, e mais de cem bispados, dentre eles os de Worms, Strasboug, Wurzbourg, etc..


Os príncipes laicos eram menos numerosos, no início do século XIII, eram 16, no final, 21; dentre eles, o rei da Boêmia; os duques da Baviera, da Saxônia, da Áustria, da Lorena; os margraves de Brandemburgo, de Maissen, o conde palatino do Reno; o landegrave da Turíngia; os condes de Anhalt, de Flandres, etc.. Todos eram vassalos do rei da Alemanha e somente dele.


O rei da Alemanha era conhecido como "rei dos Romanos", porque, desde sua eleição, ele reinava sobre todo o território do império, por isso ele se tornava o imperador. Mas, apesar de muito poderoso, ele dependia, para o exercício dos seus poderes, dos vários príncipes que compunham o império, conforme se vê na transcrição abaixo:


"A realeza alemã era eletiva. Mesmo se, graças a habilidade política de alguns soberanos, a hereditariedade se impusesse, ela era sempre subordinada ao voto dos príncipes (...) Muito poderoso, ele não podia, no entanto, governar sem os príncipes, ainda menos contra eles, nem fazer desaparecer seu poder; ele só podia o contrabalancear." (tradução livre do francês - pág. 54)


"O quadro institucional do reino era um esboço. Não havia direito unificado; as relações políticas e sociais eram determinadas pelo direito feudal e os costumes, em grande parte orais. Ao processo de eleição real faltava clareza, o número de eleitores não era fixo, daí a dupla eleição de 1198 e a guerra civil que resultou dela. Frankfurt era o lugar habitual da eleição, Aix [Aix-la-Chapelle], aquele do coroamento. Tratava-se de lugares costumeiros, não de capitais. Frankfurt não dispunha de um território que lhe permitisse fazer o papel análogo àquele de Paris ou de Londres. A propriedade disponível para os reis nas florestas da área circundante não era de forma alguma comparável a Ile-de-France. Aix não era nem mesmo sede episcopal como Reims. E aquele que, na Alemanha, fazia o papel equivalente ao arcebispo da cidade champanhesa para os reis da França era o arcebispo de Mainz."(tradução livre do francês - págs. 58-59) "Frédéric II, Un empereur de légendes", de Sylvain Gouguenheim, Editions Perrin, Paris, 2015, livro eletrônico).


Mal chegamos em Berlim, a capital da Alemanha, no final da tarde, fomos ver o prédio que abriga o Museu Martin-Gropius-Bau, terminado em 1881, em estilo renascentista, criado para abrigar o Museu de Artes Decorativas. Severamente danificado durante a Segunda Grande Guerra, ele foi restaurado entre 1978-1981 e atualmente abriga exposições temporárias, como a que estava em cartaz quando passamos em sua frente: a famosa pintora mexicana Frida Kahlo.



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Entrada do Museu Martin-Gropius-Bau, prédio estilo renascentista, projetado pelos arquitetos Martin Gropius e Heino Schieden (1881); Niederkirchnerstrasse, 7, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Nas proximidades do Museu Martin e da Topografia do Terror (centro de documentação e exposição do período nazista), encontramos um tramo que restou do Muro de Berlim.



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Resto do Muro de Berlim em frente ao centro de documentação Topografia do Terror; Niederkirchnerstrasse, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Nos dias posteriores, realizamos passeios pela cidade, iniciando por Postdmer Platz, seguindo Reichstag, Tiergarten, Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche e Schloss Charlottenburg. Toda essa região, na época da divisão da Alemanha, ficava sob a proteção dos países aliados ocidentais que venceram a guerra, ou seja, Estados Unidos, França e Reino Unido.


A região de Postdamer Platz ficou bastante devastada durante a Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 1990, iniciou-se a edificação de equipamentos e prédios de feição moderna, como o Sony Center, a BahnTower e a KollhoffTower.



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Potsdamer Platz, com a estação (bahnhoff - trem, metrô) de mesmo nome; ao fundo, à esquerda, o prédio do Beisheim Centre, BC, e à direita, o prédio de escritórios P5. Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Resto do Muro de Berlim na Postdamer Platz. Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O Sony Center é um complexo de oito prédios erguidos por iniciativa da empresa japonesa de eletrônicos Sony, concluído em 2000, projetado pelo arquiteto Helmut Jahn e pelo paisagista Peter Walker. Atualmente o conjunto não pertence a Sony.



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Girafa montada com peças da Lego, Legoland, Sony Center, Potsdamer Platz. Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O Memorial aos Judeus Assassinados da Europa, conhecido como Memorial do Holocausto (Holocaust Denkmal), foi projetado pelo arquiteto norte-americano Peter Eisenman e concluído em 2005. São mais de 2.700 monólitos de concreto cinza, simbolizando os 6 milhões de judeus que morreram durante o holocausto nazista, na Segunda Grande Guerra.



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Holocaust Denkmal (Memorial do Holocausto), mais de 2.700 monólitos representando os judeus assassinados durante o holocausto nazista, Stresemannstrasse, 90. Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Na sequência, temos o famoso edifício do Reichstag, que atualmente abriga o Bundestag (Parlamento Federal Alemão).


A construção do edifício foi iniciada durante o reinado do imperador Guilherme I, em 1884, e concluída no do neto dele, imperador Guilherme II, em 1894. Foi projetado pelo arquiteto alemão Paul Wallot, em estilo neoclássico ou neorrenascentista. A cúpula, de estilo contemporâneo, moderna para época, tinha 75 metros de altura. A inscrição Dem deutschen Volke (O povo alemão), foi colocada no frontão principal em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. As letras de bronze, desenhadas pelo arquiteto Peter Behrens, foram forjadas com o material de dois canhões tomados durante a guerra napoleônica de 1813-1814. As quatro imponentes torres dos cantos representam os então quatro reinos que formavam o Império Alemão: Baviera, Saxônia, Prússia e Wurtemberg.


A partir de novembro de 1918, passou a ser a sede do Parlamento da República de Weimar. Em 1933, o prédio sofreu um incêndio de grandes proporções, causando sérios danos; colocou-se a culpa do incêndio criminoso no sindicalista Marinus van der Lubbe. Os nazistas aproveitaram o episódio para denunciar um complô comunista e usá-lo como pretexto para reprimir os partidos políticos da oposição, a começar pelo Partido Comunista Alemão.


É verdade que a bandeira da vitória da URSS foi colocada sobre a parte superior do Reichstag na noite de 30 de abril de 1945, mas a fotografia que restou icônica da tomada de Berlim pelo exército soviético é uma encenação realizada em 02 de maio.



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Fotografia icônica encenada com soldado russo segurando a bandeira da URSS sobre o teto do Reichstag, em 2 de maio de 1945; reprodução da imagem registrada por Evguêni Khaldei/Sputnik. Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O prédio foi restaurado entre 1961 e 1973, porém sem a cúpula. Após a reunificação, em 1990, o Parlamento Alemão reocupou o prédio em 1999, após nova restauração promovida pelo arquiteto britânico Norman Foster, tendo sido instalada uma cúpula moderna de vidro, como lembrança da original.


A cúpula pode ser visitada em um percurso em espiral, no qual têm-se belas vistas da capital alemã.



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Frente do Reichstag (Deutscher Bundestag), 1894, estilo neorenascentista, obra do arquiteto Paul Wallot. Platz der Republik. Berlim, cidade-estado, Alemanha.




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Reichstag, sede do Parlamento Alemão; em destaque, no frontão triangular, a inscrição Dem deutschen Volke (O povo alemão); a fila é para visitar a cúpula de vidro. Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Parte traseira do Reichstag; hasteadas as bandeiras da União Europeia e da Alemanha, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Interior da Cúpula do Reichstag, do qual temos a vista, em primeiro plano, em destaque, de uma das torres do Reichstag, com a bandeira da Alemanha; em seguida, do prédio moderno do Parlamento Alemão denominado Marie-Elisabeth-Lüders-Haus, em homenagem à política social-liberal, representante do movimento das mulheres, que foi membro do Parlamento Alemão de 1953 a 1961, à esquerda, o prédio do Bundespressekonferenz, e, ao fundo, à esquerda, o Charité – Universitätsmedizin Berlin (hospital universitário). Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O Grosser Tiergarten, literalmente o "Grande Jardim dos Animais", é o parque central de Berlim, com cerca de 3 (três) quilômetros de comprimento por 1 (um) de largura, alcançando 210 (duzentos e dez) hectares.


No passado, era uma reserva de caça, usada pelos margraves (senhores dos territórios fronteiriços) e, na sequência, pelos príncipes-eleitores de Brandemburgo. A reserva começou a se transformar em parque no final do século XVII, no reinado do último príncipe-eleitor Frederico III de Brandemburgo, posteriormente, Frederico I, rei da Prússia. No prolongamento da avenida Under den Linden, ele traçou uma via ligando o Stadschloss (Palácio de Berlim) à residência de verão de Carlottenburg.


No perímetro do parque, encontram-se monumentos célebres: o Palácio Bellevue (residência oficial do presidente da República Federal da Alemanha); Siegessäule (Coluna da Vitória); Memorial Soviético; e o Reichstag.


Na época em que visitamos Berlim, estava ocorrendo a Copa do Mundo na África do Sul; no Tiergarten, os alemães montaram um espaço conhecido como Fan Fest, para o público acompanhar os jogos de futebol em telões; no local, eram disponibilizadas barracas de comidas e bebidas e banheiros públicos, tudo muito organizado.



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Fan Fest de Berlim, durante a Copa do Mundo 2010, no Tiergarten; Berlim, cidade-estado, Alemanha.




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Fan Fest de Berlim, durante a Copa do Mundo 2010, no Tiergarten; Berlim, cidade-estado, Alemanha.


No noroeste do Tiergarten, encontramos o Palácio Bellevue (Bela Vista, em francês), a sede oficial da Presidência da República da Alemanha.


Foi erguido para ser uma residência de verão, em 1785, por ordem do príncipe Auguste Ferdinand da Prússia, irmão mais novo do rei Frederico, o Grande, com projeto do arquiteto Philipp Daniel Boumann, em estilo neoclássico, servindo como palácio real até 1861.


Hitler o utilizou como casa de hóspedes a partir de 1938, porém em abril de 1945, ele funcionava como estado-maior alemão, tendo sido danificado na Batalha de Berlim pelo Exército Vermelho.


Com o término da Segunda Guerra Mundial, o prédio foi restaurado, e, em 1959, tornou-se a residência secundária do chefe de Estado alemão, em razão de a capital da República Federativa da Alemanha (a verdadeira democrática), antes da unificação, ter sede em Bonn.


Depois da unificação, o palácio, a partir de 1994, tornou-se a sede oficial da Presidência da República. Mas apenas um presidente residiu nele; suas salas foram transformadas em escritórios públicos, e, hoje, ele é mais utilizado pelo presidente em cerimônias oficiais e pronunciamentos para mídia.



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Palácio Bellevue, 1785, primeiro prédio em estilo neoclássico erguido no Reino da Prússia, hoje sede oficial da Presidência da Alemanha, parque Tiergarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Palácio Bellevue, com a guarda de honra formada para recepcionar alguma autoridade. Parque Tiergarten, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Também no perímetro do Tiergarten, encontramos o Zoologischer Garten, o Jardim Zoológico de Berlim. Inaugurado em 1844, abriga, dentre outros, animais de grande porte, como ursos polares, gorilas, elefantes, rinocerontes, crocodilos e hipopótamos.


Uma das grandes atrações arquiteturais do Zoológico de Berlim é o Portão dos Elefantes. Ele foi erguido em 1899, em estilo oriental, predominantemente japonês, com base no projeto dos arquitetos Carl Zaar e Rudolf Vah; os elefantes indianos deitados foram esculpidos, em 1898, pelo escultor Wilhelm Mues, em arenito.



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Postal de 1912, representando o Portão dos Elefantes original do Zoologischer Garten (Zoológico de Berlim). Fonte: Von Ungenannt - http://www.zeno.org - Zenodot Verlagsgesellschaft mbH, Gemeinfrei, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=8757323


Infelizmente, durante a Segunda Guerra Mundial, o portão ficou praticamente destruído em 1943, tendo sido substituído por uma estrutura mais simples.


O portão, respeitando a forma original, foi refeito entre 1983 e 1984, com projeto dos arquitetos do zoológico Schaefers e Löffler, e os elefantes deitados foram esculpidos pelo escultor Jochen Ihle, também com arenito.



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Portão dos Elefantes no Zoologischer Garten, reinaugurado em 1984, cópia fiel do destruído em 1943 (Jardim Zoológico de Berlim). Hardenbergpl. 8, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


Bem próximo ao Zoológico, visitamos a Igreja Memorial Imperador Guilherme I, Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, construída por iniciativa do neto dele, o imperador Guilherme II, e inaugurada em 1º de setembro de 1895, em estilo neorromânico com elementos góticos, com base no projeto de Franz Schwechten.


Na base da torre, foi instalado o Gedenkhalle, o Salão Memorial, contendo mosaicos de teto alusivos à vida do imperador Guilherme I, o herói da unificação alemã, à sua família real, os Hohenzollern, senhores de Brandemburgo/Prússia, e aos grandes imperadores alemães do passado (Sacro Império Romano-Germânico).




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A estrutura completa original da Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, antes de novembro de 1943. Breitscheidplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha. https://www.gedaechtniskirche-berlin.de/page/2130/kirchengeb%C3%A4ude-geb%C3%A4udeensemble



Infelizmente, em 23 de novembro de 1943, grande parte da igreja original foi destruída em um bombardeio, restando apenas a torre da frente.


Após o final da Segunda Guerra Mundial, discutiu-se a remoção total do monumento, haja vista que ele restara bastante danificado, mas se decidiu pela sua manutenção da forma como se encontrava, tornando-se um símbolo contra a guerra e a violência.


Em 1961, foi apresentada a nova Igreja Memorial Imperador Guilherme I, projetada por Egon Eiermann; é famosa pelas paredes de vidro azul, obra de Gabriel Loire de Chartres, e a torre antiga resta preservada entre o santuário atual e a nova torre, de feitio modernista.



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Torre danificada da antiga Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, Igreja Memorial Imperador Guilherme I, 1895; à esquerda, vê-se o novo santuário, em forma octogonal, inaugurado em 1961, à direita, a torre nova. Breitscheidplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




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Interior do Salão Memorial, base da torre da Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, no qual podem ser vistas grandes rachaduras nos famosos mosaicos da história alemã. Breitscheidplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Mosaico representando a família Hohenzollern, com a insígnia real prussiana; teto do Salão Memorial da Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche. Breitscheidplatz, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O bairro Charlottenburg abriga o maior palácio de Berlim: o Schloss Charlottenburg.


Em 1695, por ordem do então príncipe-eleitor de Brandemburgo, Frederico III, construiu-se o palácio de Lützenburg, como residência de verão, em estilo barroco com o projeto do arquiteto Johann Arnold Nering. Após Frederico ter-se tornando, em 1701, rei da Prússia, com o nome de Frederico I, o palácio foi ampliado pelo arquiteto Johann Friedrich Eosander von Göthe. Com a morte da rainha Sophie-Charlotte, em 1705, o rei decidiu que o palácio passaria a se chamar Charlottenburg, em homenagem à sua esposa, nome pelo qual a região, e depois bairro, passou a ser conhecida. Novas ampliações no prédio foram realizadas por Johann von Göthe, entre 1709 e 1713, dentre elas a Orangerie.


Outras alterações foram realizadas pelos sucessores de Frederico I; Frederico II, seu neto, acrescentou uma nova ala, construída, entre 1740-1742, pelo arquiteto barão de Knobelsdorff; Frederico Guilherme II mandou construir a Petite Orangerie, o Belvédère e o teatro, concluídos em 1790, sob o comando do arquiteto Carl Gotthard Langhans.


O Charlottenburg foi residência dos monarcas prussianos até Frederico Guilherme IV, mas, após a morte deste, em 1861, o palácio passou a ser ocupado por membros secundários da família real e hóspedes ilustres. Com a extinção da monarquia em 1918, o palácio tornou-se patrimônio do Estado prussiano.


O palácio, durante a Segunda Guerra Mundial, ficou bastante danificado pelos bombardeios dos Aliados, sendo iniciados os trabalhos de restauração logo após o fim do conflito.



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Schloss Charlottenburg em 1943, bastante danificado após ser bombeado pelos forças aliadas, 1695, estilo inicialmente barroco. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b6/Bundesarchiv_Bild_146-1980-121-13%2C_Berlin%2C_zerst%C3%B6rtes_Schloss_Charlottenburg.jpg



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Fachada do Schloss Charlottenburg, 1695, estilo inicialmente barroco, após a restauração. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Estátua equestre do grande eleitor de Brandemburgo, Frederico Guilherme, duque da Prússia, pai de Frederico III, o futuro rei da Prússia, obra de Andreas Schlüter (1696), fundido em bronze por Johann Jacobi em 1700. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Da esquerda para direita, retratos de Sophie Charlotte de Hanôver (pintado por Nöel Jouvenet III, 1698), de Frederico Guilherme I da Prússia, o rei-soldado, e de Frederico I da Prússia. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Retrato de Sophie Charlotte, rainha da Prússia. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Câmara dos Espelhos, um dos salões do Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Salão Decaedro com vista para o jardim do palácio. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Parede interior do Salão Decaedro, na qual aparece uma lareira com o monograma do palácio. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Sala de Música. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Sala de Audiências do rei Frederico I da Prússia. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Porzellankabinett (Gabinete das Porcelanas), galeria com porcelanas japonesas e chinesas. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Porzellankabinett (Gabinete das Porcelanas), galeria com porcelanas japonesas e chinesas. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


A capela do palácio, a Schlosskapelle, é um espetáculo à parte; decoração luxuriante e emprego da luz no espaço interno, sendo o ambiente seccionado por colunas decoradas com estuques dourados e murais.


Embaixo do púlpito feito em carvalho, está o altar esculpido e dourado.



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Púlpito de carvalho da Schlosskapelle. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


O camarote real da Schlosskapelle, exibindo a imponente coroa real, carregada por dois anjos, e a águia prussiana, fica na frente do altar. A fé dos Hohenzollern e a misericórdia de Deus se manifestam pela maneira como os poderes mundanos e os espirituais se relacionam nesse espaço: o altar e o trono foram dispostos um em frente ao outro.



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Camarote Real da Schlosskapelle, com a coroa dos Hohenzollern sob a aguia prussiana, ladeada de dois anjos. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Parte superior do Salão Decaedro. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Parte superior do Salão Decaedro. Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.




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Fachada posterior do Schloss Charlottenburg, na qual se destaca o Salão Decaedro no alinhamento da cúpula.


Outra atração imperdível são os jardins do Charlottenburg.


Quando a rainha Sophie Charlotte visitou, na França, os jardins do paisagista Le Nôtre, ela ficou bastante impressionada, o que a levou a contratar um aluno dele, Siméon Godeau, para elaborar, em 1697, o parque do Charlottenburg, aplicando a estrita geometria de um jardim à francesa. Peter Joseph Lenné, no começo do século XIX, redesenhou os jardins do parque à inglesa. Como o parque foi praticamente destruído durante os bombardeios da Segunda Grande Guerra, o espaço foi rearranjado, após a guerra, segundo uma combinação original: na parte central, ele foi restaurado segundo os cânones do jardim à francesa, mas conservando, no seu entorno, a liberdade do jardim à inglesa.



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Jardins do Schloss Charlottenburg, Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.



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Jardins do Schloss Charlottenburg, parte central à francesa, rigidamente simétrico. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


À noite, fomos a um jantar-espetáculo na Orangerie do Schloss Charlottenburg; a orangerie era, inicialmente, um jardim de plantas cítricas, oriundas do Oriente (laranjeiras, limoeiros, tangerineiras, etc.), que entrou na moda na residências dos nobres europeus, no século XVI; já nos séculos XVII e XVIII, passou a denominar a coleção de plantas exóticas, não resistentes ao inverno; e, a partir do século XVIII, tem sido aplicado para o próprio edifício que abriga esse tipo de coleção, como era a instalação em que degustamos um lauto jantar.


A recepção era feita por um mestre de cerimônias vestido à caráter, ou seja, com roupas do século XVIII.



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Jantar na Orangerie do Schloss Charlottenburg. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha



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Jantar na Orangerie do Schloss Charlottenburg; o mestre de cerimônias com roupas do século XVIII. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha


Após o jantar, fomos brindados com a apresentação de Kammermusikkonzerten (concerto de música de câmara) do Berliner Residenz Konzerte, com peças barrocas, inclusive compostas pelo déspota esclarecido Frederico, o Grande (Frederico II da Prússia), neto do fundador do Schloss Charlottenburg.


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Música de Câmara executada pelo Berliner Residenz Konzerte. Orangerie do Schloss Charlottenburg. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha



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Poltronas douradas, estilo barroco, no saguão da Orangerie do Schloss Charlottenburg. Spandauer Damm 10-22, Berlim, cidade-estado, Alemanha.


No próximo post, Berlim - Parte II, continuamos nosso passeio pela bela capital da Alemanha.



Fontes:


Wikipedia



https://www.spsg.de/en/palaces-gardens/object/charlottenburg-palace-old-palace/















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