Merano - Região de Trentino-Alto Adige - Norte da Itália - 2023
- Roberto Caldas
- 7 de ago.
- 15 min de leitura

Os belos Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Como já explicado no post anterior, continuamos na Itália que fala também a língua alemã, região de Trentino-Alto Adige, posto que foi dominada por muitos séculos pelo Sacro Império Romano-Germânico, depois pelo Império Austríaco e, em seguida, pelo Império Austro-Húngaro.
Merano (Meran, em alemão)
Uma das primeiras ocupações organizadas na região foi o Castrum Maiense, um assentamento romano fortificado, erguido por volta de meados do século V sobre a rocha onde está localizado atualmente o Castel San Zeno.
Segundo a tradição, Mairania, a forma pela qual a comunidade foi citada pela primeira vez em um documento, em 857, ou Maia, se tornaria, na língua germânica, Meran (Merano, em italiano); o local experimentou, já como corpo autônomo dentro do Sacro Império Romano-Germânico, um importante desenvolvimento sob o governo de uma família de homens de armas, que, na época, se tornou proprietária do Castel Tirolo (Castelo do Tirol). A dinastia adotou o título de Condes do Tirol, durante o século XIII, particularmente sob Alberto III do Tirol e Mainardo II do Tirol-Gorizia.
No final de 1805, no curso da guerra da Terceira Coalizão (Reino Unido, Império Austríaco, Império Russo, Reino de Nápoles, Reino da Sicília e Reino da Suécia) contra a França napoleônica, Merano foi incorporada ao Ducado da Baviera, que se tornou reino em 1810.
Em 1809, durante a guerra da Quinta Coalização contras as tropas imperiais francesas e as bávaras, o grande comandante das milícias do Tirol, Andreas Hofer, lutou, ao lado dos austríacos, contra os invasores bávaros, porém, em 1810, foi preso e interrogado no edifício conhecido como Conde de Merano; posteriormente foi transferido para Mântua, onde foi fuzilado.
Em 1814, após a guerra da Sexta Coalização, a Baviera devolveu oficialmente o Tirol (incluindo Merano) aos Habsburgos austríacos.
Em 1836, a princesa Mathilde von Schwarzenberg passou uma estadia na cidade, por recomendação de seu médico pessoal, Josef Nepomuk Huber, que posteriormente iria publicar um livreto falando sobre o clima e as curas oferecidas em Merano, lançando, assim, os fundamentos médico-científicos da “cidade termal”, o que impulsionou o turismo.
Dessa forma, virou moda gozar férias em Merano, e a cidade passou a abrigar hotéis e residências elegantes. A famosa imperatriz Isabel (conhecida mundialmente como Sissi), esposa do imperador Francisco José I, da Áustria, se estabeleceu nesta pequena cidade, por volta de 1870, justamente para melhorar a sua saúde e da suas filhas Gisela e Maria Valéria, o que impulsionou a cidade a novos patamares, tornando-se um ponto de encontro da nobreza e da aristocracia europeias.
Em 1920, após o término da Primeira Guerra Mundial, o Tirol do Sul (Alto Adige ou Südtirol), incluindo Merano, foi anexado oficialmente ao Reino da Itália.

Vista da cidade de Merano a partir de um dos terraços do Castel Trauttmansdorff; bem à direita, no sopé do Monte San Vigilio, observa-se a aldeia de Marlengo (Marling, em alemão), tendo em destaque a Chiesa di Santa Maria Assunta; de particular importância na história da música é o concerto de sinos em sua torre, que inspirou o compositor Franz Liszt para seu "Ihr Glocken von Marling". Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Nos arredores de Merano, visitamos a grande atração do local: o Castel Trauttmansdorff e seus jardins.
Anteriormente, no local, no século XIV, erguia-se um pequeno castelo chamado Neuberg, cujas grossas muralhas ainda podem ser vistas no lado sul do espaço; em 1500, Nikolaus von Trauttmansdorff, um bem-sucedido mercenário a serviço dos Habsburgos, comprou o pequeno castelo e o ampliou, tornando-o sua residência.
Em 1846, o jovem conde Joseph von Trauttmansdorff chegou à recém-criada "cidade termal" de Merano, encontrando o castelo em estado de abandono, um século e meio após seus ancestrais o terem desocupado; ele comprou o edifício, agora em ruínas, ampliou-o para o tamanho atual, adornando-o com elementos neogóticos.
Em 1870, a imperatriz Isabel (Sissi) da Áustria escolheu o Castel Trauttmansdorff para seu retiro invernal; nele ela morou com suas filhas Gisela e Maria Valéria nos aposentos do segundo andar; em setembro de 1889, Isabel retornou ao castelo pela segunda vez, oito meses depois que seu filho, o príncipe herdeiro Rodolfo de Habsburgo, se suicidara em Mayerling; a "Dama de Preto", como era conhecida agora, passou a viver de forma reclusa, raramente saindo do castelo.
Em 1897, o barão Friedrich von Deuster adquiriu o Castel Trauttmansdorff, instalando pomares e jardins ao redor do castelo e acrescentando um salão estilo neorrococó à ala leste do edifício; porém, como muitos outros cidadãos alemães instalados nesse território anexado à Itália, Friedrich também sofreu a expropriação de sua propriedade após a Primeira Guerra Mundial, passando o Castel Trauttmansdorff, juntamente com suas terras ao redor, a ser propriedade de uma organização de assistência social para veteranos de guerra italianos.
Após a dissolução da referida organização, em 1977, o castelo, arruinado, e as terras da antiga propriedade de Deuster passaram para a Província Autônoma de Bolzano; em 1990, um novo uso foi decidido para o lugar, tendo sido criado um grandioso jardim botânico no terreno em frente ao castelo, inaugurado em 2001; os edifícios do castelo foram restaurados e se tornaram a sede do novo Touriseum, inaugurado em 2003.

Castel Trauttmansdorff (Castelo de Trauttmansdorff); século XIV, ampliado no século XVI. Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Vista do Castel Trauttmansdorff a partir dos jardins do castelo. Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Monumento na frente do Castel Trauttmansdorff em lembrança da passagem dos imperadores austríacos Francisco José I e Isabel (Sissi); em destaque, estátua de Sissi sentada, segurando um livro. Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Dizeres do monumento que lembra a passagem dos imperadores austríacos: "Em memória da estadia de Sua Majestade o Imperador e Rei Franz Josef I e Sua Majestade a Imperatriz e Rainha Elisabeth no Castelo de Trauttmansdorff em 1870/71 e 1889"; nos lados da placa, as efígies do imperador Francisco José I (esquerda) e da imperatriz Isabel (Sissi). Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
O Museo Provinciale del Turismo, também conhecido como Touriseum e instalado no castelo, é o primeiro museu na região alpina exclusivamente dedicado à história do turismo.
No segundo andar do castelo ficam os cômodos utilizados pelos antigos proprietários e seus ilustres hóspedes.
A Sala Deuster faz referência ao barão bávaro Friedrich von Deuster, que adquiriu o castelo em 1897, e, em 1899, construiu uma sala em estilo neorrococó.

Sala Deuster, em estilo neorrococó; no frontão sobre as duas janelas, veem-se o escudo da família e o ano de inauguração da sala: 1899. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Representação do barão Friedrich von Deuster, que adquiriu o castelo em 1897. Sala Deuster, Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Stanza dell'Imperatore (Sala do Imperador), utilizada pelo imperador austríaco Francisco José I como quarto de dormir e gabinete por ocasião de suas 5 estadias durante os anos 1870/71 e 1889.

Aquecedor ou estufa de cerâmica nas cores azul e branca. Stanza dell'Imperatore (Sala do Imperador), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

O roupão de banho da imperatriz Sissi; após sua morte, sua filha Maria Valéria provavelmente o deu à sua prima Luísa de Orléans. Stanza dell'Imperatore (Sala do Imperador), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Depois, percorremos vários cômodos utilizados pela imperatriz Sissi, durante suas estadias no castelo.
Isabel da Baviera, como o próprio nome aponta, nasceu numa família nobre bávara, pertencente à casa real (Wittelsbach); ainda bem jovem, acompanhou sua irmã Helena à corte austríaca, já que esta era prometida para casar com o imperador da Áustria, Francisco José I; porém, o imperador não aceitou a oferta, preferindo esposar com Isabel; o casamento se deu em 1854; eles tiveram quatro filhos, mas, por determinação da sogra, os três primeiros não foram criados diretamente por Isabel, somente a última, Maria Valéria; a imperatriz era uma mulher muito bela, que tinha um comportamento liberal para época, particularmente em relação às regras rígidas morais e religiosas da corte austríaca, o que contribuiu para os desentendimentos com alguns membros da família imperial, particularmente sua sogra, Sofia da Baviera; Isabel praticava exercícios físicos e jejum, tendo conseguido manter o mesmo peso durante toda sua vida: aproximadamente 50 quilos; a vida pessoal de Isabel foi marcada por tragédias: sua primeira filha Sofia faleceu nos seus braços aos dois anos, acometida de tifo, durante uma viagem à Hungria; seu filho Rodolfo, príncipe herdeiro do trono austríaco, de acordo com a versão oficial, se suicidou com a amante, com apenas 30 anos; isso teve um efeito devastador na vida de Isabel, que passou a utilizar apenas vestidos da cor preta; em 1898, Isabel foi assassinada por um anarquista italiano, chamado Luigi Lucheni, tendo o crime sido motivado por seu ódio aos aristocratas europeus.
Stanza del Conte (Sala do Conde) era a sala de jantar do conde Joseph von Trauttmansdorff; a imperatriz Sissi e a rainha Carolina da Saxônia a utilizaram como sala de estar.

Representação da imperatriz Sissi quando de sua estadia em 1889, ocasião em que ficou conhecida como "Dama de Preto", em razão de sempre utilizar roupas pretas, guardando luto por seu filho Rodolfo, príncipe herdeiro da Áustria, que supostamente cometera suicídio em janeiro daquele ano. Stanza del Conte (Sala do Conde), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Guarda-sol de seda e renda de Bruxelas que pertenceu à imperatriz Sissi; cabo, haste e ponta em marfim. Stanza del Conte (Sala do Conde), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

O resto da torta que foi consumida pela imperatriz Sissi; em setembro de 1897, durante sua última estadia em Merano, a imperatriz Isabel fez uma viagem a Nalles e se hospedou na pousada Sole; empolgada, a estalajadeira preparou esta torta; Isabel comeu uma fina fatia; o resto foi guardado na hospedaria como uma relíquia; duro como pedra, permanece intacto até hoje; apenas um rato o roeu uma vez. Stanza del Conte (Sala do Conde), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
O cômodo mais antigo do castelo é a Stanza degli Affreschi (Sala dos Afrescos), que tem esse nome porque apresenta afrescos que datam de 1564; durante sua primeira estadia em 1870/71, a imperatriz Sissi a escolheu como seu quarto de dormir; em 1889, tornou-se seu camarim.

Sala dos Afrescos, que leva esse nome em razão dos afrescos pintados em suas paredes, datados de 1564; vê-se, no interior da sala, a representação de Nikolaus von Trauttmansdorff, o mercenário que, no século XVI, adquiriu o Castelo de Neuberg e o transformou no Castel Trauttmansdorff. Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Teto e paredes decoradas com afrescos, dentre eles, cenas bíblicas, como o "Batismo de Cristo", na Sala dos Afrescos, Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Balcão interno da Sala de Afrescos. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Salone (Salão) era o cômodo onde o conde Joseph von Trauttmansdorff expunha sua coleção de cristais e porcelanas; quando da estadia de Sissi em 1870/71, ela utilizou o espaço como uma antecâmara e sala de recepção.

Aquecedor ou estufa em cor preta, estilo rococó, provavelmente do século XVIII. Salone (Salão), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Pintura a óleo representando Sissi, executada por volta de 1890; provavelmente serviu de modelo uma fotografia de aproximadamente 1860. Salone (Salão), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Envelope de uma carta escrita em Merano pela imperatriz Isabel e endereçada ao imperador Francisco José I; mais tarde, foi transformado em uma "relíquia de Sissi". Salone (Salão), Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Vano Scale (Vão da Escada); foi construído pelo conde Joseph von Trauttmansdorff no que restou da torre que desabou em 1777; o barão Friedrich von Deuster, que tomou posse do castelo em 1897, mandou colocar os brasões e os nomes de todos os proprietários anteriores nas paredes da escadaria. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Banheira conhecida como "Banho da Sissi"; mas, era nela que Sissi tomava seus longos e lendários banhos? durante muito tempo, acreditou-se que este fosse o banho da imperatriz; no entanto, sabe-se que ele só data de cerca de 1900, depois que ela já havia falecido. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Nos andares térreo e primeiro, encontram-se as salas com a exposição das peças do Museu do Turismo, com os temas em ordem cronológica.

Locais de refúgio nas viagens pelas montanhas: postos de correio e hospedarias eram oásis em meio a uma natureza hostil; em troca de dinheiro vivo, o viajante encontrava tudo o que precisava: cavalos descansados, a possibilidade de substituir uma roda danificada e, se necessário, até mesmo ajuda para uma dor de dente. "Quando a montanha incutia terror 1750-1800", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Teatro de bonecos representando o confronto entre as tropas francesas de Napoleão e seus aliados bávaros e as milícias pró-austríacos lideradas por Andreas Hofer; Andreas, comerciante de cavalos e estalajadeiro no Vale do Passiria, em 1809 liderou a revolta camponesa contra as tropas bávaras e francesas; em 1810, ele foi capturado e fuzilado em Mântua por ordem de Napoleão; a rebelião anti-napoleônica gerou admiração entre os poetas ingleses e alemães, chamando atenção para a região do Tirol. "A descoberta do Tirol 1800-1820", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Quadro representando os locais, no século XIX, frequentados pelos europeus mais abastados para tratar de diversas doenças, particularmente problemas reumáticos, respiratórios e cutâneos, como Spa, na Bélgica, e Baden-Baden, no Grão-Ducado de Baden (hoje, Alemanha); no verão, os nobres e os ricos da Europa se reuniam em um dos renomados locais de curas termais; em Merano, apesar de não ter águas termais, o viajante desfrutava de um clima saudável, muito mais ameno do que o das cidades ao norte dos Alpes, particularmente no inverno. "Viajando para os locais de cura 1830-1850", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Figura representando o "banho de camponês", tradição tirolesa; o banho está enraizado na tradição tirolesa; a partir do século XVII, nos dias mais quentes, comerciantes de Bolzano, Merano e Innsbruck se reuniam nos planaltos com suas famílias para desfrutar do ar fresco do verão; desde a Idade Média, os tiroleses são conhecidos por relaxar nos muitos "banhos de camponês", cabanas simples com banheiras de madeira; as pousadas próximas, além do banho, também ofereciam outros entretenimentos. "Viajando para os locais de cura 1830-1850", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Representação das posições opostas da Igreja Católica e dos tiroleses sobre os efeitos do turismo sobre os habitantes locais; para os membros da Igreja da época, o turismo era um prenúncio do mal: trazia consigo ideias liberais perigosas, uma mentalidade urbana e comportamentos indisciplinados; dizia o bispo de Bressanone: "Quem é a favor do movimento turístico quer a ruína moral da região"; no entanto, sua oposição foi inútil: cada vez mais tiroleses se colocavam a serviço de estrangeiros; assim se pronunciavam os Comitês de Embelezamento Tiroleses:"O retorno anual de estrangeiros deve ser uma fonte de verdadeira alegria para nós". "A chegada dos forasteiros 1870-1890", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Cadeira de rodas para doentes ou inválidos; em consideração aos que sofriam de problemas pulmonares, a "polícia da saúde" garantia que as mulheres não levantassem poeira, ao arrastarem as caudas longas de seus vestidos nas vias de terra; os centros de saúde (cura), na verdade, passaram a ser visitados principalmente por aqueles que não precisavam de tratamento. "Primeiro pico turístico 1890-1914", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Mesa posta típica da Belle Époque, com peças de prata; a etiqueta que distingue; os luxuosos "Grand Hotel" se tornaram os novos castelos da rica burguesia, os lugares onde eles podiam se exibir com orgulho: surdos a qualquer ameaça, eles aproveitavam despreocupadamente o fim de uma era; enquanto a maioria dos trabalhadores ainda não tinha férias, as classes altas se entregavam à ociosidade: culinária refinada e festas suntuosas; para estar "à altura" de um lugar de cura como Merano, era preciso trocar de roupa até cinco vezes por dia. "Na era da Belle Époque 1890-1914", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Balcão de bar das décadas 1920-1930; a anexação à Itália anunciou tempos difíceis, mas com ela vieram novos visitantes para a região; assim que a guerra terminou, multidões de turistas italianos chegaram; as raízes do turismo de massa foram lançadas em 1925 pelo regime fascista de Benito Mussolini, com a fundação da Associação Nacional de Recreação (Opera Nazionale per il Dopolavoro); os primeiros "trens populares" foram organizados, e excursões e viagens curtas foram oferecidas sob a direção do regime. "Visite o Tirol do Sul! 1920-1935", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

O famoso microcarro BMW Isetta 1959, um automóvel de baixo custo, voltado para a realidade da economia do pós-guerra italiano e alemão; é a época do sonho com férias de carro particular; a partir de 1953, o Autoridade de Saúde de Merano organizou excursões "rumo à primavera de Merano"; elas foram tão populares que se repetiram por trinta anos; os participantes vinham de toda a Europa e voltavam para casa com lembrancinhas. "Viajando para a liberdade 1946-1955", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Vespa, espécie de motoneta, provavelmente de 1946, da empresa Piaggio; aqueles que vivenciaram os horrores da guerra ansiavam por um mundo melhor; turistas alemães rumavam para o sul, em busca do sol e do vinho italiano, rumo à "Bella Italia"; o milagre econômico alimentou a aspiração de alcançar terras distantes, e as férias tornaram-se um direito de todas as classes sociais; histórias de amor em filmes ambientados nos Alpes contribuíram para a criação do idílio alpino; a música também evoca a "beleza saudável dos lugares"; canções como "Volare" tornaram-se, para os turistas, hinos ao "amor latino" e à "Bella Italia". "Viajando para a liberdade 1946-1955", Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Capela do Castel Trauttmansdorff; construída por volta de 1850; a capela anterior desabou em 1777, junto com parte do castelo. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Representação de Sissi, na sua versão "Dama de Preto", sobre o balcão do castelo. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Os Jardins do Castel Trauttmansdorff se estendem por 12 hectares, com uma inclinação de 100 metros, compreendendo quatro áreas temáticas: a) as Florestas do Mundo, com exemplares típicos das matas da Ásia e da América; b) os Jardins Aquáticos e em Terraços, com escadas e pequenos riachos que conectam os vários níveis e levam a exemplos da arquitetura de jardins europeus: buxos esféricos, canteiros de flores dispostos geometricamente e um labirinto que lembram um jardim renascentista italiano; c) os Jardins do Sol, que acolhem exemplares do sul da Europa, das paisagens mediterrâneas: árvores perenes, como sobreiros, azinheiras e oliveiras; no verão, milhares de girassóis florescem, e plantas antigas cultivadas, como romãs, videiras, amoreiras e figueiras, crescem ao lado de pinheiros e ciprestes; o semideserto de suculentas abriga cactos, eufórbias, aloés e agaves; e d) as Paisagens do Tirol do Sul, vegetação natural das montanhas, vales e pântanos tiroleses, como amieiros, salgueiros, taboas e juncos, um pomar cultivado com variedades antigas de maçãs e peras, um vinhedo e uma horta tradicional do Tirol do Sul, cercada por uma paliçada trançada, característica da região.

Vista dos jardins do castelo a partir do pátio externo. Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Jardim Japonês. "As Florestas do Mundo", Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Caminho de flores entre as "Florestas do Mundo", Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Flores à margem dos "Jardins Aquáticos e em Terraços", Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

"Jardins Aquáticos e em Terraços", com escadas e pequenos riachos que conectam os vários níveis e levam a exemplos da arquitetura de jardins europeus: buxos esféricos, canteiros de flores dispostos geometricamente e um labirinto que lembram um jardim renascentista italiano. Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Escadas e fontes nos "Jardins Aquáticos e em Terraços". Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.

Cactos do "Jardins do Sol". Jardins do Castel Trauttmansdorff, Via Santo Valentino, 55, Merano, Província de Bolzano, região de Trentino-Alto Adige, Itália.
Em seguida, nos dirigimos à capital do Tirol do Sul, Bolzano, mas isso é assunto para o próximo post.
Fontes:
Wikipedia;
Guide: Fabuleuse Italie du Nord: Rome, Florence, Venise, pesquisa e redação de Louise Gaboury, direção de Claude Morneau, versão eletrônica, 2019, Guides de Voyage Ulysse, Québec, Canada.
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